CPI depois das férias parlamentares

A recondução do governador do Banco de Portugal reajustou o calendário da solução para o Montepio Geral, dando mais tempo a Carlos Costa para gerir o dossier, que promete transformar-se no caso mais mediático da rentrée. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cuja constituição chegou a ser falada, com carácter de urgência, entre a maioria e o Partido Socialista, foi adiada para depois das férias parlamentares. A CPI foi uma das exigências negociadas entre o primeiro-ministro e Carlos Costa, para que o governador aceitasse manter-se em funções.

Os resultados das auditorias e da inspecção permanente do Banco de Portugal, que fundamentarão a criação da CPI, só serão conhecidos depois da saída de Tomás Coreia a da actual administração da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG).

José Félix Morgado, o indigitado substituto de Tomás Correia na presidência da CEMG, já terá garantido a Carlos Costa total colaboração com a inspecção permanente do Banco de Portugal, que detectou graves irregularidades na anterior gestão. A colaboração de Félix Morgado, o seu perfil e a sua experiência na banca e na gestão de empresas, deverá ser suficiente para afastar as desconfianças  em relação a um nome que foi indigitado por Tomás Correia.

Garantido parece estar o veto do banco central à recondução dos actuais administradores da CEMG, com excepção de João Neves.