Depois de anunciar a suspensão por dois meses dos pagamentos a fornecedores, e de avançar com um plano de redução de 30% nos custos com fornecimentos externos, a Altice prepara agora a redução para metade dos cargos de direcção de primeira linha da Portugal Telecom. O corte nos lugares de chefia será acompanhado por uma proposta de redução dos salários. O CONFIDENCIAL sabe que a Altice vai anunciar a existência de 30 vagas para directores de primeira linha, com salários anuais de 50 mil euros. Os primeiros 30 dos directores actuais, a aceitarem a proposta, manter-se-ão ao serviço da PT, numa espécie de leilão. Os restantes serão dispensados.
Os directores que se mantiverem sofrerão também cortes nos benefícios, em particular nos carros de serviço, no plafond dos cartões de crédito e despesas e nos montantes das ajudas de custo.
Outra frente dos cortes serão as empresas de outsourcing. O CONFIDENCIAL sabe que a Randstad, principal parceira da PT na área dos call centers, foi convidada a apresentar uma proposta de redução do valor dos seus serviços. A alternativa à Randstad poderá ser a Reditus, com quem a Altice tem estado em conversações.
Entretanto, José Henriques é o nome que está em cima da mesa para presidente executivo da PT. O actual CEO da angolana Movicel passou pela Unitel, Deloitte, Vodacom (Vodafone África) e Airtel. Como CFO da nova PT está confirmado o nome de Guy Pacheco, delfim do ex-CFO, Pacheco de Melo. Mário Seborro terá o pelouro empresarial. Miguel Martins, ex-Unitel e Nos, de onde saiu em ruptura com a accionista Isabel dos Santos, é outro dos nomes que correm nos bastidores para a nova administração.