Alberto da Ponte será o principal alvo das críticas do plano de reestruturação da RTP, que a nova administração apresentará ainda antes do Verão à tutela. Sob o escrutínio da nova administração estão alguns contratos de fornecimento de serviços por adjudicação directa, negócios e promoções acordadas nas últimas quatro semanas em que Alberto da Ponte esteve aos comandos da estação pública de rádio e de televisão, já em ruptura total com o ministro Poiares Maduro. Decisões que fizeram disparar os custos, acusa a actual administração.
A nova administração mantém entretanto um braço de ferro com os sindicatos, na negociação do novo Acordo de Empresa. O presidente Gonçalo Reis quer limitar o pagamento de horas extraordinárias e alguns benefícios sociais, aligeirar as estruturas operacionais e não exclui a necessidade de rescisões, argumentando com a necessidade urgente de reequilibrar as contas da empresa. O downsizing nas operações permitirá cortar o número de chefias e baixar os custos de produção.
Nuno Artur Silva, administrador responsável pela área dos conteúdos, já está entretanto a preparar a grelha pós-Verão. Tem sondado produtores independentes para realização de séries e programas de ficção. No seio da RTP, “este negócio entre amigos” está a levantar grande celeuma, com alguns quadros de empresa atentos ao desenrolar das negociações.