José Morgado, o candidato surpresa?

Para a liderança da Caixa Económica Montepio Geral, o candidato surpresa poderá ser José Félix Morgado, actual CEO da Inapa. Morgado termina no final do ano o seu mandato na empresa papeleira, que deverá ser privatizada em breve, abrindo a gestão a representantes dos novos accionistas. A solução Morgado é apadrinhada por António Cunha Vaz, dono da agência que trata da comunicação da Inapa e do Montepio Geral e amigo pessoal do ainda CEO da Inapa e do patrão do Montepio, Tomás Correia. A teia de relações poderá no entanto revelar-se muito perigosa, face às desconfianças do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, por sinal, também ele cada vez mais próximo de Cunha Vaz,

O regresso do homem-forte da Ocidental

Francisco Lino, ex-presidente da seguradora Ocidental, lançou a mediadora MFO Seguros.. A Ocidental foi a seguradora fundada no seio do grupo BCP e chegou a ser a maior seguradora portuguesa em vários segmentos, mas foi entretanto vendida integralmente ao grupo Fortis, que já era parceiro do negócio, onde tinha 49% das acções.

A venda de 51% da joint-venture Millenniumbcp Fortis – Grupo Segurador à Fortis foi formalmente concluído no final de Janeiro, e gerou uma mais-valia de 366 milhões de euros para o banco português, envolvendo as seguradoras Ocidental Vida, Ocidental Seguros e Médis (seguros de saúde) e a gestora de Fundos de Pensões Pensõesgere-. O negócio implicou a saída da presidência de Francisco Lino, reportada a Março de 2011, que entretanto, em Outubro de 2014, avançara já com a sua própria mediadora.

O quartel-general da campanha

O quartel-general de campanha do PSD é o amplo, mas muito discreto, último andar na Junqueira, onde habita o ex-ministro Miguel Relvas. Marques Guedes e Luís Montenegro são dois dos sociais-democratas mais assíduos nos brain stormings que o antigo braço direito do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, também ele frequentador da Junqueira, alugou inicialmente ao empresário da construção Vítor Santos, e que é hoje pertença de uma empresa brasileira. A eminência parda continua discretamente a comandar o aparelho e o grupo parlamentar

Parvalorem isola risco de litigância

 

O veículo (BPN Mau) para resolver a conflitualidade do BPN transferiu para um fundo de investimento imobiliário o património do antigo banco, para assim, isolar o risco de conflitualidade, entregando a gestão a uma sociedade gestora de património, que vive de comissões. A Parups, criada como veículo para os activos imobiliários do BPN, entregou os fundos à sociedade gestora Imofundos SGFI.

No primeiro trimestre de 2015, com a liquidação do fundo Imoglobal, a Parups encaixou 26,5 milhões de euros.

O principal problema da Parups, é o seu elevado passivo, quer o que esteve na origem da aquisição de ativos, quer o que resultou da transformação de financiamentos da CGD em financiamentos do Estado, não só para conseguir custos financeiros mais reduzidos, mas principalmente pela falta de capacidade da sociedade em gerar receitas que lhe permitam fazer face ao serviço de dívida, tendo em conta a sua actividade, que única e exclusivamente consiste na alienação de activos, sendo que 95,2% não se encontram na sua própria gestão.

Os quadros de Miró não valem sequer 0,5% do total dos activos entregues à Parvalorem. A Parups esperava encaixar 8,4 milhões de euros com a venda dos 13 quadros do pintor catalão. As 85 obras de Joan Miró valem cerca de 46 milhões de euros, dos quais 13 pertencem à Parups, cujo valor ascende a 8,2 milhões de euros, sendo os restantes 72, propriedade da Parvalorem. Existem ainda, 175 obras de arte cujo valor ascende a 2,6 milhões de euros.

A Parups tinha ainda 3,2 milhões de moedas comemorativas do Euro2004, com um valor facial de 8 euros, que perfazem um valor total de 15,7 milhões de euros.

Ainda de referir que o valor líquido de balanço de final de ano da carteira de ativos financeiros é de 541 milhões de euros e é composto por 95,2% de fundos imobiliários, sendo na sua quase totalidade geridos pela Imofundos. Os restantes 4,8%, ou seja, 25,8 milhões de euros, distribuem-se por Fundos de Investimento Imobiliário, Obrigações e participações de capital

Norte-americanos poderão substituir Continente em Angola

Isabel dos Santos terá contatado uma empresa norte-americana do ramo da distribuição alimentar, tendo em vista a implantação de uma rede de hipermercados em Angola. Este projeto é exatamente o mesmo que estaria a ser negociado entre a Sonae (Continente) e a Condis (Isabel dos Santos). O novo modelo de negócio contempla mais lojas em território angolano e uma rede própria de logística, inexistentes na operação que estava prevista com a Sonae.

Até agora, apenas o maior grupo de distribuição em Angola, o Kero, se demonstrou contra este negócio, estando os norte-americanos da Wall Mart já presentes em território angolano através de uma parceria com um empresário local, Nuno Borges.

CGD desiste de veículo para participações não-core

A supervisão não quer em Portugal o modelo de conglomerados mistos (banca-empresas) depois da queda do BES. A CGD preparou-se para criar um veículo que autonomizaria os negócios empresariais do banco público, tendo em vista a sua eventual alienação. Posteriormente esse veículo, seria integrado num banco lusófono onde a supervisão europeia não chegaria.

Na área financeira, a CGD tem o Gerbanca que detém as participações principais na CGD. O Gerbanca já tem 99,71%  da Caixa Banco de Investimento (81 mil ações) financiada através de um suprimento sem prazo da CGD. Para o banco estatal este pode ser passo para a alienação da Caixa BI tal como foi feito com a área da saúde e a Fidelidade.

Sport TV vai ter canal aberto

A Sport TV vai ter um canal aberto de notícias de desporto, até ao final do ano, garantiram ao Confidencial. O canal trará um novo fôlego ao grupo liderado por Joaquim Oliveira. Além dos 5 canais Sport TV (futebol 1 e 2, modalidades, golfe/ténis/vela e automobilismo), e do Sport TV HD, a estação tem também o Sport TV África 1 e 2 e o Sport TV Américas. A antena aberta será assim o 10.º canal da Sport TV.

Portugal obrigado a acolher refugiados

A proposta de controlo de fluxos de imigrantes, que a Comissão Europeia vai discutir amanhã, quarta-feira, prevê a repartição automática e obrigatória dos refugiados por todos os Estados-membros da União Europeia. As quotas de cada país serão fixadas em função do PIB, da população e da taxa de desemprego de cada país e do número de requerentes de asilo político em anos anteriores.

De acordo com os dados que constam no documento, 72% dos pedidos de asilo concentram-se em apenas quatro países: Alemanha, França, Suécia a Itália. A proposta da Comissão deverá ser aprovada ainda antes do final do ano e prevê que, quando se detectar um influxo repentino e extraordinário de pessoas provenientes de um país terceiro, os imigrantes sejam automática e obrigatoriamente distribuídos por todos os Estados-membros.

O sistema aliviará a pressão imigratória os países como Portugal, Espanha ou a Roménia, onde os pedidos de asilo são em menor número. A UE decidiu também reforçar os poderes da Frontex, a agência de controlo de fronteiras e instalar centros europeus de acolhimento em países terceiros, que reúnam os pedidos de asilo e organizem a viagem dos refugiados para a Europa. O primeiro centro-piloto será instalado na Nigéria. A Comissão destinou um orçamento total de 140 milhões para acções de assistência e cooperação com os países de origem dos refugiados.

Angolanos relançam projeto de bauxite na Guiné-Bissau

O retomar da cooperação entre Angola e a Guiné-Bissau passa pelo recuperar de antigos projetos angolanos de investimento, suspensos depois do golpe militar de 2012, com o novo governo de Bissau a apostar em Luanda para ajudar no projecto de relançamento da economia.

A Bauxite Angola planeia investir na Guiné-Bissau o equivalente a mais de 385 milhões de euros no relançamento da exploração das minas de bauxite de Madina de Boé, na região de Gabu, no leste do país. A região de Boé possui 9 jazigos de bauxite, 6 dos quais são de importância relevante, dadas as suas reservas e os elevados teores de concentração de minério. Os estudos realizados comprovam existirem reservas provadas da ordem de 110 a 113 milhões de toneladas de bauxite, a que se poderão ainda somar mais 100 milhões de toneladas que ainda não estão comprovadas. Estimando uma produção anual de cerca de 2 milhões de toneladas ao ano, a vida útil das reservas provadas será de cerca de 56 anos.

No âmbito do contrato de exploração das minas de bauxite, o governo de Luanda assumiu ao compromisso, em 2010, de construir um grande porto de águas profundas no braço de mar que banha a cidade de Buba. Com 18 metros de profundidade e capacidade para receber em simultâneo três navios de 70 mil toneladas de porte, este seria o maior porto de mercadorias da Guiné-Bissau e teria um impacto regional, podendo atender a necessidade de países vizinhos, como o Mali, um país sem saídas para o mar. Além do porto, Angola comprometia-se ainda a construir uma via rodoviária de ligação de Minhíme a Buba.

SOL prepara lançamento de canal de televisão

O semanário SOL, do grupo angolano Newshold, está a ultimar os preparativos do seu próprio canal de informação, que além de Portugal cobrirá Angola e Moçambique, repetindo as geografias já experimentadas com as edições de papel. José Marquitos, que há quatro anos trocou a vice-presidência no canal público RTP pela Newshold, lidera este dossier.

O canal SOL será distribuído exclusivamente através dos operadores de cabo e satélite e funcionará no piso zero das actuais instalações, onde estão a decorrer obras para o efeito. O lançamento do canal  será formalmente anunciado ainda antes do Verão, tendo já sido feitos contactos discretos com potenciais patrocinadores e investidores comerciais.

Em 2011, quando o cenário de privatização da RTP estava ainda na mesa, a Newshold foi dada, a par com a Cofina e com a Ongoing, como uma das mais fortes candidatas ao canal público. A contratação de Marquitos foi vista na altura como um reforço nas pretensões do grupo angolano, que tem a família Madaleno, do ex-presidente do BESA, Álvaro Sobrinho, como accionista.