Conversações Cofina/“Observador” em stand by

As conversações para uma parceria entre o grupo Cofina e o diário digital “Observador” estão em stand by. A operação não reuniu um consenso no grupo que integra o “Correio da Manhã” e teve mesmo a oposição de Paulo Fernandes, accionista e presidente do grupo, que continua a preferir soluções internas. O stand by não significa que um acordo esteja posto de parte, mas que há uma reanálise do negócio.

A Cofina tem em curso um fortíssimo plano para expansão da sua área digital, que levou já ao lançamento de uma nova plataforma de classificados e que prosseguirá, até ao final do ano, com o desenvolvimento de novos produtos e canais de conteúdos online. No início do ano, o grupo contratou José Frade, para gerir a área comercial digital e de novos negócios.

Frade fundou a Media Contacts em 1999 e desempenhou funções de country manager da Havas Digital Portugal. Nos últimos dois anos esteve na Weborama, a trabalhar no lançamento de uma plataforma de gestão de big data e compra programática de publicidade.

 

Marcelo já tem financiamento para candidatura a Belém

Marcelo Rebelo de Sousa já conseguiu garantir o apoio financeiro necessário para custear a campanha para concorrer à Presidência da República.

O professor universitário tomou a iniciativa de iniciar contactos com apoiantes e financiadores, depois de Rui Rio ter feito divulgar que iria concorrer a Belém. Marcelo Rebelo de Sousa quis evitar ficar acantonado numa estreita faixa eleitoral, caso não desse sinais de desejo e disponibilidade para avançar, deixando o campo político-eleitoral do centro-direita entregue a Rui Rio.

Por isso, Rebelo de Sousa, depois de constituir uma estrutura ainda que informal de campanha, desenvolveu intensos contactos que lhe garantissem meios financeiros para custear a campanha eleitoral.

 

Paulo Portas quer cargo internacional

O presidente do CDS está a preparar o exercício de um cargo internacional, caso o Partido Socialista ganhe as eleições de Outubro.

Paulo Portas nunca escondeu o gosto pelo exercício de cargos fora de Portugal, sobretudo num cenário eventual de o seu partido voltar a sentar-se nas bancadas parlamentares da oposição. E o facto de ser, hoje, ministro dos Negócios Estrangeiros, tem-lhe proporcionado dar-se a conhecer às cúpulas dos Estados e das organizações internacionais.

O presidente do CDS tem especial apetência por cargos de relevo, quer nos órgãos da União Europeia, quer na NATO, para além das Nações Unidas. E Paulo Portas sabe que pode contar com o apoio de Washington, caso a sua preferência vá para o exercício de um cargo numa destas organizações internacionais.

Paulo Portas, sem abandonar a vida política, pretende fazer “a travessia do deserto”, depois de quatro anos de governo, longe das luzes da ribalta nacional, mas mantendo em aberto todas as possibilidades de capitalizar e criar espaço para poder voltar à cena política portuguesa.

Luís Montenegro prepara sucessão a Passos Coelho

O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, está a preparar a sua candidatura à liderança social-democrata, no cenário de derrota eleitoral da coligação Portugal à Frente, nas próximas eleições legislativas de Outubro.

Luís Montenegro acredita ser uma solução de consenso para ocupar o vazio provocado pela queda de Pedro Passos Coelho, se o PSD perder a confiança dos portugueses nas urnas.

O líder do grupo parlamentar social-democrata, para além de contar com o apoio de Miguel Relvas, que já o anunciou publicamente na recente entrevista ao “Expresso”, também contenta o actual controlador do aparelho social-democrata, Marco António Costa, coordenador da comissão política social-democrata e, na prática, número dois do partido.

Marco António Costa viu afastada qualquer possibilidade de suceder a Passos Coelho, em virtude das investigações de que é alvo. Mas isso não significa que o braço-direito do actual líder laranja decida não ter uma posição activa, se não determinante, na escolha do próximo presidente social-democrata, como consequência do efectivo controlo que exerce sobre o aparelho nacional social-democrata.

A opção Luís Montenegro é, para Marco António Costa, um cenário preferível a uma eventual liderança de Maria Luís Albuquerque.

9 mil repatriados com crise na construçao

A crise na construção e nas obras públicas em Angola deverá levar ao repatriamento de nove mil trabalhadores deslocados para Luanda ao serviço das grandes construtoras portuguesas. Desde Janeiro, já regressaram a Portugal três mil operários portugueses da construção, segundo dados do Sindicato da Construção de Portugal.

Fim do contrato de liquidez ameaça valor das UP

A Associação Mutualista do Montepio Geral registou a 26 de Junho o aumento do capital da Caixa Económica Monteio Geral (CEMG), no valor de 200 milhões de euros, ainda a tempo de reflectir esse reforço nos rácios de capital, relativos às contas do 1º semestre do ano

A CEMG decidiu em simultâneo não renovar o contrato de liquidez das unidades de participação no Fundo d Participação, que mantinha com o Montepio Investimento, desde a constituição do Fundo, em 2013. A não renovação significa que a partir de agora os detentores de unidades de participação terão de estar sujeitos às condições do mercado, caso pretendam vende-las. Ou seja, terão de encontrar compradores interessados.

Ao abrigo do contrato, o Montepio Investimento garantia a compra, mesmo se não houvesse comprador. O CONFIDENCIAL sabe que o Montepio Investimento estada a assegurar 100% da negociação das unidades nos últimos meses, dada a falta de compradores, e que mesmo depois da não renovação do contrato tomou firme mais de 100 mil unidades.

A não renovação do contrato de liquidez fará baixar as cotações em Bolsa das unidades de participação que, por efeito do contrato de liquidez, se mantinham estáveis nos 79 cêntimos, desde Abril. Tendo em conta que a Associação Mutualista subscreveu o aumento de capital ao valor nominal de 1 euros, com um prémio de 21 cêntimos face à cotação de mercado, nova baixa do valor implicará mais menos-valias potenciais para a Associação.

A compra de unidades de participação pelo Montepio Investimento estava a fazer a posição no Fundo de Participação das empresas do grupo Montepio (incluindo o Montepio Investimento, a própria CEMG, e as seguradoras do grupo), aproximar-se do limite de 20%, a partir do qual teria de consolidar o próprio Fundo nas suas contas e de deixar de contabilizar o valor do Fundo como capitais.

Itália reforça cooperação com Angola

Depois dos acordos com França, na semana passada, o presidente angolano José Eduardo dos Santos esteve, já esta semana, em Roma, para fechar um memorando para o reforço da cooperação com Itália. Angola é hoje o terceiro parceiro comercial subsariano da Itália.

Na edição deste ano da Feira Internacional de Luanda, Itália terá a segunda maior participação empresarial, depois de Portugal, contando com um total de 63 companhias, desde a agricultura e indústria, à maquinaria industrial e engenharia, passando pelas áreas do tratamento de lixos e águas e energia. A delegação italiana vai também promover Itália, no dia 21, data da abertura do evento, um fórum de debates e de negócios onde serão assinados acordos entre os ministros da Agricultura de Angola e de Itália.

Em Angola, a Empresa Petrolífera Italiana ENI tem em curso investimentos estimados em 4,5 mil milhões de dólares, para o desenvolvimento do bloco 15-06 que, até ao fim deste ano, vai produzir 100 mil barris por dia. Nos próximos três ou quatro anos, o bloco deverá produzir 200 mil barris de petróleo por dia.

A ENI está também interessada na exploração de gás, tendo proposto ao governo angolano a produção do mesmo, não só para a exportação, como também para a indústria local.

Na área das indústrias de Defesa e de Segurança, a Finmeccanica vai entregar a Angola seis helicópteros AgustaWestland, para uso civil e militar. A multinacional italiana está a avaliar a possibilidade de renovação de frotas de aeronaves angolanas, no sector da Defesa, mas também nos sectores do petróleo e gás.

Luanda contrata novos financiamentos externos

O governo angolano negociou com a Ecotech – Engineering & Technical Services um novo financiamento internacional de 500 milhões de dólares, dos quais 125 milhões para o apoio orçamental ao Programa de Investimentos Públicos, e os restantes 375 milhões para fornecimento de materiais, produtos e para a execução de projectos nas áreas da água e da energia. Esta é apenas a mais recente de um conjunto de operações de financiamento internacional que Luanda fechou, desde o arranque do ano.

A quebra na cotação internacional do petróleo deverá gerar este ano um défice público de 7,0% do Produto Interno Bruto (PIB). O stock da dívida pública subirá a 45,8% do PIB, segundo a mais recente revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE), aprovada em Março.

Luanda contratou nos últimos dias um empréstimo do Banco Mundial no valor de 450 milhões de dólares – acrescido de uma garantia de 200 milhões de dólares – e uma nova linha de apoio financeiro da China, esta última de valor não revelado.

Desde o início do ano, foram fechados acordos de financiamento com os franceses da Société Générale e do BBVA, no valor de 500 milhões de dólares cada, com os norte-americanos do Goldman Sachs e com o fundo britânico Gemcorp Capital, cada um com 250 milhões de dólares, e com os russos da VTB Capital, num montante de 1.500 milhões de dólares.

Em Junho somou-se um empréstimo de 123,7 milhões de dólares do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), para financiar um projecto de abastecimento de água e saneamento básico. Em Fevereiro, o banco sul-africano Rand Merchant Bank (RMB) anunciou que iria financiar o projecto de construção e reabilitação de duas estradas nacionais angolanas (EN 180 e 225), com um empréstimo de 216 milhões de dólares.

O OGE revisto define que a previsão da cotação do barril de crude para exportação, necessária para a estimativa das receitas fiscais, desce de 81 para 40 dólares. Esta revisão fará reduzir o peso do petróleo nas receitas fiscais angolanas, de 70% em 2014 para 36,5% este ano.

Taxa de 10% a transferências para o exterior

Angola passou a aplicar, a partir deste mês, uma Contribuição Especial de 10% às transferências de divisas para o exterior, em contratos de prestação de serviços de assistência técnica estrangeira ou de gestão, tendo em vista travar a fuga de capitais. O preâmbulo do decreto legislativo justifica a medida pelo impacto negativo que a quebra do preço do barril de petróleo teve nas reservas de divisas de Angola e nas receitas do Orçamento Geral do Estado.

“A maior parte das remessas abusivas de capitais para o exterior encontram-se estritamente ligadas às contratações de prestação de serviços de assistência técnica estrangeira ou de gestão”, refere o decreto.

Spin off da HP em Novembro

A Hewlett-Packard vai autonomizar a sua divisão empresarial, num movimento que, na prática, corresponderá ao spin off dessa área de negócios, com a criação de uma empresa independente. A actual HP Inc manterá o negócio de retalho, assente na venda de computadores, impressoras e consumíveis, enquanto na nova HP Enterprise ficará o negócio das soluções para empresas, como os servidores, a armazenagem ou a gestão de redes.

Em Portugal, Carlos Leite, actual Enterprise Group Country Manager, vai liderar a HP Enterprise, enquanto actual Director-Geral da HP Portugal, José Correia, se manterá nos comandos da HP Inc.

A divisão empresarial registou um lucro de 1.600 milhões de dólares, no ano passado, e vendas de 55,1 mil milhões, representando sensivelmente metade do volume de negócios agregado da actual HP. A HP Enterprise arrancará formalmente a 1 de Novembro e estará cotada na Bolsa de Nova Iorque.

A separação terá um custo de dissinergias, resultante da necessidade de duas sedes e da duplicação de todas as funções e departamentos de back office, estimado entre os 400 e os 450 milhões de dólares anuais.