A situação de liquidez da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) é neste momento dramática, com a quota de 5 mil milhões de euros de linhas de cedência de liquidez, reservadas pelo Banco Central Europeu ao Montepio, já completamente esgotada.
Dados do Banco de Portugal indicam que a quota do Montepio Geral no total da cedência de liquidez ao sistema bancário nacional está nos 15%, mais do que duplicando a quota de mercado da Caixa Económica, em termos de crédito e captação de recursos.
Nas últimas semanas, os clientes e associados do Montepio têm levantado aplicações e depósitos do banco, preocupados com o efeito das notícias nos jornais sobre a situação financeira do banco. Numa extensa carta dirigida a clientes e associados do grupo, o ainda presidente da CEMG, Tomás Correia, afirma que a “Caixa Económica tem vindo ser alvo de fortes ataques, questionando-se a sua segurança, solidez e adequação de processos”, reconhecendo “que esses ataques sobressaltaram clientes”. Tomás Correia confirma a existência das auditorias do Banco de Portugal à CEMG e reconhece que foram detectadas falhas organizativas e de procedimentos, embora garanta que elas não implicaram “quaisquer consequências patrimoniais para a instituição”.