O governo angolano negociou com a Ecotech – Engineering & Technical Services um novo financiamento internacional de 500 milhões de dólares, dos quais 125 milhões para o apoio orçamental ao Programa de Investimentos Públicos, e os restantes 375 milhões para fornecimento de materiais, produtos e para a execução de projectos nas áreas da água e da energia. Esta é apenas a mais recente de um conjunto de operações de financiamento internacional que Luanda fechou, desde o arranque do ano.
A quebra na cotação internacional do petróleo deverá gerar este ano um défice público de 7,0% do Produto Interno Bruto (PIB). O stock da dívida pública subirá a 45,8% do PIB, segundo a mais recente revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE), aprovada em Março.
Luanda contratou nos últimos dias um empréstimo do Banco Mundial no valor de 450 milhões de dólares – acrescido de uma garantia de 200 milhões de dólares – e uma nova linha de apoio financeiro da China, esta última de valor não revelado.
Desde o início do ano, foram fechados acordos de financiamento com os franceses da Société Générale e do BBVA, no valor de 500 milhões de dólares cada, com os norte-americanos do Goldman Sachs e com o fundo britânico Gemcorp Capital, cada um com 250 milhões de dólares, e com os russos da VTB Capital, num montante de 1.500 milhões de dólares.
Em Junho somou-se um empréstimo de 123,7 milhões de dólares do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), para financiar um projecto de abastecimento de água e saneamento básico. Em Fevereiro, o banco sul-africano Rand Merchant Bank (RMB) anunciou que iria financiar o projecto de construção e reabilitação de duas estradas nacionais angolanas (EN 180 e 225), com um empréstimo de 216 milhões de dólares.
O OGE revisto define que a previsão da cotação do barril de crude para exportação, necessária para a estimativa das receitas fiscais, desce de 81 para 40 dólares. Esta revisão fará reduzir o peso do petróleo nas receitas fiscais angolanas, de 70% em 2014 para 36,5% este ano.