Tensão Luanda-Lisboa condiciona futuro do BCP, BPI e NOS

Desde o início de Dezembro regressaram a Portugal mais de 10 mil expatriados que estavam a trabalhar em Luanda, cumprindo o plano oficial de esfriamento das relações económicas e da cooperação entre Luanda e Lisboa. Neste momento as estimativas apontam para um total de 200 mil portugueses a trabalhar em Angola e prevê-se que pelo menos 25% sejam repatriados já este ano. Em Lisboa, é cada vez mais difícil conseguir um visto de entrada em Angola e a emissão de vistos de trabalho foi congelada.

Luanda está também a excluir todas as empresas portuguesas dos contratos públicos e a levantar-lhes grandes entraves operacionais. E os produtos portugueses importados estão a ser substituídos por produtos de outros países ou por produção local

As remessas de fundos para Portugal também estão a ser limitadas, tendo caído para menos de 160 milhões de dólares, no ano passado, o que representa uma quebra para metade face a 2013.

No quadro da ruptura estratégia bilateral, Luanda instruiu também os grupos angolanos para se retirarem de todas as joint-ventures com grupos portugueses em que não tenha o controlo absoluto. A ordem é controlar ou sair, o que terá efeitos a muito curto prazo na estrutura accionista do Millennium bcp, Banco BPI, Nos e Galp.

Na semana passada, Isabel dos Santos, accionista de referência do BPI e da Galp Energia, esteve em Lisboa a preparar a sua estratégia com o seu homem-forte em Lisboa, Mário Silva.

Na Global Media e na Soares da Costa, o empresário angolano António Mosquito está já em retirada e o mesmo se passa nas empresas onde o general Kopelipa e Álvaro Sobrinho detém participações.