Petróleo com tendência de alta

Os preços do petróleo deverão manter uma tendência de alta, devido à turbulência política no Médio Oriente e Norte de África e à recuperação das economias da zona da OCDE, antecipa a Agência Internacional da Energia (AIE), no seu último relatório mensal. A procura mundial de petróleo deverá atingir um total de 93,6 milhões de barris/dia, 1,1 milhões acima dos registos do ano passado.

Sonangol no offshore de Cuba

A petrolífera angolana Sonangol vai arrancar, já em 2016, com a prospecção e exploração de petróleo ao largo da costa de Cuba, no Golfo do México. Uma comissão mista Angola/Cuba, para aligeirar a cooperação entre os dois Países, semelhante à que foi recentemente constituída entre Luanda e Pequim, deverá ser criada em Junho.

PSD com financiamento angolano

O vice-presidente do PSD, Marco António Costa, esteve na semana passada em Luanda para encontros com a cúpula do MPLA. O retomar do investimento angolano em Portugal foi um dos temas da agenda política de Marco António Costa. Da repartição de comissões nestes negócios, disseram ao CONFIDENCIAL, ficará uma fatia para o financiamento do partido.

França reforça cooperação com Luanda

O Presidente francês, François Hollande, vai no próximo mês em visita oficial a Angola, a convite do seu homólogo angolano, José Eduardo dos Santos.

A visita de François Hollande insere-se no quadro do reforço das relações bilaterais e será marcada pela assinatura de vários acordos de cooperação entre os dois países, pondo um ponto final no período de tensão diplomática entre Partis e Luanda, na sequência do chamado Caso Angolagate, que envolveu a venda ilegal de armas a Angola e teve ramificações políticas em França. Em Abrir de 2014, José Eduardo dos Santos fez uma visita oficial a França, numa curta deslocação em que se fez acompanhar por uma forte delegação de ministros e empresários angolanos.

A França é o sexto fornecedor de Angola e o terceiro maior investidor no país, Os investimentos franceses em Angola ultrapassam os 10 mil milhões de euros, dominados pelo sector petrolífero, onde a Total tem a responsabilidade da extracção de quase 40% do petróleo do País.

Angola relança produção de gás natural

Angola vai recomeçar a produzir gás natural liquefeito (LNG) no último trimestre do ano, pelo que os primeiros carregamentos de exportação ocorrerão ainda do primeiro trimestre de 2016. A produção do Angola LNG foi suspensa a 10 de Abril de 2014, devido a uma falha num dos gasodutos do sistema de queima de gás.

O Projecto Angola LNG irá recolher, processar e comercializar cerca de 5,2 milhões de toneladas anuais de LNG por ano, produzindo também gás propano, butano e condensados, a partir do Soyo, no norte de Angola. Os accionistas são a Sonangol (22,8%), Chevron (36,4%), BP (13,6%), ENI (13,6%) e Total (13,6%).

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsariana. O gás associado à produção de petróleo tem até agora sido queimado ou reinjectado nos poços, pelo que o Angola LNG constitui uma solução para a redução da queima de gás e simultaneamente proporciona uma nova fonte de energia limpa.

O Angola LNG é um dos maiores investimentos alguma vez realizados na indústria angolana de petróleo e gás, num valor de 10 mil milhões de dólares, incluindo, além da fábrica, uma frota dedicada de sete navios-tanque de LNG e três cais de carregamento (LNG, líquidos e butano comprimido).

Postura dos Estados-membros será crítica para os resultados

A postura que o resto da Europa assumir na questão britânica será crítica para o resultado no referendo sobre a União Europeia, no Reino Unido

Detalhes sobre o referendo no Reino Unido à sua continuação na União Europeia foram publicadocs em 28 de Maio. Uma grande parte da atenção tem sido orientada para o impacto que o eventual Brexit (saída da EU) teria para o Reino Unido, mas é igualmente importante o papel que os restantes países europeus irão desempenhar na campanha, sobretudo tendo em conta a intenção de David Cameron em garantir uma renegociação dos termos da integração da Grã-Bretanha. Apesar de o reconhecimento de que uma saída do Reino Unido da UE teria um impacto significativo no projeto de integração como um todo, os governos europeus continuam relutantes em fazer concessões ao Reino Unido.

A publicação da Lei do Referendo UE em 28 de Maio, marcou o início do processo parlamentar para dar ao povo britânico a possibilidade de decidir o futuro das relações UE-Reino Unido. Ao mesmo tempo, David Cameron visitou várias capitais europeias tentando angariar apoio para uma renegociação antes de qualquer referendo.

A resposta dos parceiros da UE às suas propostas será crucial para o debate na Grã-Bretanha, não só para moldar a escolha a fazer pelo povo britânico, mas também para se definir o futuro da Europa de forma mais ampla. Afinal, não é apenas o Reino Unido que enfrenta uma escolha. Usando uma expressão do presidente dos Estados Unidos Lyndon Johnson, “a UE tem agora de decidir se quer o Reino Unido dentro da barraca, urinando para fora da UE, ou fora da barraca, urinando na UE”.

 

Pensamento europeu

Para Cameron, o projecto de lei do referendo cumpre o compromisso que fez, em Janeiro de 2013, e que tem o apoio quase total do Partido Conservador. Já houve uma avalanche de análises, especulações e debates sobre o que um Brexit significaria para o Reino Unido.

Goste-se ou não, a Europa em breve vai ver os cidadãos de um dos seus maiores Estados a debater se devem ou não travar a principal organização de cooperação e unidade pan-europeia. As implicações para a UE têm sido menos tratadas pela imprensa. Houve apenas um par de relatórios – SWP, DGAP, ECFR, Bertelssmann, Open Europe – a analisar o tema e o seu significado para a UE. Cada um varia em tamanho, foco e detalhes.

 

Esperanças e medos

Na Grã-Bretanha espera-se que um debate aberto sobre a Europa possa lancetar o “furúnculo político apodrecido em que a Europa se tornou”. Pode proporcionar um novo começo. Um voto de sucesso também poderá quebrar o medo de referendos da Europa, mostrando que os cidadãos dos Estados-membros podem e devem ser envolvidos directamente na discussão do futuro da Europa e da participação dos seus países.

No entanto, a Grã-Bretanha não é o único país a ter um relacionamento difícil com a UE. No Reino Unido o voto crítico é considerado uma possibilidade realista, mas alguns temem que os britânicos estejam prestes a desencadear um efeito dominó, que trará o caos à União, através de mais referendos. O resultado poderia ser um enfraquecimento lento da União.

Mesmo que o Reino Unido vote para permanecer na UE, a questão europeia na política britânica não ficará resolvida. Em vez de limpar a política britânica de um debate venenoso, a votação poderia ser apenas um placebo. A questão europeia na política britânica segue o caminho de muitos outros problemas e questões que moldam o Reino Unido actualmente.

Dentro ou fora da UE, o Reino Unido continuará a ser, como Stephen George uma vez descreveu, “um parceiro estranho ‘. Como qualquer historiador das relações UK-UE sabe, mesmo estando a Grã-Bretanha dentro da EU, isso não a impediu de continuar a “urinar” para o seu interior, em vez de para fora. O resto da Europa deve esperar a manutenção dos tempos difíceis que se avizinham. Por isso há quem se pergunte se não seria melhor banir a Grã-Bretanha de vez?

 

Perguntas embaraçosas

O resto da UE desempenhará um papel central na decisão de a Grã-Bretanha ficar ou sair. Aqueles que no Reino Unido defendem a saída seriam mais apoiados  por uma UE obstrucionista, que se recuse a renegociar os puttings outs. Esta seria uma “expulsão passiva”, a UE estaria fazendo pouco para manter a Grã-Bretanha.

Para chegar a uma decisão, o resto da UE terá de considerar três questões. Em primeiro lugar, qual poderá ser o custo económico para a UE das relações comerciais possíveis que se seguiriam a um Brexit? Um Reino Unido no exterior seria o maior parceiro comercial da UE. Será que algum acordo especial seria oferecido ao Reino Unido, ou esse risco complicaria as relações com outros Estados não membros da UE, para não falar da sustentabilidade do próprio mercado único? Não se deve esquecer que a Europa é acampamento, em que a maior tenda, a da UE está cercada e conectada a tendas menores, como as da EFTA e do EEE.

Em segundo lugar, como é que as relações do Reino Unido com a UE sobre questões de segurança e de defesa, devem ser articuladas? É que o Reino Unido não vai sair da aliança transatlântica da NATO, que articula com a política de defesa europeia.

Em terceiro lugar, que benefícios adviriam para a restante Europa da saída britânica? Ou haveria pouco benefício? Será o custo partilhado por todos, enfraquecendo os valores e o racional da integração europeia? Será que isso, de seguida, levará ao colapso da UE?

 

Procurando respostas

O trabalho ideológico sobre a Europa está a ser feito em todos os Estados membros.  É evidente que a posição da Alemanha é fulcral. Mas a dos outros países não deve ser menosprezada. No passado, Cameron fez o erro de assumir que todas as decisões eram tomadas em Berlim. Exagerou o poder da Alemanha, até porque todas as decisões são feitas pela Alemanha com vista às mais amplas políticas europeias e as relações não se circunscrevem apenas a relações bilaterais com o Reino Unido.

Em Setembro de 2014, a DGAP publicou um relatório composto por 26 pontos sobre o Brexit, escrito por investigadores de Centros de Investigação e Universidades de dezasseis Estados-membros da UE, nove países não pertencentes à UE, e de uma das instituições da UE em Bruxelas. As suas conclusões foram claras: enquanto há simpatia por algumas das frustrações do Reino Unido sobre a UE, há igualmente uma grande quantidade de frustração com a atitude do Reino Unido em relação à UE e aos outros Estados-membros. Como a contribuição holandesa evocava, a Grã-Bretanha sofre de uma sensação de ‘vitimização narcisista’ – de acreditar que só ela sofre com as falhas da UE e só ela sabe o caminho a seguir.

Há espaço para o compromisso, mas a renegociação e, em seguida o referendo – qualquer que seja o resultado -, vão deixar ambos os lados a gerir uma relação particularmente estranha.

É exactamente a pensar nisso que Passos Coelho avançou com uma proposta de reforma da União Europeia, mais uma vez optando por um alinhamento continental e federalista, e pela rejeição da opção marítima, mais nacionalista.

Esta opção germanófila vem, na Terceira República Portuguesa, da herança cavaquista que se distanciou dos EUA e do Reino Unido, para alinhar pela “estratégia do bom aluno de Bruxelas”. Passos avançará com a sua já no Conselho Europeu de 25 e 26 de Junho, definindo o aprofundamento da União Bancária e a criação do um mercado de capitais único, instrumento para o combate aos preços de transferência e critico para o passo seguinte da integração orçamental europeia, defendida por Lisboa.

 

Durão Barroso rompe com o “Portugal Velho”

Na véspera de assumir um lugar executivo no Clube de Bilderberg, o antigo primeiro-ministro de Portugal e ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, parece romper com a tradição da Terceira República, que Passos Coelho ainda protagoniza, e voltar ao alinhamento atlântico de Portugal, numa postura de Portugal novo contra o “Velho Portugal subserviente e bom aluno”, que foi empurrado para a falência por não ter a coragem de assumir interesses próprios relevantes e vitais para o seu sucesso como Estado. Foi isso mesmo que Barroso foi dizer nas Conferências do Estoril, colocando o dedo numa questão que sempre dividiu o País: o Portugal Novo e mais nacionalista, contra o Portugal Velho, dos interesses corruptos e dos poderes fácticos; o Estado da subserviência à Europa ou o da defesa consciente dos interesses portugueses no contexto da própria Europa.

Montepio na mira do La Caixa?

Se falhar a OPA ao BPI, como tudo parece indicar, o La Caixa poderá apontar agulhas a outro banco em Portugal. Com o Banif reservado para o segundo classificado na corrida ao Novo Banco, o Montepio Geral poderia converter-se no alvo dos catalães. Um cenário cada vez mais possível, perante a dificuldade da Associação Mutualista que controla o Montepio mobilizar os meios para capitalizar o banco.

Galp muda de imagem

A Galp está a preparar uma mudança da sua imagem corporativa. A nova imagem vai ser desenhada pela Ivity, de Carlos Coelho. A actual imagem da Galp também foi criada por Carlos Coelho, na altura na Novodesign/Brandia, quando António Mexia era o CEO da empresa e Miguel Setas o director de marketing.

Pedro Leitão a caminho da NOS

Pedro Leitão, o CFO da Portugal Telecom que recusou o convite da Altice para CEO da operadora portuguesa poderá ser o substituto de Miguel Almeida, como presidente executivo da NOS. Miguel Almeida, que transitou da Optimus (Grupo Sonae)  acaba o mandato em Dezembro e o seu substituto será indigitado por Isabel dos Santos, a empresária angolana que reparte o controlo da NOS com a Sonae.

Inspecção permanente do BdP detecta irregularidades graves

A inspecção permanente (SIP) que o Banco de Portugal mantém na Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), no âmbito da sua função de supervisão, detectou graves irregularidades no financiamento a empresa do Grupo Espírito Santo, no primeiro semestre do ano passado quando já eram conhecidos os problemas que levariam ao colapso da Rio Forte e do BES, e no financiamento a clientes do Montepio Geral, para que se tornassem sócios do Fundo de Capitalização da própria Caixa Económica. As operações em causa, que ainda não foram explicadas, são a razão por que o governador Carlos Costa recusará a idoneidade à actual equipa de gestão da CEMG e porque o então administrador Álvaro Dâmaso, optou por se demitir, antes mesmo de assinar as contas referentes ao primeiro semestre do ano passado.

Da actual equipa de gestão da CEMG, João Neves é o único que manterá a idoneidade e portanto o único que poderá manter-se em funções. Essa é a razão por que Tomás Correia foi forçado a abandonar a presidência da CEMG. Os resultados da inspecção só serão divulgados depois da saída de Tomás Correia, mas o CONFIDENCIAL sabe que o sócio angolano irregularmente financiado é Paulo Guilherme, filho do construtor José Guilherme, o mesmo que deu um presente de 14 milhões de euros a Ricardo Salgado. Paulo Guilherme é sócio em vários negócios em Angola de Pedro Flores Correia, filho de Tomás Correia.

Quanto aos financiamentos ao GES/BES, os inspectores do banco central querem saber que razões levaram os administradores a financiarem em 60 milhões de euros a Espírito Santo Hotéis, participada da holding Rio Forte, no início de Março, quando já era conhecido o risco de default do GES. Ainda mais estranho foi o financiamento de 30 milhões à própria Rio Forte, no início de Junho, que elevou a exposição total do Montepio ao GES, em seis meses, de 60 para 150 milhões de euros. Os inspectores suspeitam que por detrás operações estará o pagamento de comissões de subscrição. Mais detalhes na próxima semana.