A possibilidade de Joe Berardo roubar a edição portuguesa da revista “Vogue” à Cofina já está a fazer baixas no grupo de Paulo Fernandes. Sofia Lucas, directora da revista “Máxima” (a outra revista feminina da Cofina) e que estava apontada como provável directora da futura “Vogue”, foi dispensada pela Cofina. A sua substituta será Fernanda Soares, que larga a direcção da rival “Saber Viver”.
A transferência da revista, da Cofina para Berardo, poderia levar à mudança da actual directora da “Máxima”, Sofia Lucas, para a direcção da “Vogue”. Lucas é amiga pessoal de José Santana e deu o seu rosto numa campanha de relançamento da GQ nas redes sociais, um facto que desagradou à administração da Cofina.
Como o CONFIDENCIAL noticiou, a 24 de Junho, Joe Berardo é o financiador secreto por detrás do relançamento da revista masculina GQ em Portugal, sob licença do grupo americano Condé Nast. O investidor madeirense quer até reforçar a sua presença nos mídia, estando neste momento a negociar com a Condé Nast um acordo de exclusividade para a edição em língua portuguesa de outros títulos do grupo americano. Um acordo com Berardo implicará o fim do contrato de edição que a Condé Nast tem com a Cofina, dona do “Correio da Manhã”, para a edição em português da revista feminina “Vogue”.
A edição portuguesa da GQ foi editada pelo grupo Cofina até Dezembro do ano passado, num pacote de licenciamento que incluía ainda a “Vogue”. O encerramento súbito do título masculino minou as relações entre a Cofina e os americanos, que nunca gostaram que o parceiro português editasse também a “Máxima”, uma revista directamente concorrente da “Vogue”.
Nesta nova etapa, a GQ Portugal mantém como director José Santana, que saiu da Cofina aquando do fecho do título. Santana aparece também como principal accionista da editora da revista, com 40% do capital social, a par com duas sociedades registadas em países de leste, que funcionarão como testas de ferro de Berardo.
Na Cofina, os mais resultados do último trimestre levaram já a nova reestruturação. No Brasil, a operação dos gratuitos “Destak” tornou-se deficitária e os cenários na mesa vão desde o downsizing do negócio, com o encerramento do jornal nalgumas das cidades menos importante, à venda de toda a operação a parceiros locais.