Fundo Apollo favorito

O fundo norte-americano Apollo terá feito a melhor proposta de compra da posição de 60,5% que o Estado detém no Banif, garantiram ao CONFIDENCIAL. O anúncio oficial será feito ainda antes do Natal. O fundo americano foi um dos candidatos preteridos na corrida ao Novo Banco. Como o CONFIDENCIAL anunciou na altura, o governo colocou sempre a possibilidade de o Banif funcionar como segunda hipótese para os interessados no Novo Banco.

O Fundo Apollo é dono da seguradora Tranquilidade, que adquiriu ao Novo Banco, e precisa de uma rede de balcões bancários para alavancar a sua operação de seguros e pensões.

A hipótese de um processo de Resolução semelhante ao do antigo BES para salvar o Banif, que foi anunciado pela imprensa económica, nunca esteve sobre a mesa, garantem fontes do Banco de Portugal ao CONFIFDENCIAL. Até porque os resultados do Novo Banco foram maus e ficaram muito aquém do inicialmente esperado, acabando por resultar num buraco financeiro superior a 6 mil milhões de euros que terá agora de ser suportados pelo Estado.

A solução que está ainda em aberto, caso o negócio com o Fundo Apollo não se concretize, é a da constituição de um Fundo constituído com os activos imobiliários do banco. Este fundo, que numa fase inicial pertencerá ao Banif, poderá depois abrir o seu capital a investidores privados, ou ser vendido em bloco a um investidor institucional especializado na área

Com a DGCom da União Europeia a inviabilizar todos os planos de reestruturação que lhe foram apresentados pela actual administração do Banif, liderada por Jorge Tomé, a salvação do banco ficará a cargo do Estado, se até ao próximo 1 de Janeiro não for encontrado um comprador interessado em ficar com a maioria do banco.

A 1 de janeiro entram em vigor as novas regras europeias, que obrigam os acionistas a injectar o capital necessário para que o banco cumpra os rácios do BCE e evite a declaração de falência. Como a maioria do Banif está nas mãos do Estado, qualquer das duas soluções teria impacto forte nas contas públicas. Daí a urgência de fechar a operação de venda.

A proposta da Apollo cobre apenas um terço do valor injectado pelo Estado no Banif, embora o fundo se comprometa a reembolsar a parcela ainda não liquidada do empréstimo público titulado por CoCos. O Estado injectou 700 milhões de euros na capitalização do Banif e concedeu um empréstimo em obrigações Cocos de 400 milhões. deste empréstimo, o Banif já amortizou 275 milhões, faltando ainda liquidar 125 milhões.