Pestana tem reserva de 1100 milhões em activos imobiliários

O grupo Pestana admite vender alguns activos, se as condições de mercado forem favoráveis, abandonando a estratégia inicial de ser proprietário dos imóveis onde funcionam os hotéis do grupo. A aposta passa por focar as actividades na gestão, em imóveis arrendados ou concessionados, como acontece com as pousadas, ou com o novo hotel na Plaza Mayor de Madrid, e que representam já 22% das 85 unidades do grupo.

O grupo tem uma carteira de activos imobiliários que vale cerca de 1.100 milhões de euros. A venda de parte deste património financiará o ambicioso plano de expansão do grupo, que tem neste momento quatro novos projectos em Portugal, em São Miguel, Madeira, Lisboa e Tróia, e seis internacionais, entre os quais o emblemático hotel da Plaza Mayor de Madrid. Nos próximos anos, o investimento médio andará entre os 35 e os 45 milhões de euros.

Pereira da Costa novo CEO da NOS?

O futuro da Nos está já a ser negociado entre Sonaecom e Isabel dos Santos, os dois grandes accionistas da operadora, e implicará um ligeiro reajuste das posições relativas dos dois sócios, com o reforço da posição da empresária angolana, e profundas mexidas no Conselho de Administração Executivo. O CEO Miguel Almeida estará de saída e o sucessor apontado é o CFO José Pedro Pereira da Costa, vice-presidente da Comissão Executiva e um dos dois elementos da gestão (juntamente com André Almeida), que transitaram da Zon, aquando da fusão com a Optimus.

A saída de Miguel Almeida poderá restabelecer boas relações com a Sport TV e garantir a continuação de Bessa Tavares à frente da estação de canais desportivos de Joaquim Oliveira, que é também accionista e administrador não executivo da própria Nos.

Ana Mendonça sucede a Nilo da Fonseca

Ana Mendonça deixa a Oni e sucede a Nilo da Fonseca na Direcção de Comunicação da Meo. A executiva, que na ONI era um dos quadros de confiança de Armando Pereira, accionista de referência da Altice e actual chairman da PT, acompanha assim os franceses da Altice, que largaram a ONI e a Cabovisão depois de adquirirem a Portugal Telecom.

Por fechar está ainda o contrato de distribuição de produtos e serviços da Meo através da rede dos CTT, cujos contornos só agora estão a ser negociados. O retalho é uma das áreas que, segundo a Altice, maior potencial de redução de custos apresenta. A Meo deverá fechar a maioria das suas lojas próprias, mantendo, no entanto, a rede de agentes.

Pedro Reis CEO da BCP Capital

Pedro Reis, ex-presidente do AICEP e assessor da administração do BCP, foi eleito esta semana CEO da BCP Capital, sociedade de capital de risco do Grupo Millennium BCP, e que gere o Millennium Fundo de Capitalização (MFC), que investe na aquisição de participações sociais em empresas de elevado potencial e com grau de capitalização médio. Lançado em Junho de 2013 com um capital inicial de 30 milhões de euros, o MFC tem actualmente sob gestão cerca de 71 milhões de euros

Esta semana o MFC subscreveu o aumento de capital da Science4you, empresa 100% portuguesa que se dedica ao desenvolvimento, produção e comercialização de brinquedos educativos, criada e liderada por Miguel Pina Martins e onde a Portugal Ventures, capital de risco do AICEP, é uma das accionistas de referência.

 

A última crise da União Europeia?

Há um clichê reconfortante em Bruxelas: que a União Europeia (UE) necessita de crises para progredir. Mas o cocktail actual de problemas que a Europa enfrenta – os refugiados, o euro e o perigo de a Grã-Bretanha poder deixar a União – está a sobrecarregar a UE, e não a fortalecê-la.

 

Pela primeira vez em décadas, algumas das conquistas fundamentais e princípios da UE estão ameaçados. Entre eles, a moeda única, as fronteiras abertas, a livre circulação de trabalhadores e a noção de que a adesão é para sempre. A estas ideias estruturantes, junta-se uma conjuntura complicada, com recessão em partes da Europa, aparentes “golpes de Estado” na Alemanha, onde Merkel é obrigada pelos bávaros a recuar em matéria de imigração, ou com o crescimento do populismo neofascista e trabalhista em países como a Hungria ou a Grã-Bretanha.

Em vez de crescer com estes desafios, a UE está-se a deteriorar debaixo da tensão. Os seus 28 Estados-membros estão divididos e parecem incapazes de estruturar respostas eficazes aos problemas comuns, como se viu esta semana com o fracasso da iniciativa alemã das quotas de imigrantes, apresentada no Conselho dos Ministros do Interior.

Grande parte da UE continua ainda mergulhada numa semidepressão, com elevadas taxas de desemprego e finanças públicas insustentáveis. Os problemas de uma implosão no Médio Oriente estão a atingir a Europa, sob a forma de centenas de milhares de refugiados. De acordo com o divulgado na terça-feira pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), 464 876 imigrantes e refugiados cruzaram o Mediterrâneo até à data. E as franjas políticas estão em ascensão, e não apenas na Europa de Leste, como o prova a recente eleição de um candidato eurocéptico de extrema-esquerda para liderar o Partido Trabalhista da Grã-Bretanha.

Incapazes de responder à crise, os países da UE estão cada vez mais inclinados a agir unilateralmente, ou mesmo – como no caso da Grã-Bretanha – a deixar o bloco europeu.

A crise de refugiados está a ameaçar ideias estruturantes da UE, como a das fronteiras abertas (Espaço Schengen). Nos últimos dias, a Alemanha restabeleceu os controlos nas fronteiras, num golpe de Estado palaciano, que tirou o poder da chanceler Merkel e o devolveu, em matéria de migração, aos bávaros, do mesmo modo que, em matéria de austeridade e euro, foi o ministro das Finanças Schäuble que acabou por se impor. A Áustria, por sua vez, repôs controlos na sua fronteira com a Hungria, e concluiu, às 23 horas de segunda-feira, o muro de arame farpado para proteger a sua fronteira com a Sérvia, que não pertence à UE. Os controlos também foram reforçados nas fronteiras franco-italiana, enquanto os migrantes acampados miseravelmente em Calais esperam para atravessar o canal e chegar a Inglaterra.

Se a UE conseguir de alguma forma um controlo sobre a crise migratória, essas medidas poderão não passar de expedientes temporários. Mas se a pressão dos pretensos refugiados que se dirigem para a Europa continuar a ser intensa, então as medidas temporárias poderão endurecer e converterem-se em controlos permanentes.

Pontos de interrogação sobre a abertura das fronteiras funcionarão facilmente como sombras sobre questões mais amplas, como o acesso aos sistemas de Segurança Social e os mercados de trabalho. Isto porque os países da UE estão a perceber que, num mercado único sem fronteiras, uma alteração unilateral das regras de asilo pela Alemanha tem implicações para as políticas de imigração de todos os Estados-membros. Isto porque uma vez que os migrantes podem obter a cidadania ou um visto de residência num país da UE, ganham o direito de se deslocar para qualquer outro, para trabalhar e reivindicar benefícios. Mas se a livre circulação de pessoas e de trabalho forem postas em causa, o mesmo acontecerá com o mercado único da UE – a sua concretização principal, o ADN da União.

 

Crise migratória e Parceria de Livre Comércio Interatlântico

A UE está dividida na resposta a uma crise de refugiados em crescimento, e que, até ao fim do ano, representará um movimento de cerca de 1,3 milhões de refugiados (mais ou menos o mesmo que Portugal absorveu em 1975 com a crise dos retornados das ex-colónias), que já resultou em milhares de mortes no Mediterrâneo desde o início do ano.

A questão dos refugiados, neste momento, ofusca a crise do euro e os debates sobre o TTPI, o acordo de Comércio do Atlântico Norte. Mas os problemas do acordo de livre comércio com os EUA e Canadá e da moeda única não desapareceram. Pelo contrário, enquanto o TTPI parece estar a dar aos EUA a prevalência que a Europa tinha em matéria de regulação dos mercados (o que será fatal, nomeadamente para Portugal), a decisão da Grécia de ceder e aceitar mais um pacote de austeridade tornou a zona do euro cada vez mais parecida com uma armadilha.

Mesmo a Grécia, que está mal na zona do euro, não pode correr o risco de sair, por receio de provocar uma crise financeira e económica. Por outro lado, os países credores, como a Alemanha e os Países Baixos, não estão muito mais felizes, pois temem estar a ser arrastados para um sistema de transferências orçamentais permanentes para as nações do Sul da Europa. Enquanto isso, os esforços para melhorar o funcionamento do euro, pressionando adiante com uma união bancária, estão parados em Bruxelas. O que não parece uma situação sustentável e o risco de break-up do euro vai certamente voltar.

À crise dos refugiados e do euro temos ainda que juntar a questão sobre se a Grã-Bretanha vai votar para permanecer na UE, aquando do referendo agendado para 2016 ou 2017. Até agora, as sondagens pareciam promissoras para o campo pró-UE. Mas a crise migrante fez sobressair a questão mais crítica para aqueles que fazem a campanha a favor da saída da Grã-Bretanha: a integração na UE significa que o Reino Unido não pode controlar a imigração. Até porque, numa perspectiva mais ampla, os britânicos são menos propensos a ficar dentro de uma organização que parece estar a falhar em todos os campos. Se eles votarem para sair, a sensação de crise no seio da UE vai ampliar-se, abrindo a possibilidade de novas deserções.

 

Crise da Grã-Bretanha na Europa

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, está sob pressão de todos os lados e enfrenta um desafio delicado na tentativa de renegociar com a UE um acordo equilibrado de permanência do Reino Unido.

A melhor maneira de evitar problemas seria o bloco europeu mostrar a sua relevância e eficácia, provando aos cidadãos da UE que a acção colectiva e a cooperação são as únicas formas de lidar com questões como a crise dos imigrantes.

O problema é que os complexos processos de tomada de decisões da UE tornam extremamente difícil responder rapidamente e de forma coerente a uma crise, como a questão dos imigrantes ilustra.

Recorde-se que um dos temas políticos centrais dos últimos 40 anos tem sido o avanço constante do projecto europeu. É difícil (e alarmante) imaginar tudo o que se perderá se ele falhar agora. Mas a turbulenta história da Europa está repleta de exemplos de impérios, monarquias e alianças que atingiram a grandeza e, em seguida, entraram em colapso. A UE faz-me lembrar a Liga das Nações – uma elite burocrática com elevada preparação, comprometida com a cooperação internacional e o Estado de Direito –, que acabou por ser posta de lado por eventos internacionais com os quais não podia lidar.

 

 

Uma solução euroasiática para as crises europeias

Sergei

Por SERGEI KARAGANOV

Reitor da Escola de Economia Internacional e de Negócios Estrangeiros da Universidade Nacional de Investigação Económica e membro do painel de notáveis da OSCE para a Segurança Europeia como um projecto comum.

 

MOSCOVO – Mais de 18 meses depois de o ex-presidente Viktor Yanukovych ter sido expulso do poder e partido para o exílio, a crise na Ucrânia está num impasse. A Crimeia foi reabsorvida pela Rússia (no que muitos consideram uma anexação); grande parte do leste da Ucrânia é controlada por rebeldes pró-Rússia; e as relações entre o Ocidente e a Rússia estão mais tensas do que em qualquer momento desde os primeiros dias da Guerra Fria.

Quem pode reivindicar vantagens com a situação? Aqueles que queriam ver a Ucrânia ancorada no Ocidente, ou imaginado que as sanções sobre a Rússia iriam incentivar a mudança de regime no Kremlin, por golpe palaciano ou levantamento popular, viram as suas esperanças frustradas: a popularidade do presidente Vladimir Putin é tão alta como sempre. Na Rússia, os que previram o colapso imediato da Ucrânia e apostaram na criação “Novorossia” pró-russa, integrando as províncias orientais e meridionais da Ucrânia, estão igualmente decepcionados.

A tragédia é que o preço dessas ilusões tem sido extraordinariamente alto em termos humanos – o número de mortos (desafiando o cessar-fogo) no leste da Ucrânia subiu para mais de 6000, desde Abril de 2014 – e perigosamente alto em termos geoestratégicos também. Parece que ambos os lados estão prontos para lutar “até à última ucraniana”.

Como argumentei há muito tempo, a Rússia nunca abrirá mão dos seus pontos de vista. Depois de ser sido empurrada para a parede por mais de duas décadas de expansão ocidental – seja pelo alargamento da União Europeia ou da NATO –, numa parte da Europa que considera vital para a sua segurança nacional, os russos acreditam que têm a superioridade moral na defesa dos seus interesses.

O perigo agora, com ambos os lados trocando acusações numa atmosfera de desconfiança mútua, é que o actual impasse conduzirá a uma crise muito mais profunda entre a Rússia e o Ocidente. Ambos os lados precisam de encontrar uma solução; ainda assim, apesar de ter saído vitorioso da Guerra Fria, o Ocidente parece não só ter perdido a paz, mas está na iminência de redividir a Europa. E isso está a acontecer num momento em que todo o continente, incluindo a Rússia e muitos outros países da Eurásia, estão a ser confrontados com a ameaça do extremismo islâmico.

E também está a acontecer num momento em que ambas as partes da Europa estão em busca de uma nova identidade geopolítica, ou até mesmo espiritual. Enquanto a União Europeia luta com problemas de migração e integração, a Rússia está a afastar-se de um curso económico e cultural eurocêntrico em direcção a uma alternativa euroasiática. E os Estados Unidos – pelo menos com o presidente Barack Obama – recolheram-se numa espécie de semi-isolamento, deixando para trás zonas de instabilidade preocupantes e crises não resolvidas.

Então, o que irá seguir-se? Com a Europa Ocidental e Oriental assoladas por conflitos políticos e estagnação económica, os cinco séculos de dominação global europeia estão a chegar ao fim. A realidade agora, após o fim da supremacia bipolar EUA/União Soviética e de uma breve fase unipolar, que se seguiu ao colapso da União Soviética, é que estamos agora a entrar numa fase de um mundo multipolar.

Isto também pode revelar-se temporário à medida que dois novos macroblocos geopolíticos forem ganhando força, ao longo do século XXI. Um centra-se nos EUA e a sua prioridade é concluir a Parceria Trans-Pacífico (TPP) e a Parceria Transatlântica do Comércio e do Investimento (TTIP).

O segundo macrobloco é “A Grande Eurásia”, com China, Rússia, Cazaquistão, Irão, e possivelmente Índia. Bases sólidas para este projecto foram estabelecidas com o acordo, assinado em Maio, entre a Rússia e a China, para coordenar a União Económica da Eurásia (UEE), liderada pela Rússia, a iniciativa da “Rota da Seda”, do presidente chinês Xi Jinping, que visa vincular as economias da Ásia Central e Ocidental, aos interesses da China.

A questão é se esta “Grande Eurásia” poderá ajudar a Europa a encontrar uma via que resolva o seu actual impasse de segurança. Alguns na Europa, sem dúvida, preferem fortalecer a Organização para a Segurança e Cooperação da Europa, mas a verdade é que a OSCE, castigada pela sua história da Guerra Fria e da sua incapacidade de garantir a paz no pós-Guerra Fria, está demasiado marcada para desempenhar um papel decisivo.

Uma alternativa poderia ser um diálogo entre a UE e a UEE, mas ele poderá ser complicado, pois a UEE está de momento mais interessada em conseguir uma relação estreita com a China e com os seus aliados da Rota da Seda. Uma abordagem melhor seria convidar – mais cedo ou mais tarde – a China e os países da Eurásia para criarem, com o decorrer do tempo, um espaço económico comum de Xangai a Lisboa. Há um potencial óbvio para a UE em fazer um acordo construtivo com a Organização de Cooperação de Xangai (criada em 2001 pela China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão, e a que a Índia e Paquistão deverão aderir no próximo ano). O fracasso da antiga estrutura exige um esforço para criar uma nova, começando com um diálogo sobre a cooperação para o desenvolvimento da Eurásia e a segurança, que envolva a China e os países euroasiáticos e europeus.

Nada disso irá implicar o fim da OSCE ou tornar redundante a NATO, e nem deve ser esse o objectivo de ninguém. Hoje, o que importa na resolução de conflitos, estejam eles activos ou supostamente “congelados”, é a construção de um quadro mais amplo de cooperação e diálogo entre a UE e aquilo a que eu chamo ”Grande Eurásia”.

A questão remanescente em tal cenário diz respeito ao papel dos EUA. Será que eles quererão realmente permanecer no seu semi-isolamento, na esperança de serem chamados de volta para o centro do palco, em algum “momento unipolar” improvável no futuro? Tenhamos esperança numa América pronta para agir como um jogador responsável num mundo mais justo.

 

Angola prorroga concurso para concessões onshore

A Sonangol alargou para 1 de Outubro a data-limite para a apresentação de propostas de prospecção petrolífera de 10 blocos nas bacias terrestres onshore dos rios Cuanza (sete) e Congo (três), que podem representar mais de metade das reservas conhecidas de Angola, ou seja, pelo menos sete mil milhões de barris.

A Galp é uma das 37 empresas pré-qualificadas para funcionarem como operadoras, a par do consórcio chino-angolano Sonangol Sinopec International, com sede em Hong Kong, da italiana ENI ou da norte-americana Chevron. No concurso para não-operadoras estão pré-qualificadas 48 empresas.

Eixo central de Lisboa abre guerra no PS

 

Lisboa vai viver uma crise política depois das eleições legislativas, por causa da proposta que Fernando Medina e Manuel Salgado fizeram aprovar, para remodelar totalmente o eixo Avenida da República-Saldanha-Avenida Fontes Pereira de Melo. O objectivo do projecto dos autarcas é reduzir drasticamente a circulação automóvel e o estacionamento, o que vai conflituar com os residentes e o comércio local. Para além das divergências políticas, que até dentro do PS já existem.