Crise política em Espanha provoca default da Grécia e chumba Programa de Estabilidade português

A marcação eventual de eleições legislativas em Espanha para o próximo dia 29 de Junho está mobilizar o Partido Popular Europeu que deverá avançar com a indisponibilidade para um acordo de credores com a Grécia  e o chumbo do Programa de Estabilidade apresentado pelo Governo de António Costa à Comissão Europeia no âmbito do semestre europeu.

A Grécia se não conseguir o apoio adicional de 86 mil milhões de euros inviabilizados pelo FMI sem novo plano de austeridade deverá entrar em default este verão e a possibilidade do governo do Siryza conseguir um acordo unilateral com os ministros das finanças europeus parece ser impossível depois do Partido Popular Europeu ter decidido concentrar toda a artilharia no sentido de explicar aos espanhóis que os caminhos da esquerda são inviáveis.

A vitima seguinte e fundamental para o Partido Popular é o governo de António Costa. Depois de inspirara o PSOE e o Podemos, a solução da “geringonça” que tem funcionado em Portugal, não conseguiu o apoio do Cidadanos para uma plataforma de esquerda que afastasse Rajoy do poder.

Embora as sondagens estejam resilientes no impasse político o Partido Popular considera que com a ajuda da Europa e o derrube do governo de Costa em Lisboa, o eleitorado poderia ser mais sensível às políticas de austeridade que interessam à maioria conservadora europeia.

Contudo mesmo que Bruxelas venha a chumbar o Programa de Estabilidade e Crescimento apresentado por Lisboa, o governo do PS apoiado pela esquerda parlamentar pode ainda aguentar-se seguro no presidente da República, mas sobretudo num Orçamento de Estado aprovado que durará até ao final do ano, e num ratinho estável que ontem foi homologado pela DBRS e que durará pelo menos três meses.

O problema pode ser a execução orçamental a partir de julho e agosto, caso o desvio em face do planeado seja significativo. Mas o menor desvio pode colocar o outlook de Portugal com tendência negativa e isso poderia provocar uma tempestade financeira, aumentando os custos do financiamento da república e provavelmente obrigado a um novo resgate.

Um cenário destes era o ideal para os populares espanhóis e entre a estabilidade em Portugal ou a possível vitória da esquerda em Espanha, com a provável desestabilização política sequente, o partido popular europeu não hesitará em escolher o apoio ao Partido Popular espanhol.

Os serviços de informação portugueses consideram que o mero chumbo do Programa de Estabilidade e do Plano de Reformas em Bruxelas poderá provocar por si a tempestade financeira em Portugal obrigando Lisboa a novas negociações, o que inviabilizaria o governo de António Costa, apoiado pela esquerda parlamentar.

Mas dada a urgência de um tal cenário o presidente da República seria obrigado a exigir ao PSD de Passos Coelho que a contragosto apoie um governo com apoio parlamentar do bloco central, ainda que constituído por independentes ou figuras não conotadas com a liderança dos dois maiores partidos portugueses.

Panama Papers desiludem investigadores anti-corrupção

As expectativas dos investigadores portugueses de que os Panama Papers libertassem novas informações sobre alegados pagamentos de luvas ao antigo primeiro-ministro José Sócrates, no negócio de venda da Vivo aos espanhóis da Telefónica, e ao ex-vice primeiro-ministro Paulo Portas, na compra dos submarinos para a Marinha, saíram totalmente goradas. Ao que parece, os pagamentos da corrupção portuguesa têm passado pela offshores “limpas” de Singapura e do Delaware (EUA), onde as contas se mantém impenetráveis.

Paulo Neves de saída da PT?

Continuam intensos os rumores que dão como certa a saída de Paulo Neves do cargo de CEO da Portugal Telecom, por falta de agressividade comercial da MEO, que tem perdido alguns grandes clientes para as rivais NOS e Vodafone.

50 mega-investimentos franceses na calha para Lisboa

Há cerca de 50 grandes projectos de investimento de capitais franceses previstos para a área da Grande Lisboa. Pelo menos um quinto deste projectos, garantiram ao CONFIDENCIAL, mobilizarão montantes acima dos 1000 milhões de euros, reafirmando a posição da França como maio investidor estrangeiro no país.

Contrapartidas do governo à esquerda inviabilizam nova fábrica de Queirós Pereira

A aprovação de legislação para limitar à expansão da área de plantio de floresta de eucalipto em Portugal, uma das contrapartidas negociadas por António Costa com o Bloco de Esquerda, PEV e PAN em troca do apoio parlamentar ao seu governo, poderá inviabilizar a construção de uma segunda fábrica de papel no país, por parte do grupo Navigator (Portucel-Soporcel) um mega-investimento na ordem dos 600 milhões de euros, no que será um dos maiores projectos de raiz industrial do país.

Pedro Queirós Pereira, principal acionista e presidente da Navigator, tem a decisão de avançar com a segunda fábrica tomada e já reuniu com o primeiro-ministro no sentido de o sensibilizar para a importância do projecto para a economia, quer pelo montante do investimento e pelo número de postos de trabalho criados, quer pelo contributo para o PIB e para as exportações líquidas.

António Costa terá pedido a Queirós Pereira a maior celeridade possível, uma vez que a partir do verão passará a ter de implementar as contrapartidas negociadas com o Bloco, PEV e PAN. Caso a limitação à expansão da área de eucalipto avance antes da aprovação do projecto, o plano B de Queirós Pereira passará pela sua implementação em Espanha ou Marrocos.

Tomás Correia veta planos de Félix Morgado

O desalinhamento estratégico entre Félix Morgado, CEO da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), e o seu antecessor António Tomás Correia, actual presidente da Associação Mutualista que controla a CEMG, mantém-se.

Depois da venda às Associação Mutualista da posição directa que a CEMG detinha na seguradora do grupo (Lusitânia), reduzindo o risco de exposição e garantindo um encaixe para reforço dos capitais próprios da CEMG, o plano de reestruturação de Félix Morgado passava pela alienação de todos os negócios non-core, fazendo um downsizing do balanço com impacto directo na melhoria dos rácios de capital da caixa económica.

Na lista das alienações estaria a Montepio Crédito (ex-Finicrédito), braço operacional do grupo para o crédito ao consumo e única unidade operacional lucrativa do grupo, o Montepio Investimento e o Montepio Angola.

A venda de 33% da Lusitânia à Associação Mutualista, fechada a 30 de dezembro pelo valor contabilístico, de forma a entrar ainda nas contas de 2015, garantiu à CEMG um encaixe de 65 milhões de euros, permitindo uma limpeza do balanço e a transferência do proporcional do prejuízo da seguradora para a Associação Mutualista. A ideia seria repetir a operação com outras participadas do grupo.

O problema é que Tomás Correia não concordou com os planos de Félix Morgado e na qualidade de representante da Associação Mutualista, acionista maioritária da CEMG, vetou as intenções de venda do Montepio Investimento e do Montepio Angola. Um assunto de que o CONFIDENCIAL dará novos pormenores nas próximas semana.

Marcelo e Costa desalinham com o mandato da UE para a má política económica

A história fornece muitos exemplos de regimes autoritários alcançados através de procedimentos formalmente democráticos. A estes há que acrescentar o Tratado da União Europeia sobre Estabilidade, Coordenação e Governação (TECG, também conhecido como o “Six Pack”), aprovada por 25 governos da UE democraticamente eleitos (todos, menos a República Checa e o Reino Unido). Portugal na sua política europeia ajusta o padrão pelo rigor orçamental mas sobretudo pelo crescimento e a recuperação social daqueles que foram mais sacrificados pelo ajustamento. No âmago da entante Costa-Marcelo está uma critica direta ao próprio Tratado Orçamental que é tecnicamente errado e ideologicamente perigoso.

O quadro de governação económica da União Europeia visa detectar, prevenir e definir as tendências e os problemas económicos corretamente, tais como défices orçamentais excessivos ou níveis de dívida pública, que podem prejudicar o crescimento e colocar as economias em risco.

As implicações autoritárias desta frase burocraticamente branda são chocantes, escreveu John Weeks do Social Europe. Afirma o poder não-eleito da Comissão Europeia, o executivo da União Europeia, tem o poder de monitorizar (“detectar”) se o orçamento público de um governo eleito está em conformidade com as regras orçamentais da UE. Se isso não acontecer, a Comissão tem o poder de impedir a execução desse orçamento, em seguida, e de especificar as alterações (“correções”) necessárias. Tanto mais preocupante é a assimetria ideológica da “estrutura de governança” – os déficits podem ser excessivos, mas não os excedentes.

A página web da UE passa a explicar “detecção” ou “monitorização” do seguinte modo:

Em cada ano, no ambito do Semestre Europeu, os países da UE que partilham o euro como moeda apresentam projectos de planos orçamentais à Comissão Europeia. A Comissão avalia os planos para garantir que a política económica entre os países que compartilham o euro é coordenada e que todos respeitem as regras de governação económica da UE. Os projectos de plano orçamental são classificados como quer compatível, parcialmente compatível, ou em risco de incumprimento.

Quando a CE implementa este parágrafo, literalmente, como no caso da Grécia, reduz o papel dos Parlamentos nacionais para endossar o que os juízes da Comissão como “compatível”. O TECG remove o controlo nacional sobre orçamentos. Os membros dos governos de facto formulam os seus orçamentos e enviam-nos para a Comissão e não as seus Parlamentos; depois de a Comissão julga-los como satisfatórios, o legislador nacional passa por um processo de aprovação meramenet formal.

A adopção do TECG representa uma transferência de soberania das instituições democraticamente eleitas para uma burocracia não eleita. Mesmo que o Parlamento da UE possuísse um controle substancial sobre a Comissão, o TECG ainda seria profundamente autoritária por causa do poder da burocracia da Comissão Europeia sobre temas orçamentais que devem ser decididos democraticamente.

A má gestão é protegida pelo Tratado

As regras orçamentais da UE, desde o Tratado de Maastricht até ao TECG, não são “fit for purpose” (“adequadas à finalidade”), para usar uma frase britânica comum. Elas são anti-democráticas, bem como inflexíveis e impermeáveis à mudança. O Tratado obrigou especificamente os Estados membris a incorporarem nas Leis de enquadramento Orçamental, como no caso português, ou na Constituição (como no caso Alemão) de modo a garantir o seu “caráter permanente, de preferência constitucional” as suas regras orçamentais. Consagrado nos tratados, elas só podem mudar através de revogação ou mediante a adopção de tratados adicionais. Ambos os casos envolvem processos extremamente complexos e demorados e politicamnete complicados, obviamente.

Foi o fato das regras orçamentais serem teórica e praticamente anti-democráticas e inflexíveis que levou ao seu descrédito. Longe da ribalta, elas são tecnicamente erradas, determinando uma má gestão macroeconómica.

O Tratado determina limites específicos para a política orçamental:

[O Tratado] exige que as partes contratantes devem respeitar / assegurar a convergência específica de cada país no médio prazo … com um limite inferior de um défice estrutural (efeitos cíclicos e medidas pontuais não são levados em conta) de 0,5% do PIB; (1,0% do PIB para os Estados-Membros com um rácio da dívida significativamente inferior a 60% do PIB).

Antes de considerar a justeza do objectivo de défice de 0,5%, dois grandes erros técnicos se destacam: (1) o Tratado utiliza uma medida infundada do déficit orçamental; e (2) o conceito-chave, “défice estrutural”, é um absurdo teórico e de difícil determinação.

O TECG adota a especificação Maastricht défice, a receita total menos o total das despesas, o défice global. Como o FMI explica nas suas orientações para a gestão fiscal, a medida apropriada para uma boa gestão fiscal é o déficit primário, que exclui pagamentos de juros sobre a dívida pública (que se reduziu implicaria um incumprimento parcial).

Quando o TECG especifica a 0,5% como um “défice estrutural” vamos a partir do arbitrário ao absurdo. A Comissão, bem como a OCDE normalmente competente definir o “défice estrutural”, como o défice que apareceria, eliminando efeitos cíclicos; ou seja, o déficit quando uma economia opera em capacidade normal.

TorNando este conceito operacional requer um método analítico som de eliminar efeitos cíclicos, em seguida, uma medida clara e consistente da capacidade normal. O défice estrutural da UE falha em ambos os critérios. Na prática, os feijão-contadores CE não faz nenhuma tentativa para eliminar efeitos cíclicos. Na verdade, o método de cálculo da capacidade normal ignora o ciclo completo através da definição de capacidade normal como o nível de produção no qual a taxa de desemprego implica inflação estável (a “taxa de não-aceleração da inflação do desemprego”, NAIRU). Mais uma vez, os burocratas da CE revelam a sua ideologia, tendo a inflação não saída ou desemprego como a medida da saúde económica.

A NAIRU seria suficientemente problemáticas eram tentativa de adaptá-lo às características institucionais específicas de cada país em períodos de tempo específicos. Por exemplo, se o conceito tem validade operacional, é extremamente improvável que assumiria o mesmo valor antes e depois da recessão global de 2008-10. Uma inspeção das tabelas do Eurostat para o real e os déficits “estruturais” mostra nenhuma evidência de estimativas com ajustes específicos de cada país.

A natureza decididamente duvidosa da NAIRU é indicada pelo seu nome de guerra “, a taxa natural de desemprego”. Essa frase revela uma ideologia subjacente que 1) o desemprego é um fenómeno natural a que todas as economias se ajustam automaticamente; e 2) a inflação sempre resulta de excesso de demanda. Se o primeiro fosse verdade a recessão global não teria ocorrido. A segunda ignora pressões sobre os preços decorrentes de bens e serviços comercializados, sendo o mais óbvio e preço volátil de petróleo.

A possibilidade de calcular em cada país e num tempo determinado a capacidade normal específica não iria salvar a regra de 0,5% em relação ao reino do absurdo ideológico. Em primeiro lugar, representa uma análise estática aplicada a um processo dinâmico.

A regra de 0,5% é um resultado hipotético com base em cálculos analiticamente doentios. Este “what if” do cálculo estatístico é utilizado por uma burocracia não democrática para forçar governos eleitos a implementar políticas econômicas contracionistas. A meta de 0,5% é tecnicamente errada, já que exige uma política macroeconómica pró-cíclica. Para tornar a regra mais kafkiana, a burocracia  da CE calcula depois que um governo não vai cumprir a meta hipotética, e em seguida, determina as políticas contracionistas que garantem que o objectivo não pode ser alcançado. O problema é imaginário e a solução contraditória.

O texto da TECG deixa claro que o comportamento fiscal desviante por um país membro não será tolerado:

Os mecanismos de correção devem assegurar uma ação automática a realizar em caso de desvio da [objectivo estrutural do défice] ou a trajetória de ajustamento, com cláusulas de escape (Plano B) para circunstâncias excepcionais. A conformidade com a regra deveria ser controlada por instituições independentes.

As “instituições independentes” incluem a própria Comissão Europeia, que acrescenta um caráter nitidamente orwelliano a um Tratado já kafkiano.

Feito para provocar recessão

As Economias sofrem de défices orçamentais crescentes durante recessões, por causa de queda das receitas e do aumento das despesas sociais. Tais circunstâncias resultam de uma queda do investimento privado ou das exportações. As economias mais eficazmente superaram as recessões por via do setor público, utilizando os seus poderes de despesa, para compensar uma procura privada inadequada. Foi isso mesmo que o FMI veio dizer esta semana sobre o crescimento na Europa.

O TECG legalmente proíbe a implementação desta política fiscal anticíclica. Pelo contrário, os governos que subscreveram o TECG aplicam políticas análogas à prática de há 200 anos de sangria para restaurar a saúde do doente. É um Tratado destinado à execução forçada a estagnação perpétua em todo o continente europeu.

O termo “Six-Pack” é, em certo sentido um apelido singularmente apropriado para o Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação. A Six-Pack contém o equivalente econômico de um veneno que transformar problemas fiscais menores em crises de recessão. Para aqueles que se dedicam a uma União Europeia próspera e harmoniosa, revogação ou substituição do TECG destaca-se como uma prioridade urgente.

É nesta linha que se inscreve o discurso económico do Governo de António Costa e que Marcelo Rebelo de Sousa acabou por subscrever na comunicação ao Parlamento Europeu, esta semana. O PS já subscreveu na Europa um documento visando alterar a definição de défice estrutural, mas em última análise o caminho dos socialistas vai no sentido de criar uma frente que democratize o semestre europeu e sobretudo coloque a comissão a trabalhar diretamente com os parlamentos nacionais. Um caminho de reforma que , para já fica à espera do resultado do referendo do Reino Unido (BREXIT).

Remodelação em troca de OE/Suplementar: Sampaio da Nóvoa e Marisa Matias a caminho do Governo?

O orçamento suplementar a apresentar antes do verão deverá ser apoiado pelo Bloco de Esquerda. Para a troca Costa avançará com lugares no Governo. Para o PCP, o importante é a manutenção das 28 autarquias, devendo Costa comprometer-se em não atacar as autarquias do PC.

Com a necessidade de financiamento dos bancos e sobretudo com a evolução das contas publicas que estão a evidenciar que o crescimento económico é bastante inferior ao previsto pelo executivo no Orçamento de Estado, o primeiro ministro deverá apresentar um novo cenário macroeconómico relativo ao corrente ano, no âmbito do Programa de Estabilidade e Crescimento do Semestre Europeu, o que implicará um orçamento suplementar ainda para este ano, eventualmente a apresentar antes do verão, na Assembleia da República.

Guardando a abstenção do PSD para o Orçamento de 2017, o primeiro ministro deverá concertar com o presidente da República uma remodelação ministerial importante logo a seguir à votação do Orçamento suplementar, que incluirá o Bloco de Esquerda no governo, de modo a assegurar o apoio às medidas adicionais (o celebre Plano B pré-anunciado por Bruxelas). Marisa Matias e Sampaio de Nóvoa poderão integrar o executivo de António Costa.

Já relativamente ao PCP a prioridade irá para a questão autárquica. Desgastado pelo apoio ao governo socialista, o PCP quer manter os seus 28 municípios e negociar o apoio do PS a autarcas seus para desalojar o PSD de alguns municípios do sul do país.

Centrados nas legislativas o PS, já em primeiro lugar e à frente do PSD nas sondagens estará disponível para iniciar estas negociações. As medidas orçamentais para os próximos três anos do PEC estão atualmente em negociação no seio da maioria parlamentar de apoio ao governo socialista.

Miguel Veiga Martins novo CEO da ONI/Cabovião

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Miguel Veiga Martins vai ser o novo CEO da holding que controla a Oni/Cabovisão e que a Altice vendeu no ano passado ao Fundo Apax. Nuno Saraiva, CEO da ONI, e Luís Tavares, da Cabovisão deverão manter-se em funções.

A ONI está entretanto a preparar a sua entrada nas telecomunicações móveis, como operador virtual, que utilizará a rede da MEO/Portugal Telecom, Mantendo o posicionamento que detém no fixo, a oferta móvel da ONI estará reservada ao segmento empresarial.

Isabel dos Santos força solução angolana para a NOS

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A solução angolana para a NOS, patrocinada pela acionista Isabel dos Santos, está em curso e passará necessariamente pela saída do actual CEO, Miguel Almeida, reconduzido esta semana, e da administradora Ana Paula Marques. Os administradores têm já garantido lugares de recuo no Grupo Sonae, o outro acionista de referência da Nos, de que ambos são quadros e de onde são originários.

A decisão de tomar o controlo das rédeas na NOS está a deixar a empresa em stress, num momento em que as margens do negócio continuam a cair, fruto da agressiva estratégia comercial de compra de quota seguida por Miguel Almeida, e em que os custos operacionais dispararam. O comportamento da empresária angolana é considerado imprevisível e meios internos da empresa não excluem a hipótese de estar em preparação uma Oferta Pública de Aquisição surpresa.

O sucessor provável de Miguel Almeida é o actual CFO, José Pedro Pereira da Costa, vice-presidente da Comissão Executiva e considerado próximo dos interesses da accionista angolana e um dos dois elementos da gestão (juntamente com André Almeida), que transitaram da ZON, aquando da fusão com a Optimus.