Fim do contrato de liquidez ameaça valor das UP

A Associação Mutualista do Montepio Geral registou a 26 de Junho o aumento do capital da Caixa Económica Monteio Geral (CEMG), no valor de 200 milhões de euros, ainda a tempo de reflectir esse reforço nos rácios de capital, relativos às contas do 1º semestre do ano

A CEMG decidiu em simultâneo não renovar o contrato de liquidez das unidades de participação no Fundo d Participação, que mantinha com o Montepio Investimento, desde a constituição do Fundo, em 2013. A não renovação significa que a partir de agora os detentores de unidades de participação terão de estar sujeitos às condições do mercado, caso pretendam vende-las. Ou seja, terão de encontrar compradores interessados.

Ao abrigo do contrato, o Montepio Investimento garantia a compra, mesmo se não houvesse comprador. O CONFIDENCIAL sabe que o Montepio Investimento estada a assegurar 100% da negociação das unidades nos últimos meses, dada a falta de compradores, e que mesmo depois da não renovação do contrato tomou firme mais de 100 mil unidades.

A não renovação do contrato de liquidez fará baixar as cotações em Bolsa das unidades de participação que, por efeito do contrato de liquidez, se mantinham estáveis nos 79 cêntimos, desde Abril. Tendo em conta que a Associação Mutualista subscreveu o aumento de capital ao valor nominal de 1 euros, com um prémio de 21 cêntimos face à cotação de mercado, nova baixa do valor implicará mais menos-valias potenciais para a Associação.

A compra de unidades de participação pelo Montepio Investimento estava a fazer a posição no Fundo de Participação das empresas do grupo Montepio (incluindo o Montepio Investimento, a própria CEMG, e as seguradoras do grupo), aproximar-se do limite de 20%, a partir do qual teria de consolidar o próprio Fundo nas suas contas e de deixar de contabilizar o valor do Fundo como capitais.