Chineses pagam barragem de Caculo Cabaça

O governo angolano adjudicou a um consórcio chinês a construção da barragem de Caculo Cabaça, na bacia do médio Cuanza. O projecto mobilizará um investimento total de 4,5 mil milhões de dólares e será totalmente financiado pelo Banco Industrial e Comercial da China.

A barragem do Caculo Cabaça é um dos maiores projectos estatais em curso em Angola e está integrado no PIP, o Programa de Investimento Público. A construção tem um prazo previsto de 90 meses.

O executivo contratou um consórcio constituído pelas empresas chinesas China Gezhouba Group Corporation (CGGC) e Niara Holding para construir a nova barragem de Caculo Cabaça, na bacia do médio Cuanza, de acordo com um despacho presidencial de 12 de Junho. A nova barragem terá uma capacidade de produção de 2171 Megawatts de energia eléctrica.

Ferreira da Oliveira regressa ao petróleo

Ferreira de Oliveira, que no início do ano abandonou o cargo de CEO da Galp, vai liderar o Petroatlântico, um fundo de 3000 milhões de dólares, financiado por capitais canadianos, que vai investir na prospecção e produção de petróleo e gás natural em, Angola. Moçambique e Brasil. As operações do Petroatlântico estarão baseadas em Lisboa.

O regresso de Ferreira de Oliveira ao sector, está a gerar grande preocupação da Galp, que tem interesses nessas mesmas geografias. Fontes do sector, garantiram ao CONFIDENCIAL que a equipa da Petroatlântico será composta por quadros da área de exploração e prospecção da Galp.

Na mira da Petroatlântico estarão alguns dos activos que a Petrobás vai colocar à venda no Brasil, os blocos de Angola de onde os dinamarqueses da Maersk pretendem sair e os projectos de gás natural em Moçambique,

Seguro reúne em Lisboa e pode voltar em Outubro

 

António José Seguro, que se retirou nas Caldas da Rainha, jantou na semana passada com cerca de 20 dos seus apoiantes, num restaurante de Lisboa. O antigo líder do PS poderá aparecer na noite eleitoral, depois de um eventual desaire de António Costa nas legislativas.

A pensar nisso mesmo, o antigo líder do PS – afastado por um golpe de António Costa, Jorge Coelho e Mário Soares – poderá aparecer na campanha eleitoral apenas para mostrar solidariedade com o seu partido, mesmo que António Costa o não peça expressamente.

 António Costa para candidato presidencial?

O eventual regresso de António José Seguro à liderança do PS, depois das legislativas, poderia até ser pacífico e coincidir, segundo apoiantes do antigo presidente da Câmara de Lisboa, com o lançamento de um candidato presidencial próprio do Partido Socialista, que poderia ser Maria de Belém – uma candidatura que se vem organizando apoiada na estrutura de Manuel Alegre – ou mesmo António Costa, que claramente tem um perfil mais presidencial do que para líder do governo.

A possibilidade de um “tocar a reunir” no PS, depois das fragilidades provocadas por José Sócrates a partir da prisão de Évora, ou de uma derrota eventual nas legislativas, pode ser uma necessidade de sobrevivência do próprio Partido Socialista, cuja fragmentação interna parece ser a principal consequência do modo pouco elegante como António Costa tomou o poder dentro do PS.

Paz no PSD com contagem de espingardas

A elaboração das listas de deputados no PSD está a ser particularmente pacífica, com a expectativa de uma possível manutenção do poder. Passos Coelho assume o fecho das listas, mas os seus adversários internos, ou aqueles que se posicionam para a sucessão do líder, vão colocando as suas pedras.

O primeiro-ministro já disse que, não só não está em causa a liderança do PSD, como mesmo que não ganhe as eleições legislativas, não terá que abandonar o partido, até porque tem mandato até Fevereiro de 2016 e depois das legislativas ainda haverá as presidenciais.

Rui Rio colocou os seus homens a sondar os autarcas e deputados do PSD sobre o eventual apoio a uma candidatura presidencial, mas o antigo autarca do Porto não descarta a liderança do partido, para a qual se sente particularmente vocacionado.

Esta semana, o “Observador” avançava que Rui Rio esperava pelos resultados de Passos Coelho, nas legislativas, para escolher entre as presidenciais e a liderança do partido. Mas com o cenário provável de uma vitória do PSD, ou de uma derrota honrosa da coligação – em qualquer caso colocando-a em posição de negociar uma coligação com o PS –, os apoiantes de Rui Rio começam a trabalhar principalmente no cenário das presidenciais.

Francisco Pinto Balsemão, na apresentação da nova biografia do antigo autarca do Porto, apostou na mudança de ciclo com Rui Rio, atacando directamente Marcelo Rebelo de Sousa, que se tem multiplicado em contactos com as estruturas do PSD. Aliás, Marcelo, apesar de estar fortemente no terreno, tem travado as suas tropas, tendo mesmo esfriado relações com Marques Mendes, que estava semanalmente a forçá-lo a avançar (eventualmente pensando em criar espaço para si próprio).

O maior problema de Rui Rio continua a ser a sua forte conotação regional e a ligação a Marco António, o vice-presidente do PSD que o mês passado colocou como certa a candidatura presidencial de antigo autarca do Porto. Porém, o apoio explícito do líder da Impresa pode significar duas coisas: que se houver confusão política depois das legislativas, a diplomacia americana poderá ficar confortável com Rui Rio para defender os seus interesses, estando excluída a hipótese para já de Durão Barroso. Por outro lado, o apoio de Balsemão, que agora pode ser relevante, no Outono, com o agravar da crise no sector dos media, pode tornar-se um apoio mais tóxico.

Pedro Santana Lopes, por seu lado, continua com a mesma agenda que acertou em Fevereiro, sem dar nenhum passo no sentido das presidenciais antes de Setembro, posição que tem sido apreciada por Passos Coelho.

 

 

Homens da ONI/Cabovisão tomam contam da PT

Paulo Neves foi escolhido pela Altice para o cargo de CEO da Portugal Telecom. O ex- presidente da Agência para a Modernização Administrativa, de onde saiu em Abril, trabalhou entre 1999 e 2012 na ONni, a operadora de telecomunicações controlada pela Altice, mas que os franceses terão de alienar, por força dos remédios exigidos pela Autoridade da Concorrência para que a compra da PT pudesse avançar.

A escolha de Paulo Neves, afastou o nome de Diogo Simões Pereira, actual Diretor-Geral da Associação Empresários pela Inclusão (EPIS), que no final da emana passada chegou a ser dado como predidente executivo da PT

Paulo neves vai comandar uma  equipa que integra o ex-diretor-geral da Cabovisão, João Zúquete da Silva, que será o CO. o antigo presidente executivo da Oni, Alexandre Fonseca, que ficará com a área da tecnologia (CTO) e Guy Pacheco, que era director de planeamento e controlo na PT desde 2001  (CFO). Luís Nascimento, será o director para a área de consumo e particulares, e João Sousa assumirá a direcção da área empresarial.

A administradora com o pelouro do retalho é Helena Féria e a responsável de regulação é Marta Neves, duas administradoras que trabalham há muitos anos nas respectivas áreas.

 

Fernando Pinto começou a preparar venda a David Neeleman em 2013

Os primeiros contactos privados entre Fernando Pinto, o brasileiro que é presidente da TAP, e o empresário americano David Neeleman, que na semana passada venceu a corrida à privatização de 61% do capital da transportadora aérea, aconteceram em 2013, poucos meses depois de o governo ter anulado a primeira tentativa de venda da companhia a privados. O facto indicia que o presidente da TAP esteve durante mais de dois anos directamente alinhado com a proposta vencedora, a quem forneceu dados internos da companhia.

Em Dezembro de 2012, o governo decidiu não vender a companhia aérea TAP à Synergy Aerospace, do empresário Germán Efromovich, depois do então único candidato à privatização da empresa ter falhado a entrega das garantias bancárias necessárias.

Na sequência da privatização falhada, a administração da TAP iniciou contactos com David Neeleman, tendo em vista a venda da companhia. Pela parte da TAP, os contactos com Neeleman foram encabeçados pelo também brasileiro Michael Conolly, administrador com o pelouro financeiro da companhia.

Em Março de 2013, três meses depois da anulação da venda a Efromovich, a consultora Seabury, mandatada por Efromovich, fez chegar a Lisboa um pedido de dados sobre a TAP, incluindo as cópias dos contratos de trabalho, elementos sobre a actividade operacional da companhia e dos seus empregados (assiduidade, situação e categoria profissional, produtividade, etc.), acordos colectivos de trabalho, estratégia da empresa e resultados previstos para o horizonte 2013-2017. A Seabury pediu também as contas referentes aos dois últimos exercícios fechados (2012 e 2013) e sobre os planos de aquisição de aviões e de gestão da frota.

Em Abril de 2014, Michael Conolly acabaria por abandonar a administração da TAP, trocando Lisboa pelo Brasil, o seu país natal, para liderar as operações da TAP na América do Sul e Latina. Ficou também responsável por encontrar interessados e negociar a venda da TAP Manutenção e Engenharia Brasil. Mas, nessa altura, já Neeleman estava no radar da dupla Pinto/Conolly.

Altice corta metade dos directores de 1.ª linha

Depois de anunciar a suspensão por dois meses dos pagamentos a fornecedores, e de avançar com um plano de redução de 30% nos custos com fornecimentos externos, a Altice prepara agora a redução para metade dos cargos de direcção de primeira linha da Portugal Telecom. O corte nos lugares de chefia será acompanhado por uma proposta de redução dos salários. O CONFIDENCIAL sabe que a Altice vai anunciar a existência de 30 vagas para directores de primeira linha, com salários anuais de 50 mil euros. Os primeiros 30 dos directores actuais, a aceitarem a proposta, manter-se-ão ao serviço da PT, numa espécie de leilão. Os restantes serão dispensados.

Os directores que se mantiverem sofrerão também cortes nos benefícios, em particular nos carros de serviço, no plafond dos cartões de crédito e despesas e nos montantes das ajudas de custo.

Outra frente dos cortes serão as empresas de outsourcing. O CONFIDENCIAL sabe que a Randstad, principal parceira da PT na área dos call centers, foi convidada a apresentar uma proposta de redução do valor dos seus serviços. A alternativa à Randstad poderá ser a Reditus, com quem a Altice tem estado em conversações.

Entretanto, José Henriques é o nome que está em cima da mesa para presidente executivo da PT. O actual CEO da angolana Movicel passou pela Unitel, Deloitte, Vodacom (Vodafone África)  e Airtel. Como CFO da nova PT está confirmado o nome de Guy Pacheco, delfim do ex-CFO, Pacheco de Melo. Mário Seborro terá o pelouro empresarial. Miguel Martins, ex-Unitel e Nos, de onde saiu em ruptura com a accionista Isabel dos Santos, é outro dos nomes que correm nos bastidores para a nova administração.

Banco de Portugal pede actas

O Banco de Portugal pediu as actas de reuniões dos órgãos sociais da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), para averiguar se as irregularidades detectadas no âmbito das auditorias que realizou foram, ou não, discutidas e aprovadas em sede própria. A equipa do SIP (Supervisão e Inspecção Permanente), que o banco central tem instalada na CEMG, constatou que houve operações irregulares que passaram à margem do Conselho Geral e de Supervisão e do próprio Conselho de Administração. O pedido de actas indicia que a acusação contra o ainda presidente da CEMG, Tomás Correia, poderá estar para muito breve e confirma a recusa de certificação de idoneidade aos actuais administradores.

Entretanto, a situação de tesouraria do banco ameaça entrar em ruptura, com a linha de cedência de liquidez do Banco Central Europeu já esgotada e uma corrida de associados e depositantes. O Banco de Portugal está a acompanhar a situação, que poderá exigir uma intervenção ainda antes da tomada de posse da nova administração, liderada por José Félix Morgado.

O Montepio tem uma taxa de reestruturação de crédito muito acima do normal do mercado e nem sempre reportou essas operações, como o deveria fazer, ao Banco de Portugal. O denominado revolving de créditos obriga a constituir provisões para cobertura de risco, que resultarão numa diminuição de resultados e, por essa via, de capital. A não comunicação dessas operações prefigura uma situação irregular perante as autoridades de supervisão, e levou à necessidade de novo aumento de capital, entretanto já anunciado, mas difícil de concretizar na conjuntura actual.

Outra vertente da auditoria forense teve a ver com a exposição do grupo à família Costa Leite que, à data da compra do Finibanco pelo Montepio, era superior a 100 milhões e com pouca cobertura em termos de garantias.

O próprio negócio de compra do Finibanco esteve sob escrutínio das autoridades, pois, numa primeira due diligence, o Finibanco foi avaliado em 240 milhões, mas a venda acabou por ser feita por mais 101 milhões (341 milhões), sem justificação para o aumento do valor.

Há suspeitas de que o actual presidente do Montepio tenha recebido comissões, através de uma offshore de Singapura. Curiosamente, o cônsul honorário de Singapura em Lisboa é precisamente o mesmo Tomás Correia. As comissões, não declaradas fiscalmente, prefiguram um crime de evasão fiscal e estarão a ser investigadas no âmbito da operação Monte Branco.

Entre as irregularidades detectadas pela auditoria estarão ainda operações circulares entre o Montepio e alguns dos seus associados. Os auditores detectaram que o Montepio financiava veículos de investimento de associados e que depois serviam para comprar, à Caixa Económica, activos imobiliários dados como garantias de crédito, que entravam em incumprimento, libertando o balanço do banco.

 

 

 

 

Venda do “Económico” na recta final

A solução para o “Diário Económico” deverá estar concluída nas próximas duas semanas, antes da entrega do Novo Banco, principal credor do jornal, aos seus novos accionistas privados.

Como o CONFIDENCIAL revelou, na semana passada, o empresário Álvaro Sobrinho terá feito uma proposta de 7 milhões de euros pela compra do “Económico”, juntando-se assim ao leque de interessados em controlar o maior diário económico português e o canal de cabo que lhe está associado. Fontes que estão a acompanhar o dossier garantiram ao CONFIDENCIAL que a proposta de Sobrinho é superior em cerca de 2 milhões de euros à que foi apresentada pela também angolana Isabel dos Santos.

O Novo Banco, principal credor do “Económico”, já informou Nuno Vasconcelos, patrão da Ongoing, que a solução para o grupo terá de ser encontrada antes da privatização do banco. Se a Ongoing não avançar com a reestruturação, o Novo Banco ameaça com a execução dos seus créditos e com a tomada do controlo do “Económico”, tendo em vista a sua posterior alienação.

 

 

Portas exclui Secretário-geral

O secretário-geral do CDS, António Carlos Monteiro, deverá ficar fora das listas de candidatos a deputados pela coligação Portugal à Frente. António Monteiro desalinhou-se de Paulo Portas, o que o levou a ser excluído do Parlamento e, posteriormente, da lista de candidatos a vereadores do CDS à Câmara de Lisboa, onde esteve durante quatro anos. Paulo Portas funcionalizou António Monteiro, dando-lhe o cargo de secretário-geral, com o CDS a pagar-lhe um ordenado.