Proibidos empréstimos a clientes e administradores para aquisição de acções de bancos

O Banco de Portugal vai recomendar, embora sem carácter vinculativo, a proibição de empréstimos a clientes para aquisição de acções do próprio banco, assente no pressuposto do direito de preferência sobre as acções adquiridas. O banco central recomenda ainda que os administradores das instituições sejam também interditos de contrair empréstimos para investimento directo no capital do banco.

Este é o resultado do grupo de trabalho sobre modelos e práticas de governo, controlo e auditoria das instituições financeiras, das quais deverá vir a resultar um Livro Branco para o sistema financeiro.

Millennium bcp e Montepio Geral são dois casos de bancos em que o supervisor detectou operações cruzadas de financiamento entre bancos e clientes.

Guiné Equatorial e Qatar interessados na Academia do Sporting

O Sporting está a montar uma gigantesca operação tendo em vista a criação de uma Academia de Futebol no Qatar ou na Guiné Equatorial. Ao contrário do que tem vindo a ser veiculado pela imprensa, o Sporting não necessita do investimento directo por parte de um destes dois países para pagar o investimento na contratação de Jorge Jesus e dos reforços para a equipa principal de futebol, que estarão a ser negociados pela SAD leonina.

O BESI tem mandato até 31 de Dezembro para encontrar investidores interessados em subscrever o anunciado aumento de capital da SAD, num valor até 18 milhões de euros. O CONFIDENCIAL sabe que José Maria Ricciardi, CEO do banco de investimentos, está a tentar angariar este investimento junto dos chineses da Haitong, que pagaram cerca de 400 milhões de euros pelo BESI. Além disso, o CONFIDENCIAL apurou que os três anos de contrato de Jorge Jesus não contemplam os 18 milhões de euros veiculados pela imprensa, mas sim 15 milhões de euros, ou seja, 5 milhões de euros por ano.

Holding internacional avança com marca CGD

O projecto de constituição de uma holding para as operações internacionais do grupo CGD continua em stand by, à espera de aprovação da tutela. O CONFIDENCIAL sabe que não há qualquer problema com a aprovação, embora o Ministério das Finanças queira articular o arranque da holding do banco público com as operações de outras instituições financeiras públicas de apoio às empresas e à internacionalização, nomeadamente a SOFID e a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), mais conhecida por Banco de Fomento. A constituição da holding internacional foi, aliás, o motivo pelo qual a actual administração da CGD sempre resistiu à imposição da troika, que exigia a venda de alguns negócios internacionais, nomeadamente em Espanha, como contrapartida dos apoios concedidos pelo Estado, ao abrigo da linha de capitalização da banca.

A criação da holding internacional implicará a utilização de uma mesma marca em todos os 23 países onde o grupo está presente. Segundo disseram ao CONFIDENCIAL, o grupo passará a utilizar em todo o mundo a marca CGD. A opção de usar a marca Caixa foi abandonada, por não poder ser utilizada em Espanha e no Brasil, dois mercados estratégicos para a internacionalização da CGD e onde existem bancos locais com nomes parecidos (La Caixa e Caixa Económica Federal, respectivamente). Além disso, o nome Caixa tem pouco significado nos mercados anglo-saxónicos e do Centro da Europa, como a Bélgica, a Alemanha ou a Suíça, importantes parceiros comerciais de Portugal, onde a CGD tem escritórios de representação. O grupo Caixa tem presença física em 23 países, na Europa, África, América e Ásia. Em Espanha, a CGD opera como Banco Caixa Geral, com uma rede de 110 agências e escritórios de representação no México, Venezuela e Suíça. É a mais importante operação do grupo no exterior, datando do início dos anos 90, quando a CGD adquiriu o Banco Siméon, o Banco de Extremadura e o Chase Manhattan Bank España (posteriormente baptizado como Banco Luso Español). A CGD tem também sucursais em Londres e no Luxemburgo (onde, além da sede, tem três agências), em França (46 agências) e em Madrid. Em África, está presente na África do Sul, onde o Mercantile Bank tem uma rede de cerca de 15 agências na região de Joanesburgo e desenvolve actividade de banca universal. Em Angola, o Banco Caixa Geral Totta de Angola é controlado a 51% pela Caixa Geral de Depósitos e pelo Banco Santander Totta, por intermédio de uma sociedade holding de direito português, a Partang. Os restantes 49% do capital são da Sonangol (25%) e dos empresários António Mosquito e Jaime de Freitas (12 % cada). Em Cabo Verde, o Banco Interatlântico está em terceiro lugar no ranking da banca no país, com uma rede de oito agências nas ilhas da Santiago, Sal, Boavista e São Vicente. A CGD tem 70% do capital, tendo como parceiros investidores locais. Também em Cabo Verde, a CGD controla, através do Banco Interatlântico, a maioria do capital do Banco Comercial do Atlântico (Cabo Verde), o principal banco comercial do país, presente em todas as ilhas do arquipélago, com uma rede de 32 agências e uma quota de mercado superior a 50%. A CGD controla também o Banco Internacional de S. Tomé e Príncipe (BISTP) e o Banco Comercial e de Investimentos (BCI), em Moçambique, com uma rede 120 agências, onde a sub-holding Caixa Internacional SGPS tem como parceiros o grupo BPI e o grupo moçambicano Insitec. Ainda no universo da CPLP, está a sucursal CGD em Timor-Leste.

Na América, a CGD detém o Banco Caixa Geral – Brasil, um escritório de representação em Toronto (Canadá), e sucursais nas ilhas Caimão, em Caracas (Venezuela) e EUA. Finalmente, na Ásia, o grupo conta o Banco Nacional Ultramarino (BNU em Macau), sucursais CGD na China, em Zuhai e Macau, e escritórios de representação na Índia, em Mumbai e Pangim (Goa).

 

Altice estuda aquisição do Diário Económico ou Público

Armando Pereira, accionista da Altice e chairman da PT, quer que o segmento dos conteúdos seja a nova bandeira da operadora e, dentro desta estratégia, está a preparar a aquisição de um título da imprensa escrita nacional. O CONFIDENCIAL sabe que Armando Pereira está indeciso entre dois títulos: Diário Económico ou Público.

O Diário Económico é um título de imprensa especializada, todavia, dispõe de um canal nas principais grelhas das operadoras portuguesas; por seu lado, o Público é muito forte no digital e é um meio generalista, que disponibiliza conteúdos mais abrangentes, ainda que represente mais investimento, uma vez que a priori será mais caro e tem um corpo de redacção mais pesado. A Altice estará mais interessada em explorar um canal próprio na sua rede, o que coloca a hipótese Público em primeiro lugar.

Falha nos rácios de Solvência II pode apressar venda

A companhia de seguros Açoreana, que o Banif tem à venda, não cumpre os rácios de Solvência II, que entrarão em vigor a 1 de Janeiro. O problema da falta de capitais da seguradora poderá apressar a sua venda, mesmo em termos financeiramente menos favoráveis, de forma a passar para os novos donos o problema da capitalização. A seguradora Liberty foi um dos grupos que já consultou o dossier, que também interessa à Caravelle (ex-Sagres), a seguradora controlada pelo corretora Sabesegue. A compra, disseram ao CONFIDENCIAL, será financiada por capitais angolanos.

A Liberty viu entretanto reduzida a sua carteira de clientes em Portugal em 35 milhões de euros, em favor do Santander, que no ano passado cedeu 51% dos seus negócios de seguros na Península aos holandeses da Aegon. No mercado já se comenta que a agressividade desta aliança hispano-holandesa fará com que o Santander Aegon suba rapidamente ao terceiro lugar do ranking das seguradoras não vida.

Obrigações do Benfica pagam dívida ao Novo Banco

O último empréstimo obrigacionista emitido pelo Benfica, no valor de 55 milhões de euros, será inteiramente alocado ao pagamento da dívida de 60 milhões de euros ao Novo Banco. O clube da Luz pondera entretanto fechar um acordo de parceria na área de telecomunicações com a Vodafone, assim que terminar o actual contrato com a MEO, de patrocínio da equipa principal. Como o CONFIDENCIAL anunciou em antecipação, a MEO dará o lugar de sponsor das camisolas do clube à companhia aérea Emirates, já a partir da próxima época, que arranca em meados de Agosto.

BNA reforça quantitative easing cambial

O Banco Nacional de Angola (BNA) aumentou na última semana o volume da venda de divisas à banca comercial angolana em mais de 134%, para 936 milhões de dólares, o equivalente a 840 milhões de euros. A injecção de divisas na banca angolana nesta primeira semana de Junho representou máximos de um ano, contrastando com os 400 milhões de dólares da semana anterior, que já tinha representado um aumento semanal superior a 30%. No início do ano, as vendas semanais do BNA chegaram a ser inferiores a 200 milhões de dólares.

A medida está em linha com o anúncio feito, a 28 de Maio, pelo governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior, do aumento do número de leilões semanais de divisas à banca comercial, uma das medidas previstas, por instrução do Governo, para descomprimir a actual crise cambial no país. O Governador do banco central reconheceu na altura que a redução de 30% na injecção de divisas pelo BNA na banca comercial, que se registava desde o início do ano, devido à quebra das receitas de exportação do petróleo, estava a refletir-se na actividade das empresas angolanas.

Depois das restrições à injeção de divisas, devido à projecção inicial macroeconómica assente numa quebra na cotação do barril de crude, o governador diz que o BNA tem hoje “elementos para flexibilizar esta gestão”, passando de dois para três leilões semanais, para regularizar o fluxo de divisas à banca comercial.

Altice sonda Global Media

Os franceses do grupo Altice sondaram o grupo Global Media, donos do Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e TSF e estudaram o dossier de venda do Económico. Os novos donos da Portugal Telecom já confirmaram que estão interessados em entrar no negócio dos media e da produção de conteúdos e estão a analisar várias oportunidades em Portugal. Meios do sector garantem também a existência de contactos entre a Altice e a Prisa, que em Portugal controla a TVI e a Media Capital Rádio, mas o preço exigido pelos espanhóis parece ter arrefecido o interesse dos franceses. Em aberto, mantém-se a hipótese de integração do diário Público, do grupo Sonae, no universo português da Prisa.

Angolanos favoritos na corrida ao ActivoBank

A solução para o ActivoBank, o banco digital que o Millennium bcp colocou no mercado, poderá não passar pela venda de 100% da participação, mas pela escolha de um parceiro para o negócio. Os espanhóis do Banco Popular, os chineses da Fosun (donos da Fidelidade) e os CTT estão a estudar o dossier, a par com os angolanos do Atlântico Europa, accionista e parceiro do Millennium bcp em Angola e Portugal e onde a Sonangol e o empresário Carlos Silva (do Banco BPA) controlam a maioria do capital.

Na análise das propostas, o Millennium bcp poderá optar por não escolher a melhor oferta em termos de preço, optando por uma solução de parceria estratégica. Neste cenário, a proposta do Atlântico Europa ganharia peso, compensando a Sonangol e Carlos Silva, também accionistas do Millennium bcp, pela não distribuição de dividendos nestes últimos anos. A solução angolana justificaria a contratação, no início do ano passado, de Diogo Cunha, para presidente executivo da instituição. O quadro português esteve 15 anos no BIG, de Carlos Rodrigues, e é considerado um dos melhores especialistas em banca e trading online.

Para Fosun, Banco Popular e CTT restaria a hipótese do Banco BEST, o banco digital do Novo Banco, que poderá ser vendido logo após a entrada dos novos donos no antigo BES. A Fosun já reconheceu o interesse no BEST.