Património do GES/BES é garantia do Fundo de Resolução

O património imobiliário do antigo BES poderá ser entregue ao Fundo de Resolução, como colateral para garantia com perdas na venda do Novo Banco e, sobretudo, de riscos com litigância futura. Esta seria a solução que permitiria desbloquear a venda do Novo Banco, transferindo os riscos de litigância para o Fundo de Resolução.

O Banco de Portugal quer que a litigância do BES/Novo Banco seja assumida pelo património dos antigos accionistas, com a liquidação de activos do antigo Grupo Espírito Santo (GES).

Os cerca de 600 milhões em que, para já, está avaliada a litigância do BES/Novo Banco seriam assim assumidos pela massa falida das diversas empresas do GES. Uma solução que o BdP deseja, mas que terá passar pelo acordo das autoridades judiciais do Luxemburgo que têm o controlo dos activos das empresas do GES que entraram em default.

Esta semana, a Polícia Judiciária, a pedido do Juiz Carlos Alexandre, determinou o arresto, a favor do Estado, de cerca de meia milhar de imóveis da Rioforte, que até meados do ano passado funcionou como holding não financeira do GES. De acordo com a informação passada pelos investigadores ao jornal Correio da Manhã, os activos arrestados terão um valor de 1000 milhões de euros. Entre o património que a PJ pretende arrestar conta-se a Herdade da Comporta.