Crescimento do PIB fixa-se nos 1,5%

Foram a Universidade Católica Portuguesa e o presidente Cavaco Silva os primeiros a perceberem o efeito da queda do preço dos produtos petrolíferos no PIB português. Com efeito, a queda para metade do preço do petróleo fará cair de cerca de 11 mil milhões, para cerca de 6 mil milhões de euros as importações portuguesas de produtos petrolíferos, ao mesmo tempo que deverá fazer cair, de 6 para 3,5 milhões, as exportações de produtos petrolíferos. Ora, por esse efeito, o défice petrolífero este ano vai cair pelo menos de 5 para 2,5 mil milhões, ou seja, gerando uma melhoria de 1,4% do PIB no défice. A este valor podemos juntar o efeito da retoma europeia (1,5%), que faz com que o desempenho das exportações para a União Europeia seja positivo, e o impacto extra da desvalorização do euro face ao dólar, que impulsionará também as nossas exportações para os restantes países. A subida de 45 para 70 dólares do petróleo, entretanto, não afetando este racional, vem por seu lado melhorar as condições externas de destinos críticos para as nossas exportações, como Angola e o Brasil.

Do ponto de vista político isto significa que independentemente de quem vencer as próximas eleições legislativas, o clima económico está protegido pela política europeia e pelo “quantitative easing” do Banco Central Europeu, cenário com que nem os economistas do PS, nem o Plano de Estabilidade e Crescimento apresentado pelo Governo de Passos Coelho a Bruxelas, contam.