Isabel dos Santos deixa cair fusão BPI/BCP, mas quer reforçar no BFA

A empresária angolana Isabel dos Santos desistiu da proposta de fusão do BCP com o BPI, onde é a segunda maior accionista, apostando agora num reforço da sua posição no BFA, o lucrativo banco angolano do grupo BPI. No BFA, o BPI controla 51% do capital e os restantes 49% são da Telecom angolana Unitel, na qual Isabel dos Santos é a accionista de referência, com uma posição de 25%.

O BPI vai ter de diminuir a sua posição no BFA, pois o facto de controlar a maioria obriga a integrar nas suas contas a totalidade do risco das aplicações com dívida pública angolana. Na impossibilidade de cobrir estes riscos com um aumento de capital pesado, cumprindo as novas exigências do Banco Central Europeu, a solução passaria pela alienação de parte da posição, reduzindo-a abaixo dos 50% e evitando a integração a 100% dos riscos com Angola.

No primeiro semestre, quase 90% dos resultados líquidos do BPI foram gerados no BFA.

Contestatários perdem guerra no “Expresso”

A redacção do semanário “Expresso” está em vias de pacificação, com a vitória da dupla de directores Ricardo Costa-Pedro Santos Guerreiro e o afastamento dos contestatários à linha da actual direcção. Depois da saída de João Garcia para director da revista “Visão”, o subdirector João Vieira Pereira estará a caminho da SIC, o canal de televisão do grupo.

Do grupo de contestatários mantém-se apenas no “Expresso” o antigo director Henrique Monteiro, embora sem cargo e sem funções executivas. A derrota dos contestatários alterará o equilíbrio das agências de comunicação na redacção, com João Líbano Monteiro a perder peso e influência, e Luís Paixão Martins a manter-se como principal influenciador do mais importante semanário do país.

Ex-secretário de Estado de Passos lidera UBSIF-CPLP

Francisco Almeida Leite foi o promotor da ideia que visa a criação da associação de direito privado sem fins lucrativos destinada a desenvolver os laços institucionais e comerciais entre os Bancos, Seguradoras e Instituições Financeiras da CPLP.

A escritura pública de constituição da União de Bancos, Seguradoras e Instituições Financeiras da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (UBSIF-CPLP) foi assinada na terça-feira. Assim, a UBSIF-CPLP classifica-se como uma associação de direito privado sem fins lucrativos, destinada a desenvolver os laços institucionais e comerciais entre os Bancos, Seguradoras e Instituições Financeiras da CPLP, como forma de potenciar o desenvolvimento económico dos respectivos países, partilhando melhores práticas e fomentando análises e reflexões estratégicas do sector financeiro, vitais para o crescimento harmonioso das economias dos diversos Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

Esta iniciativa surge na sequência da realização do 1º Encontro de Bancos, Seguradoras e Instituições Financeiras dos Países da CE-CPLP – “Declaração de Lisboa”, que teve lugar em Lisboa, no dia 2 de junho de 2014. A constituição da União mereceu aprovação prévia por parte do Comité de Concertação Permanente da CPLP, onde têm assento os embaixadores de todos os Estados-membros, com a coordenação do Secretário Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, o Embaixador Isaac Murade Murargy.

O objecto social da UBSIF-CPLP é “promover e dinamizar as relações entre as instituições suas associadas, constituindo-se como foro multilateral privilegiado para o estabelecimento de relações de cooperação no domínio da banca, seguradoras e instituições financeiras”, podendo nesse âmbito “representar e defender os interesses dos associados no quadro da CPLP”. Subjacente à criação desta associação está também o “apoio aos Países membros da CPLP na promoção de instituições multilaterais de desenvolvimento da CPLP.”

A escritura contou com a presença do Administrador Executivo da SOFID, Francisco Almeida Leite, o Professor Universitário do Centro de Estudos Europeus e Relações Internacionais, Esmeraldo de Azevedo, e o Administrador Executivo do Grupo Domínio de Capital, Bernardo Theotónio Pereira. Brevemente será apresentada uma proposta com o plano plurianual de atividades a todos os associados da UBSIF-CPLP, detalhando o conteúdo e calendário das mesmas.

Altice dará preferência a quem apresentar proposta conjunta ONI+Cabovisao

A Altice ainda está a decidir se vende a ONI à Interoute, que lhe apresentou a proposta de compra mais interessante, sabe o CONFIDENCIAL Nada está ainda decidido. A Altice tem urgência em vender, mas vai fazer um compasso de esperar e depois dará preferência a quem lhe apresentar a melhorn proposta conjunta pela ONI e Cabovisão

Como o preço está inflacionado, parece que a Vodafone, um dos principais candidatos, poderá retirar a sua oferta para tentar baixar o valor e voltar depois a entrar na corrida.

 

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Energia na mira do investimento chinês

O peso do financiamento da China a Moçambique deverá crescer quase 50%, face aos valores actuais, com um novo empréstimo de 400 milhões de dólares, anunciado na semana passada, para a construção de 600 quilómetros de linha eléctrica entre as províncias da Zambézia e Nampula. A China já é o maior credor de Moçambique, depois de ter aumentado, em 160% desde 2012, o financiamento ao país, onde estão a ser preparados importantes investimentos com capital chinês.

A construção da central norte do aproveitamento hidroeléctrico de Cahora Bassa, um investimento de 368 milhões de euros, conta com a participação da China Three Gorges e a State Grid, accionistas da EDP e da REN, respectivamente.

A State Grid pretende ainda financiar e construir a central hidroeléctrica de Mpanda Nkua, projectada para ser a segunda maior do país. O projecto foi inicialmente entregue a construtoras brasileiras, em 2010, mas sofreu vários atrasos e problemas, devendo agora ser relançado com o apoio de capitais e de construtoras chinesas.

 

 

A ratificação no Parlamento Europeu promete ser altamente contestada

Quando as negociações sobre a Parceria de Comércio e Investimento Transatlântica (TTIP) estiverem concluídas, o acordo terá de ser aprovado no Parlamento Europeu (PE), antes de poder entrar em vigor. Mas será possível no Parlamento actual garantir o apoio suficiente para aprovar a TTIP?

A recente decisão de adiar o debate sobre a TTIP no Parlamento Europeu pode dar uma indicação sobre o sentido do voto no hemiciclo.

A votação sobre o adiamento indica que o centro-direita apoia a TTIP, e que a esquerda e a extrema-direita se opõem, enquanto o centro-esquerda está profundamente dividido. No entanto, a base ideológica para o comportamento eleitoral dos deputados sugere que os negociadores devem ser capazes de alcançar um acordo que atraia o apoio de um número suficiente de deputados, que se abstiveram na votação 10 de Junho.

 

A 10 de Junho, o Parlamento Europeu (PE) tinha planeado votar uma resolução sobre a Parceria de Comércio e Investimento Transatlântica (TTIP). Tais resoluções sobre os acordos comerciais não são vinculativas, mas muitas vezes indicam os termos em que o PE está disposto a aprovar.

 

No entanto, o presidente do PE, Martin Schulz, decidiu adiar a votação devido ao grande número de alterações propostas. Era necessário mais tempo para a comissão de comércio internacional do PE avaliar as alterações e para o próprio grupo político de Schulz, dos Socialistas e Democratas (S&D), superar as suas divisões internas sobre a questão. O PE decidiu posteriormente adiar o debate sobre a resolução, presumivelmente para evitar o caos e a incerteza que poderiam resultar de um debate sobre centenas de emendas.

 

A votação do adiamento, a 8 de Julho, foi altamente política, e o PE ficou profundamente dividido. Dos 401 deputados que participaram na votação, 183 (46%) votaram a favor do adiamento, enquanto 181 (45%) se opuseram a ele, e 37 (9%) se abstiveram. Como uma maioria simples era suficiente, o debate foi adiado de facto. Uma coligação de democratas-cristãos (PPE), conservadores (ECR) e liberais (ALDE) venceu a votação apertada e o resultado sugere que a eventual aprovação da TTIP não é certa.

 

Há pouca base legal para a afirmação de Schäuble, de que a reestruturação da dívida é incompatível com o euro

Um dos argumentos jurídicos fundamentais em relação à crise da dívida grega é que uma reestruturação da dívida da Grécia seria incompatível com as regras contidas no articulado do Tratado da União Europeia (UE). O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, foi um dos que afirmou que um corte da dívida seria incompatível com a adesão à própria Zona Euro. Claramente não há consenso sobre este princípio. Veja-se a interpretação feita pelo Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, que noutros casos sugere que o alívio da dívida pode estar abrangido pelos tratados.

Uma e outra vez o governo alemão tem enfatizado que a União Monetária Europeia e a sua governança estão baseadas em regras, e que estas regras são concebidas para evitar decisões de contracção de empréstimos irresponsáveis ​​e reforçam o mecanismo de mercado na monetização de dívidas soberanas. Este raciocínio está subjacente num documento interno do Ministério das Finanças alemão, datado de 10 de Julho de 2015, que comenta as propostas da dívida grega do dia anterior.

Na verdade, o paper menciona explicitamente um dos pilares do quadro regulamentar da União Económica e Monetária, a chamada “cláusula de não bail-out”, prevista no artigo 125º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE), e que, na sua parte relevante, prescreve que os Estados-membros não serão responsáveis por assumir compromissos de outro Estado-membro… A partir daqui, é toda uma aparentemente convincente e implacável lógica que se desenrola no documento alemão.

Duas soluções são identificadas:

  1. Ou a Grécia permanece na Zona Euro, caso em que a imensa dívida não poderá ser reestruturada porque qualquer alívio seria uma violação do art.º 125 do TFUE. Portanto, a Grécia é obrigada a empreender grandes esforços para alcançar a sustentabilidade da dívida de outras maneiras, incluindo a transferência de 50 mil milhões de euros de valiosos activos gregos para um fundo externo, que, em seguida, serão vendidos para pagar a dívida.
  2. Ou, alternativamente, a Grécia sai temporariamente da Zona Euro (o paper fala de um “time-out” de cinco anos), para que as dívidas possam ser perdoadas ou reestruturadas fora das restrições da união monetária.

Enquanto as escolhas são duras – continuação da inclusão da Grécia na zona do euro, mas privatizações de longo alcance e uma consideravelmente mais extensa perda de soberania do que em propostas anteriores e acordos de assistência ou, em alternativa, a saída da zona do euro, mas o alívio da dívida –, o paper é ostensivamente sincero e redigido com o desejo de encontrar uma solução para um problema político e económico extraordinariamente complexo dentro das limitações constitucionais da Eurozona, com base nas regras de um Estado de Direito.

A Grécia, é evidente, tornou claro que deseja permanecer dentro da Zona Euro, o que deixa o governo grego com apenas uma escolha, como se verificou no Conselho Europeu antes do acordo de princípio. No entanto, seguindo a lógica da tomada de posição, esta não é uma função de chantagem, como alegado por alguns comentadores, mas a necessidade de respeitar o quadro baseado em regras da união monetária, sem o qual esta não poderia funcionar correctamente.

É claro que as regras têm sido flexibilizadas para outros Estados-membros e sobretudo foram anteriormente violadas por alemães, franceses e holandeses, pelo que a actual interpretação restritiva dos tratados é vista como o diktat alemão e levou a Europa emocionalmente a colocar-se do lado dos gregos, contra a Alemanha, e Passos Coelho e Mariano Raroy que, por razões internas eleitorais, apoiaram os alemães.

Pelo mesmo raciocínio, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, continua a enfatizar que uma saída da Grécia da Zona Euro seria a melhor opção, mesmo após se ter chegado a acordo na cimeira da Zona Euro de 12 de Julho. Schäuble afirmou que a dívida da Grécia poderia então ser reestruturada, enquanto um “corte da dívida é incompatível com a pertença à união monetária”. Com efeito, como foi relatado na imprensa financeira, Berlim sinalizou que “a Alemanha iria apoiar generosamente Atenas, incluindo um corte da dívida”, no caso de um Grexit.

O problema com essa lógica é que ela é baseada numa premissa falsa: que há uma interpretação correcta, evidentemente, do art. 125º do TFUE, e que esta interpretação proíbe o alívio da dívida de um Estado-membro da Zona Euro.

As questões legais são controversas, mas uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia sobre uma questão relacionada, a compatibilidade do auxílio ESM (European Stability Mecanism) com o art. 125º do TFUE, dá alguma orientação.

O Tribunal explica que o art. 125º do TFUE “não se destina a proibir a União ou os Estados-membros de concederem qualquer forma de assistência financeira a outro Estado-membro». O Tribunal de Justiça distingue, portanto, entre a assunção de um compromisso existente e a criação de um novo. Este último está em conformidade com o Tratado, «desde que as condições associadas à assistência sejam susceptíveis de levar esse Estado-membro a aplicar uma política orçamental sólida. Assim, nem apoio financeiro sob a forma de uma linha de crédito ou empréstimos, nem compras de títulos soberanos no mercado primário para a assunção de dívidas existentes de um Estado-membro, são contra o art. 125º do TFUE. Da mesma forma, a compra de títulos no mercado secundário não está em violação da cláusula de não-socorro, porque o preço pago é determinado pelas “regras da oferta e da procura no mercado secundário dos títulos”, ou seja, o risco de falência é, presumivelmente, já descontado no preço.

É controverso se o art. 125º do TFUE deve ser interpretado literalmente, como as citações acima parecem indicar (para um panorama do debate na literatura jurídica alemã, ver a contribuição por Eberhard Grabitz, Meinhard Hilf e Martin Nettesheim). Note-se que a interpretação do próprio Tribunal de Justiça pode ser vista como levantando algumas dúvidas quando menciona que, no âmbito do Tratado do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), “qualquer assistência financeira… deve ser reembolsada ao MEE pelo Estado-membro destinatário e… o montante a ser reembolsado é incluir uma margem adequada”.

No entanto, resulta claramente do acórdão que a admissibilidade de medidas de assistência deve ser avaliada no âmbito de art. 125º do TFUE e não no Tratado MEE/ESM. A provisão destina-se a abordar o problema do risco moral que surge quando as dívidas são mutualizadas, incentivando os Estados-membros para manter a disciplina orçamental. Para atingir este objectivo, é essencial que o Estado-membro esteja sujeito à disciplina do mercado ex ante, ou seja, o mercado não fixar um preço aos títulos do governo com base na expectativa de que o Estado-membro receberá assistência financeira quando este tem uma crise de liquidez. Por outro lado, se o MEE é reembolsado na totalidade, e se ele cobrar uma margem adequada, não influencia as expectativas do mercado e, consequentemente, mantêm-se os incentivos para os Estados-membros manterem a disciplina orçamental antes que ocorra uma crise de liquidez.

Não obstante as ambiguidades do acórdão, a interpretação do Tribunal de Justiça é, naturalmente, vinculativa para os Estados da União. Por várias razões, a decisão do Tribunal sugere que o alívio da dívida não fere o Tratado. Se a concessão de apoio financeiro sob a forma de criação de uma nova dívida, sob rigorosa condicionalidade, não é qualificada como assumindo os compromissos de outro Estado-membro, é difícil argumentar que a concessão de mais ajuda sob a forma de a redução dessa mesma dívida pelo mesmo credor, novamente sob rigorosa condicionalidade, possa ser julgada de forma diferente. Além disso, ela parece contemplar ainda a reestruturação da dívida, estendendo que é possível alterar a data dos vencimentos no âmbito do quadro legal existente. Se este for o caso, é difícil entender por que uma operação que tem o mesmo efeito económico, nomeadamente a redução do valor nominal em dívida, deva ser ilegal.

Finalmente, como o advogado-geral do TJUE salientou, uma vez que o texto da disposição não é totalmente claro, devemos estar conscientes de que um dos grandes objectivos da União é a promoção da “solidariedade entre os Estados-membros” (Art. 3º ( 3) Tratado da União Europeia), que milita contra uma interpretação restritiva do art. 125º do TFUE. Pode ser afirmado que estes argumentos não resolvem a questão, mas é claramente problemático afirmar que o art. 125º do TFUE inequivocamente proíbe a reestruturação das dívidas de um Estado-membro e desconsiderar qualquer interpretação alternativa, em especial, uma que iria promover um princípio fundamental da União – o da solidariedade entre os Estados-membros.

Se esta visão for correcta, e dado que é quase universalmente aceite, a Grécia deveria receber um alívio parcial da dívida. Mas fica uma questão por responder: por que a Alemanha, outrora um dos campeões mais importantes da integração europeia, adoptou uma postura unilateral tão intransigente? Seja qual for a motivação subjacente, o verdadeiro problema com a abordagem do governo alemão é que ele convida à contemplação de certas possibilidades desagradáveis: como a das relações entre os Estados-membros dominadas por vingança, intimidação e assédio moral. É difícil avaliar a veracidade dessas alegações, mas o facto de chegarmos aqui não augura nada de bom para o projecto europeu.

Esta semana estão em Atenas representantes de segunda linha das antigas instituições da Troika e do Mecanismo Europeu de Estabilidade para discutir com o governo de Tsypras a carta de intenções do 3.º Resgate. Tsypras, por sua vez, enfrenta o colapso da sua maioria no parlamento e ameaça o seu partido com um congresso para Setembro, admitindo-se mesmo a possibilidade de eleições antecipadas.

 

 

Acordo parlamentar PS/CDS na forja para governo estável

No caso de o Partido Socialista ganhar as eleições sem maioria absoluta, António Costa vai ter de encontrar soluções que permitam governar o país de uma forma estável, e que não afecte a credibilidade de Portugal junto dos mercados.

O líder do PS tem manifestado abertura a entendimentos à esquerda. Mas, como dizem nos bastidores rosa, a “real politik” com grande probabilidade irá empurrar António Costa para procurar apoios mais à direita.

O CDS, como o CONFIDENCIAL divulgou tem 16 candidatos a deputados em lugares elegíveis nas listas da coligação Portugal à Frente, mas tem possibilidade de eleger mais dois parlamentares.

Esses 16 ou 18 deputados podem ser os necessários e suficientes para garantirem apoio a um eventual governo minoritário do PS, assegurando-lhe estabilidade. Por isso, comentam no PS, não foi por acaso que Basílio Horta já veio entreabrir a porta a acordos entre os dois partidos, inclusivamente um governo de coligação.

Pelo lado do CDS, “era um suicídio” ir para o governo com o PS, sobretudo depois de quatro anos de coligação com o PSD e de ter concorrido às legislativas em listas conjuntas com os social-democratas.

Mas, como “no minuto seguinte à derrota, se vier a acontecer, a coligação extingue-se”, sectores do CDS defendem que, até por “razões de interesse nacional”, o partido deverá mostrar-se disponível para negociar acordos de incidência parlamentar com António Costa, apresentando “evidentemente” um caderno de encargos.

O medo da próxima crise

Os cálculos do banco de investimento Goldman Sachs indicam que, com o objectivo de o país se tornar mais competitivo, depois da crise de 2012, os preços em Portugal deflacionaram-se em cerca de 35%. A Grécia viu os seus preços caírem cerca de 30%. Em França e em Espanha os preços desceram 20% e em Itália entre 10% a 15%.

É indiscutível que, pelo menos, os chamados países do programa de ajuda económica e financeira – isto é, os países que foram incluídos num programa de ajuda dos mecanismos de resgate europeus –, tiveram que cumprir com as medidas de austeridade e a população sofreu pesadamente os seus efeitos.

Mas é obviamente discutível o resultado final. Na Europa muitos acreditam que nem Itália nem Portugal tenham tido, durante a crise, uma “desvalorização real”. Espanha melhorou a situação do mercado de trabalho, resultado obtido em mais de 50% a partir da migração de pessoas desempregadas. “Só a Irlanda é que obteve resultados porque se depreciou em 13%.”

Com efeito, analisando a dimensão do deflactor do PIB e comparando o nível de preços nas economias nacionais, neste caso de países intervencionados da área do euro, em relação à média da Zona Euro como um todo, Portugal e Itália ficam especialmente mal, parecendo de facto que não houve efeitos na competitividade.

Jörg Krämer, economista-chefe do Commerzbank, avaliou os custos unitários do trabalho (custos salariais por unidade produzida), e chegou a uma conclusão mais optimista. Apenas a Itália fica mal, sendo vista por alguns economistas como uma grande ameaça na próxima recessão. No momento actual, com o petróleo barato, o euro ainda apoiou a economia italiana. Mas o que acontecerá se a economia entrar em recessão novamente?

O ex-economista-chefe do DB, Thomas Mayer, ainda pensa que o euro não vai sobreviver a uma próxima recessão. Outros acham que isso é um exagero. Mas o director do instituto económico alemão ZEW, Fuest, alerta: “A capacidade dos países em crise para absorverem novos choques económicos é baixa.”

Andreas Hofert, o economista-chefe do banco suíço UBS, prevê mesmo que antes de 2018 a quarta crise grega estará aí: “E se ela até então não provocar tendências recessivas na Europa como um todo, provavelmente os outros países da crise registarão de volta riscos anteriores, e não será apenas a Grécia a precisar de respiração assistida.”

Aeroporto de Nacala com certificação internacional ainda este ano

O aeroporto internacional de Nacala, em Nampula, deverá obter até ao final do ano certificação internacional de modo a receber voos internacionais de companhias estrangeiras.

O aeroporto foi inaugurado em 2014 e tem uma pista de 3100’ metros, a segunda maior do país a seguir à do aeroporto internacional de Maputo, podendo recebei Boeing 747-400.

Construído de raiz pelos brasileiros da Odebrecht, tendo como ponto de partida a antiga base militar existente na cidade, o aeroporto mobilizou um investimento de 176 milhões de dólares.