Metade das empresas públicas podem ser privatizadas

Mais de metade das empresas públicas de Moçambique podem ser privatizadas, afirmou o presidente do Instituto de Gestão das Participações do Estado (Igepe), que detém participações em 117 empresas, 49 das quais se encontram activas e sob gestão directa do organismo. As restantes estão inoperacionais por falta de capital.

“As empresas que não estão em funcionamento podem perfeitamente passar para a gestão privada, uma vez que não têm um papel a desempenhar na estratégia de desenvolvimento do governo”, disse Apolinário Panguene. O presidente do Igepe negou, por outro lado, que o Estado esteja vendedor da sua participação de 26% na operadora de telefonia móvel Moçambique Celular (mCel).

Portugal quer acordo de dupla tributação com Angola

O vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, confirmou na semana passada, em Luanda, a disponibilidade de Portugal para assinar uma convenção com Angola que acabe com a dupla tributação entre os dois países e um acordo de protecção dos investimentos comuns.

Em Setembro vai realizar-se uma reunião ministerial do Observatório dos Investimentos Comuns de Portugal e Angola, entidade criada em Luanda no mês de Junho, para analisar e propor soluções para as dificuldades nas relações económicas bilaterais.

Novos embaixadores da China em Portugal, Moçambique e Timor-Leste

A China nomeou novos embaixadores para Portugal, Moçambique e Timor-Leste, bem como para quatro outros países, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Para a embaixada da China em Portugal foi nomeado Cai Run, em substituição de Huang Songfu, enquanto para a de Moçambique foi designado Su Jian, que sucede no cargo a Li Chunhuae, que já desempenhou funções de embaixador da China em Cabo Verde e Timor-Leste. Em Timor-Leste, assume funções Liu Hongyang no lugar de Tian Guangfeng. Liu Hongyang esteve anteriormente colocado na embaixada da China na Indonésia.

O novo embaixador da China em Portugal, Cai Run, 48 anos, é formado em Direito e, entre outros postos que ocupou, foi conselheiro político na embaixada da China em Washington, tendo já dirigido o Departamento de Planeamento Político do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Europa de Leste reclama bases militares da NATO

Os países do Leste europeu que integram a NATO vão pressionar os responsáveis da aliança no sentido de reforçar as suas bases permanentes na região, de forma a dissuadir eventuais agressões por parte da Rússia.

Os líderes da Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Bulgária e Roménia vão reunir-se em Bucareste, em 3 e 4 de Novembro, para debater o assunto.

A Polónia reclama há muito tempo a instalação de bases permanentes no seu território, e Andrzej Duda, o recém-empossado presidente, tornou o assunto um foco central do seu mandato. Mas alguns Estados ocidentais, como a Alemanha, são contra a ideia, com medo de antagonizar Moscovo e fazer aumentar a tensão entre a Europa e a Rússia.

Andrzej Duda defende que a NATO não deve tratar a Polónia como uma “zona tampão” e quer colocar a proposta de novas bases permanentes na Europa de Leste no topo da agenda da Cimeira bienal da NATO, que se realizará em Varsóvia, no próximo ano.

“Hoje, quando olhamos para a dispersão das bases, a fronteira euro-oriental da NATO está na Alemanha”, refere Duda. “A NATO ainda não tomou conhecimento da mudança do flanco oriental da aliança, que se estende da Estónia, a norte, à Bulgária, a sul, e que deslocou essa fronteira para leste.”

Duda fará a sua primeira deslocação oficial ao estrangeiro à Estónia, no próximo dia 23 de Agosto, uma data simbólica e politicamente carregada, que marca o 76.º aniversário da assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop, entre a Alemanha nazi e a União Soviética, um acordo secreto que estabeleceu planos para dividir a Europa Oriental entre os dois países.

A Polónia e os países bálticos foram as vozes mais críticas da anexação da Crimeia pela Rússia e das acções militares russas no conflito no leste da Ucrânia e argumentam que é necessário uma resposta mais forte da NATO para dissipar os receios de que outros membros também possam estar em perigo.

Em Junho, o exército norte-americano disse que estava a analisar um plano para armazenar armas pesadas e equipamentos na Europa Oriental, no que seria a primeira implantação nas antigas nações do Pacto de Varsóvia, desde o fim da Guerra Fria.

No entanto, Berlim argumenta que qualquer implantação permanente de forças da aliança na Polónia ou noutros Estados do Leste viola um acordo assinado em 1997 com a Rússia. Varsóvia diz que as acções militares da Rússia na Ucrânia e invasão da Geórgia, em 2008, tornam o acordo discutível.

Ontem, a NATO alertou a Rússia que novas ocupações de territórios no leste da Ucrânia por rebeldes pró-russos seriam “inaceitáveis”, agravando o tom da guerra de palavras entre Washington e Moscovo.

 

Angola contrata financiamento japonês

Uma delegação angolana, chefiada pelo ministro das Finanças, Armando Manuel, esteve no último fim-de-semana em Tóquio, para reforçar os acordos de financiamento japonês a Angola. O ministro angolano encontrou-se como o seu homólogo japonês, Taro Also, para lhe apresentar os grandes projectos públicos e estudar a forma como os organismos oficiais, entre os quais a Agência Internacional de Cooperação Japonesa (JICA), e os grandes bancos japoneses poderão contribuir para o seu financiamento. Angolanos e japoneses fecharam vários acordos.

A baixa do preço do petróleo teve um efeito demolidor sobre a economia angolana, com um agravamento do défice orçamental e da balança comercial, uma diminuição do investimento, a subida da inflação e a depreciação do kwanza. Se em 2013 o Estado financiava 70% da sua despesa com as receitas do petróleo, este ano essa percentagem será de apenas 37%, o que obrigou o Governo a cortar o seu orçamento em 26%, face aos planos iniciais.

José Eduardo dos Santos decidiu alargar, de 3 para 10 anos, o prazo para a implementação do plano nacional de educação, que exigirá um investimento total na ordem dos 10 mil milhões de dólares. Foram também adiados, por falta de financiamento, alguns megaprojectos, como o novo aeroporto internacional de Luanda, a nova refinaria (no valor de 6 mil milhões de dólares) e a construção do novo edifício do Parlamento.

O Governo precisa de 25 mil milhões de dólares para tapar o buraco orçamental e tem estado activo na captação de novos financiadores externos. O Banco Mundial concedeu a Luanda um crédito de 650 milhões de dólares e a China também já libertou novas linhas de financiamento, ao mesmo tempo que aceitava uma moratória de dois anos para o pagamento da dívida de Angola. Desde o final da guerra, a China já concedeu 20 mil milhões de dólares de financiamentos a Angola, tendo como contrapartida fornecimento de petróleo a preços abaixo dos praticados nos mercados e a adjudicação a empresas chinesas de grandes obras públicas, como estradas, vias férreas e hospitais.

 

Excesso de oferta vai manter-se em 2016

O excesso de oferta de petróleo a nível mundial vai manter-se durante o próximo ano, apesar do aumento do consumo, mantendo a pressão de baixa sobre as cotações do crude, prevê a Agência Internacional de Energia (AIE), no seu último relatório mensal sobre o mercado petrolífero.

As reservas de petróleo, que já estão neste momento em níveis recorde, continuarão a crescer, apesar do consumo mundial atingir em 2015 o máximo dos últimos cinco anos e da quebra dos fornecimentos de países não integrados na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), no que será a primeira descida desde 2008.

“Ainda que o reequilíbrio já tenha começado, o processo deve prolongar-se, uma vez que o excesso de oferta deve persistir até 2016 – sugerindo que as reservas globais vão crescer ainda mais”, refere o relatório.

As estimativas da AIE apontam que o excesso de oferta a nível mundial atinja 1,4 milhões de barris por dia, no segundo semestre deste ano, abrandando para cerca de 850 mil barris diários, em 2016.

Corridas de cavalos podem render 300 milhões

As corridas de cavalos em Portugal poderão arrancar já em 2017 e, segundo fontes do sector, as receitas poderão ascender a 300 milhões de euros por ano. Para já a liga portuguesa de criadores e proprietários de cavalos de corrida recomenda que se avance com as apostas com corridas realizadas no estrangeiro. De referir ainda que cabe à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa explorar exclusivamente este novo conceito de apostas.

O sector defende ainda a criação de um fundo que vise o desenvolvimento das corridas em Portugal, de forma que os cavalos sejam criados no País, enquanto se constroem os hipódromos.

Neste momento, em Portugal, apenas existem cerca de 250 cavalos de corrida, estimando-se que, dentro de quatro anos, esta realidade crescerá para os cerca de 10 mil cavalos, permitindo a realização de três corridas por semana.
Novas regras para hipódromos com apostas hípicas

O Decreto-Lei n.º 68/2015, de 29 de Abril, aprovou, entre outros, o regime jurídico da atribuição da exploração de hipódromos autorizados a realizar corridas de cavalos sobre as quais se praticam apostas e das corridas de cavalos sobre as quais podem ser efectuadas apostas.

Para efeitos de aplicação daquele diploma o Governo publicou a Portaria n.º 250/2015, de 18 de Agosto, com os requisitos específicos de construção e de exploração de hipódromos autorizados a realizar corridas de cavalos sobre as quais se praticam apostas.

Diplomacia chinesa aposta no “Modelo Angola”

A revisão que a China está a fazer do seu modelo de ajuda ao desenvolvimento deverá reforçar a articulação com entidades multilaterais, mantendo como centrais os empréstimos preferenciais para infra-estruturas, de acordo com uma análise da Brookings Institution.

Yun Sun, analista da Brookings, que tem estudado o papel de África na diplomacia chinesa, refere que os empréstimos com condições preferenciais ou bonificados, semelhantes aos que têm sido concedidos a Angola e Moçambique, são já a maior componente da ajuda externa chinesa, representando quase 56% do investimento total, entre 2010 e 2012.

Em relação a África, no “futuro próximo o grosso da ajuda deverá ser concedida através de empréstimos preferenciais, que juntamente com a ajuda ao desenvolvimento representam um conjunto de recursos financeiros altamente valiosos para as vastas necessidades de desenvolvimento de infra-estruturas”, explica a análise.

O Ministério chinês das Relações Exteriores deverá divulgar nos próximos meses um conjunto de linhas orientadoras para a ajuda externa, por forma a enquadrar o elevado crescimento de montantes esperado nos próximos anos, em linha com o registado no passado recente.

Entre 2010 e 2012, a ajuda concedida pela China atingiu 90 mil milhões de yuan, quase um terço do total desde 1949, assumindo-se como uma “formidável alternativa à ajuda ocidental”, segundo Yun Sun.

Alguns analistas na China vêm vindo a defender uma redução do peso de empréstimos preferenciais e dos projectos de infra-estruturas, mas tal parece chocar com as actuais prioridades do governo chinês, que passam pelo estabelecimento de ligações, nomeadamente no eixo da chamada “Nova Rota da Seda.”

Yun Sun adiantou que nos próximos anos os empréstimos preferenciais para infra-estruturas “vão ser considerados de forma favorável na ajuda externa chinesa.”

Em África, Angola e Moçambique estão entre os principais beneficiários destes empréstimos – a China já é o maior credor bilateral de Moçambique, depois de ter aumentado em 160%, desde 2012, o financiamento a este país, onde estão a ser preparados importantes investimentos com capital chinês.

Com um novo empréstimo de 400 milhões de dólares anunciado no mês passado, o peso do financiamento da China a Moçambique deverá crescer quase 50%, face aos valores actuais do crédito bilateral concedido.

O novo empréstimo destina-se à construção de uma linha de transmissão eléctrica de 600 quilómetros, entre as províncias moçambicanas de Zambézia e Nampula, segundo informações avançadas pelo governo moçambicano.

No caso de Angola, os dois países estabeleceram em 2010 uma parceria estratégica, com a China a fornecer linhas de crédito e Angola a pagar com petróleo, que fez com que o comércio bilateral aumentasse mais de 2000% entre 2002 e 2012.

O nível de apoio a Angola foi de tal ordem, e o regime de ajuda tão eficaz, que acabou por ser alargado a outros países com o nome de “Modelo Angola” – acordos de financiamento com baixas taxas de juro para os países africanos, garantidos com o fornecimento de matérias-primas.

Para os países africanos, este apoio surgiu numa altura em que tinham grande dificuldade em aceder a financiamento.

O orçamento de ajuda externa chinês suporta a diferença entre os juros de mercado e o juro bonificado sobre os empréstimos, o suficiente para aumentar a procura deste financiamento, que também assegura contractos para empresas chinesas e ajuda a assegurar recursos naturais, afirma o analista da Brookings, instituição privada norte-americana.

Yun Sun afirmou ainda que o futuro do apoio chinês passará também por maior financiamento multilateral, com iniciativas conjuntas do Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas, liderado pela China, com o Banco Mundial e Banco de Desenvolvimento Asiático.

Um “New Deal” para a dívida insustentável?

Por Kenneth Rogoff

Ex-economista-chefe do FMI, é professor de Economia e Política Pública na Universidade de Harvard

 

O reconhecimento, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), de que a dívida da Grécia é insustentável pode vir a ser um ponto de viragem para o sistema financeiro global. É evidente que se devem levar mais a sério as políticas heterodoxas para abordar os grandes pesos de dívida existentes, mesmo em alguns países avançados.

Desde o início da crise grega, tem havido basicamente três escolas de pensamento. A primeira é a concepção da chamada troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI), segundo a qual a periferia da zona do euro com problemas de dívida (Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha) exige uma forte disciplina normativa para prevenir que uma crise de liquidez no curto prazo se transforme num problema de insolvência a longo prazo.

A prescrição normativa ortodoxa era a de conceder empréstimos-ponte tradicionais a esses países, dando-lhes tempo para resolverem os seus problemas de orçamento e realizarem as reformas destinadas a aumentar as suas possibilidades de crescimento a longo prazo. Esta abordagem deu resultados em Espanha, Irlanda e Portugal, mas à custa de enormes recessões. Além disso, há um grande risco de recaída, caso se registe uma importante quebra da economia mundial. No entanto, a política da troika ainda não estabilizou – e muito menos reavivou – a economia da Grécia.

Uma segunda escola de pensamento também considera a crise só um problema de liquidez, exclusivamente, mas vê insolvência a longo prazo como um risco pouco provável, no pior dos casos. O problema não é que a dívida dos países periféricos da Zona Euro seja muito grande, mas sim que não lhes tenha sido permitido aumentá-la o suficiente.

Este grupo antiausteridade acredita que, mesmo quando os mercados privados perderam completamente a confiança na periferia da Europa, a Europa do Norte poderia facilmente ter resolvido o problema avalizando a dívida da periferia, talvez através de eurobonds, suportados, em última análise, por todos contribuintes (e em particular os alemães) da Zona Euro. Então, ter-se-ia permitido aos países da periferia não só reestruturarem as suas dívidas, mas também aplicar uma política orçamental contracíclica, durante o período de tempo que os seus governos nacionais tivessem considerado necessário.

Por outras palavras, para os defensores da antiausteridade, a Zona Euro sofreu uma crise de concorrência, e não uma crise de confiança. Não importa que a Zona Euro não tenha uma autoridade fiscal centralizada, mas apenas uma união bancária incompleta. Os problemas de risco moral ou de insolvência não são relevantes, nem o são, tão-pouco, as reformas estruturais que promovam o crescimento. Todos os devedores poderão pagar no futuro, mesmo que nem sempre tenham sido fiáveis ​​no passado. Em qualquer caso, um crescimento mais rápido do PIB permitirá pagar tudo, graças aos elevados multiplicadores orçamentais. Em suma, a Europa perdeu uma grande oportunidade.

É uma visão totalmente consistente, mas ingénua na sua confiança incondicional (por exemplo, nos textos polémicos do Nobel da Economia, Paul Krugman).  Em consequência disso, a concepção antiausteridade oculta suposições muito pouco fundamentadas e grandes riscos. Na verdade, acumular empréstimos sobre encargos de dívida já elevados na periferia da Zona Euro implicava um risco significativo, especialmente quando eclodiu a crise.

A corrupção política, exemplificada pelo conluio entre o governo e o sector financeiro de Espanha, era endémica. Um mercado de trabalho dual e os monopólios do mercado de produtos continuam a travar o crescimento e os oligarcas têm um poder desproporcional para proteger os seus interesses. Na realidade, a Alemanha não poderia ter garantido toda a dívida da

periferia europeia sem pôr em risco a sua própria solvência, especialmente na ausência de um sistema de controlos e salvaguardas que funcione bem. Garantias mais amplas e abertas poderiam ter dado resultados, mas se isso não acontecesse, a degradação económica da periferia poderia ter-se alargado para o centro.

Uma terceira visão é que, dada a magnitude da crise financeira, o problema da dívida na Europa deveria ter sido diagnosticado como um problema de insolvência, logo desde o início, e deveria ter sido abordado com a reestruturação e a redução da dívida, com o auxílio de uma inflação moderadamente elevada e uma reforma estrutural. Esse tem sido o meu ponto de vista desde o início da crise.

Na Irlanda e em Espanha, os credores privados, e não os contribuintes irlandeses e espanhóis, deveriam ter sido os únicos a sofrer as consequências das falências bancárias. Na Grécia, deveria ter havido amortização mais rápida e maior do crédito em incumprimento.

Naturalmente, os governos nacionais teriam que recorrer a fundos públicos, suportados pelos contribuintes, para recapitalizar os bancos do Norte da Europa demasiado expostos aos países da periferia – particularmente os da França e da Alemanha –, e teriam sido necessárias transferências para recapitalizar os bancos da periferia, mas ao menos a opinião pública teria entendido então a realidade da situação, enquanto os bancos reestruturados e recapitalizados teriam ficado em condições de começar a de novo a financiar a economia.

Infelizmente, demasiadas autoridades nas economias avançadas deram-se ao luxo de acreditar que tais políticas heterodoxas são apenas para os mercados emergentes, quando, de facto, os países avançados têm, em muitas ocasiões, recorrido eles próprios a políticas heterodoxas para reduzirem as suas dívidas pendentes. A reestruturação da dívida teria dado à Europa a possibilidade de uma tão necessária retoma. É verdade que envolvia alguns riscos, como alertou o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, mas teria valido a pena.

Então, qual é o caminho a seguir? Um aprofundamento da integração europeia, regras mais restritas em matéria de capitais próprios de base, no caso de bancos, e reformas estruturais mais profundas, são elementos fundamentais para qualquer solução. Além disso é preciso urgentemente uma maior ajuda à periferia europeia.

Mas, além disso, a experiência da Europa deveria levar a uma reconfiguração total do sistema mundial de gestão dos defaults de dívida soberana, o que poderia significar um regresso a propostas mais antigas do FMI para a criação de um mecanismo para esses casos, ou encontrar formas de institucionalizar a posição recente do Fundo sobre a dívida grega. Nada é de graça na Europa, nem nunca o foi, mas há maneiras muito melhores para lidar com a dívida insustentável.

 

Risco de exposição a Angola aumenta com downgrading da S&P

A exposição dos bancos portugueses ao risco de Angola aumentou, depois de a agência Standard & Poor’s ter revisto, de Estável para Negativa, a perspectiva de evolução da notação de rating de Angola, devido à deterioração das contas públicas, na sequência da queda dos preços do petróleo. “Os preços baixos do petróleo produziram défices orçamentais e externos em Angola, em 2014, e prevemos que essa tendência se agrave este ano, para se reduzir ligeiramente em 2016″, escrevem os técnicos da agência de rating norte-americana.

No comunicado, a S&P prevê que Angola cresça 3,5% este ano, depois de mais 4,7% em 2014, e que o crescimento da economia angolana aumente de 3,5% em 2016, para 4,0% e 5,0% nos dois anos seguintes, respectivamente.

A notação de risco da dívida pública de Angola foi mantida em “B+”, quatro níveis abaixo da dívida qualificada como tendo qualidade para investimento.