Confirmada a saída em do director do semanário Sol, José António Saraiva, que se reforma. Falta apenas decidir o momento, sendo certo que nunca será antes das eleições legislativas de Outubro, nem do anúncio formal do canal de televisão do Sol.
A saída do director e fundador está já a mexer com o equilíbrio de poderes dentro do grupo angolano Newshold, que além do Sol também controla o diário i. Afastada está a hipótese do substituto de Saraiva ser o ex-director do i, Eduardo Oliveira e Silva, entretanto promovido à administração da Newshold, onde passou a fazer de contrapeso a Mário Ramirez, um fiel de José António Saraiva e também ele um dos elementos do núcleo de fundadores do Sol.
A possibilidade de contratação de Luís Delgado, próximo de Pedro Santana Lopes, terá sido posta de parte, por não agradar nem a Miguel Relvas, nem ao próprio primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. Embora mantendo o jornal na esfera de influência do PSD, a deriva santanista de Delgado poderia por em causa o alinhamento editorial com o actual governo, no seio do qual o jornal é referido por “Sol Livre”, associando-o ao nome do jornal oficial do PSD (“Povo Livre”).
Luís Osório, director-interino do i, seria outra hipótese, neste caso realinhando politicamente o semanário da esfera do PSD para o PS. Mas tudo dependerá do resultado das próximas legislativas. Em caso de vitória do PS, Osório poderá avançar, mantendo o jornal na órbita do poder. Em caso de vitória da coligação PS/CDS, a solução poderá passar pela contratação de alguém externo. O CONFIDENCIAL sabe que já houve contactos para esse efeito, ainda no final do ano passado, que poderão ser retomados em breve.