Banco de Portugal chumba lista de Félix Morgado

O Banco de Portugal mandou para trás a lista de nomes que lhe foram apresentados, na semana passada, para futura administração da Caixa Económica Montepio Geral, liderada por José Félix Morgado. Sem pôr em causa o nome e a idoneidade deste último, indigitado para futuro presidente, em substituição de Tomás Correia, o banco central recusou-se a validar uma lista na qual constam elementos sem experiência no sector bancário e nomes cuja idoneidade está ainda em aberto.

O CONFIDENCIAL sabe que da lista proposta por Félix Morgado constavam os nomes dos actuais administradores Paulo Magalhães, Barros Luís e Pedro Ribeiro.

Direcção de programas da RTP debaixo de fogo

Os atrasos que se verificam na tomada de decisões na área da programação estão a gerar um considerável desconforto interno na RTP, mas também entre os produtores independentes que trabalham com a estação. Internamente começam a chegar críticas à falta de autonomia manifestada pelo Director de Programas, Daniel Deusdado, e é também evidente o desconforto que a área de conteúdos tem tido com a actuação de Isabel Carvalho, responsável pelo controlo financeiro da programação, e que, depois de uma fase de perda de poder em anteriores administrações, viu agora reforçado o seu papel, que sempre foi alvo de muitas críticas.

Por outro lado avolumam-se sinais de desconforto na própria administração – não só entre a área de conteúdos e a área financeira, mas também devido ao arrastar do processo de preparação das grelhas de programas da rentrée e de algumas decisões estratégicas na área de conteúdos, a cargo de Nuno Artur Silva, atraso que deixa incomodado o Presidente da RTP, Gonçalo Reis.

Cofina muda direcção da “Máxima”

A possibilidade de Joe Berardo roubar a edição portuguesa da revista “Vogue” à Cofina já está a fazer baixas no grupo de Paulo Fernandes. Sofia Lucas, directora da revista “Máxima” (a outra revista feminina da Cofina) e que estava apontada como provável directora da futura “Vogue”, foi dispensada pela Cofina. A sua substituta será Fernanda Soares, que larga a direcção da rival “Saber Viver”.

A transferência da revista, da Cofina para Berardo, poderia levar à mudança da actual directora da “Máxima”, Sofia Lucas, para a direcção da “Vogue”. Lucas é amiga pessoal de José Santana e deu o seu rosto numa campanha de relançamento da GQ nas redes sociais, um facto que desagradou à administração da Cofina.

Como o CONFIDENCIAL noticiou, a 24 de Junho, Joe Berardo é o financiador secreto por detrás do relançamento da revista masculina GQ em Portugal, sob licença do grupo americano Condé Nast. O investidor madeirense quer até reforçar a sua presença nos mídia, estando neste momento a negociar com a Condé Nast um acordo de exclusividade para a edição em língua portuguesa de outros títulos do grupo americano. Um acordo com Berardo implicará o fim do contrato de edição que a Condé Nast tem com a Cofina, dona do “Correio da Manhã”, para a edição em português da revista feminina “Vogue”.

A edição portuguesa da GQ foi editada pelo grupo Cofina até Dezembro do ano passado, num pacote de licenciamento que incluía ainda a “Vogue”. O encerramento súbito do título masculino minou as relações entre a Cofina e os americanos, que nunca gostaram que o parceiro português editasse também a “Máxima”, uma revista directamente concorrente da “Vogue”.

Nesta nova etapa, a GQ Portugal mantém como director José Santana, que saiu da Cofina aquando do fecho do título. Santana aparece também como principal accionista da editora da revista, com 40% do capital social, a par com duas sociedades registadas em países de leste, que funcionarão como testas de ferro de Berardo.

Na Cofina, os mais resultados do último trimestre levaram já a nova reestruturação. No Brasil, a operação dos gratuitos “Destak” tornou-se deficitária e os cenários na mesa vão desde o downsizing do negócio, com o encerramento do jornal nalgumas das cidades menos importante, à venda de toda a operação a parceiros locais.

Guerra pela controlo do “Expresso” ao rubro

A situação interna no Grupo Impresa, que integra a SIC, o semanário “Expresso” e a revista “Visão”, está cada vez mais quente. Na guerra pelo controlo da direcção do mais influente semanário português, o subdirector João Vieira Pereira conta com o apoio do novo director da “Visão” João Garcia, e do antigo director do “Expresso” Henrique Monteiro, contra o director-executivo, Pedro Santos Guerreiro.

Costa tenta travar Maria de Belém e Santana e Marcelo piscam o olho à esquerda

Para travar o avanço nas presidenciais de Maria de Belém Roseira, António Costa prometeu-lhe publicamente  a liderança da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa caso o PS venha a ser governo. António Costa não quer com isso afastar Pedro Santana Lopes, o actual provedor, mas considera há muito tempo que o antigo primeiro ministro é quem está em melhor posição para ser o candidato do centro direita às presidenciais, com muito melhores condições que Marcelo Rebelo de Sousa ou Rui Rio.

A actual deputada do PS e ex-ministra da Saúde já foi vice-provedora da Santa Casa de Lisboa de 1988 a 1992, quando o número 1 da instituição era o padre Vítor Melícias, escolhido pelo então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva.

O avanço de Maria de Belém para as presidenciais é duplamente perigoso para António Costa. Por um lado, organiza a oposição interna e prepara-a quanto antes para tomar o partido caso António Costa tenha um resultado pouco satisfatório e por outro lado, avançando antes das Legislativas complica a mensagem do Partido Socialista.

Neste momento, depois da dureza da posição de Passos Coelho relativamente à Grécia e a sua ortodoxia austeritária, as coisas parecem estar a melhorar no campo do PS, podendo-se ter invertido neste final de junho a tendência que vinha do mês passado de uma aproximação entre a Coligação e o PS.

Neste contexto, António Costa quer aproveitar a dificuldade de Pedro Passos Coelho em passar a  sua mensagem, e a última coisa que quer neste momento é que Maria de Belém avance para as presidenciais.

Presidenciais à direita

Considerando que o primeiro-ministro está a fazer o impossível, ao apresentar-se como o homem da austeridade e depois o candidato da esperança que vai recuperar o País, Pedro Santana Lopes esta semana esteve na SIC-Notícias a analisar a entrevista de Passos Coelho e  colocou-se na mira de fogo dos passistas que consideram que o Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa estaria a criar ruído em plena pré-campanha eleitoral.

Esta situação, consideram, até faria sentido por quanto estando Passos Coelho aparentemente entendido com Rui Rio, para o apoio do PSD à sua candidatura presidencial, e mantendo Santana Lopes a intenção de ser candidato, o ataque à actual cúpula do partido permitiria um distanciamento ao social democrata, o que lhe daria  espaço para uma candidatura independente ao centro, que poderia recolher os votos de Maria de Belém Roseira, que Sampaio de Nóvoa nunca conseguirá ter, e deixando ao candidato Rui Rio o discurso nacionalista de extrema direita.

Aliás, como recentemente comentou Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes sempre preferiu ter um candidato à sua direita para poder estar mais à vontade ao centro.

Por seu lado, o professor de Direito também não desistiu da corrida presidencial, considerando meios que lhe são próximos que, no final. o PSD escolherá o candidato melhor colocado nas sondagens, e que não é o líder regional Rui Rio, nem o Provedor da Santa Casa de Misericórdia, Santana Lopes.

Sem estar na corrida, porém, Pedro Santana Lopes tem visto a sua posição nas sondagens a melhorar, indo buscar votos até ao PCP, ainda que no eleitorado de direita seja uma escolha ainda abaixo de Marcelo Rebelo de Sousa, mas com a distância agora mais reduzida (17% para 24%).

A demarcação de Pedro Santana Lopes do discurso do actual primeiro-ministro, neste contexto, pode ser crítica para o sucesso da sua eventual candidatura a Belém, até porque o centro direita só ganhará as eleições presidenciais se o seu candidato conseguir entrar na esquerda.

A questão Europeia, e em particular a questão grega, tem servido aliás para os candidatos se reposicionarem relativamente à ortodoxia de Passos Coelho, piscando o olho à esquerda e dando eco à opção emocional dos portugueses contra a germanização da Europa.

Aliás o excesso com que o ministro das Finanças alemão tratou a questão grega pode ter sido a machadada final no prestigio alemão dentro da União Europeia e representar mesmo o começo do declínio da sua influência hegemónica, o que deixará a direita germanófila portuguesa (leia-se Passos Coelho e Paulo Portas) em situação pouco confortável.

Passos em entrevista na TVI na próxima semana

Esta semana esteve na SIC e, na próxima, o primeiro-ministro estará na TVI. Duas entrevistas de formatos diversos mas que são críticas para a Coligação passar a sua mensagem. Passos Coelho optou por ser coerente com a sua governação e baixar expectativas, mas poderá a estar a esticar demasiado a sua mensagem de que levará mais uma legislatura para que os portugueses recuperem o poder de compra perdido com a austeridade.

Um discurso difícil mas que não tem sido contestado dentro do PSD onde as listas estão a ser feitas, deixando de fora, sem grande polémica, os autarcas sociais-democratas e apostando em alguns rostos de mulheres e independentes. As listas deverão estar prontas até ao Conselho Nacional do PSD do final do mês de Julho, sendo já certo que Rui Rio não será o cabeça de lista pelo Porto e que Paulo Portas deverá ir, com Passos Coelho, nos primeiros dois lugares da lista de Lisboa.

 

Pires de Lima sai do governo. EDP é hipótese, se Mexia sair para BPI/BCP

António Pires de Lima não aceitará continuar ministro da Economia no próximo governo, caso a actual maioria ganhe as legislativas, e já terá comunicado a sua decisão aos mais próximos, incluindo ao seu amigo e vice-primeiro-ministro Paulo Portas. Na contagem de pastas de um futuro governo, o CDS desejaria manter o Ministério da Economia, para onde o actual secretário de Estado do Turismo, Sérgio Monteiro, uma das estrelas centristas do executivo, é um forte candidato.

Com o seu antigo lugar de CEO da Unicer tapado pelo seu sucessor, João Abecassis, Pires de Lima terá de apontar a outro sector. O lugar de António Mexia na EDP seria um destino desejado, caso o actual CEO da eléctrica decida regressar à banca, para comandar os destinos do futuro superbanco, que nascerá da fusão do BPI com o Millennium bcp.

Samsung, sponsor do FC Porto

A Samsung vai ser a patrocinadora do FC Porto para as próximas épocas, reforçando o envolvimento da marca coreana com o futebol, que em Fevereiro anunciou também que passará a ser um dos principais sponsors da I Liga Portuguesa de Futebol.

Depois do anúncio da Emirates como sponsor do campeão Benfica, a Samsung analisou as condições que lhe foram propostas pelo Sporting e FC Porto. O clube de Alvalade teria a vantagem de gerar menos anticorpos clubísticos e de ter criado grandes expectativas com a contratação do treinador Jorge Jesus, mas era o FC Porto que garantiria à partida melhores resultados e maior visibilidade internacional.

Shearman & Sterling LLP quer anular resolução no BES

No âmbito da medida de resolução no BES, a Sherman & Sterling LLP, que representa um grupo de 120 investidores internacionais avançou com o processo contra o Banco de Portugal, Ministério das Finanças e contra o próprio Fundo de Resolução, neste caso contra os accionistas do Fundo. O objectivo é a anulação da medida de resolução no Banco Espírito Santo.