O retomar da cooperação entre Angola e a Guiné-Bissau passa pelo recuperar de antigos projetos angolanos de investimento, suspensos depois do golpe militar de 2012, com o novo governo de Bissau a apostar em Luanda para ajudar no projecto de relançamento da economia.
A Bauxite Angola planeia investir na Guiné-Bissau o equivalente a mais de 385 milhões de euros no relançamento da exploração das minas de bauxite de Madina de Boé, na região de Gabu, no leste do país. A região de Boé possui 9 jazigos de bauxite, 6 dos quais são de importância relevante, dadas as suas reservas e os elevados teores de concentração de minério. Os estudos realizados comprovam existirem reservas provadas da ordem de 110 a 113 milhões de toneladas de bauxite, a que se poderão ainda somar mais 100 milhões de toneladas que ainda não estão comprovadas. Estimando uma produção anual de cerca de 2 milhões de toneladas ao ano, a vida útil das reservas provadas será de cerca de 56 anos.
No âmbito do contrato de exploração das minas de bauxite, o governo de Luanda assumiu ao compromisso, em 2010, de construir um grande porto de águas profundas no braço de mar que banha a cidade de Buba. Com 18 metros de profundidade e capacidade para receber em simultâneo três navios de 70 mil toneladas de porte, este seria o maior porto de mercadorias da Guiné-Bissau e teria um impacto regional, podendo atender a necessidade de países vizinhos, como o Mali, um país sem saídas para o mar. Além do porto, Angola comprometia-se ainda a construir uma via rodoviária de ligação de Minhíme a Buba.