Miguel Maya, vice-presidente do Millennium bcp, é apontado como o mais provável sucessor de Nuno Amado à frente dos destinos do banco, caso o actual CEO não seja reconduzido no cargo.
Com a consolidação do poder de Manuel Vicente como vice-presidente do governo de Angola e a estabilização da Sonangol, Carlos Silva, que também é CEO e principal accionista do angolano BPA (parceiro angolano do Millennium bcp), preparava-se para ser o próximo presidente do Conselho de Administração do BCP e depois eventualmente promover a fusão com o BPI, em negociação com a La Caixa. Mas Carlos Silva recuou, abrindo o caminho à hipótese Miguel Maya.
Mas a perda de influência de Manuel Vicente em Luanda, agora já criticado pelos jornais locais, permite admitir o cenário de falência da Sonangol no modelo actual, o que permitiria a reconstituição de uma Sonangol 2, com metade das dívidas da actual operadora de petróleos angolana. Um cenário que pode vir a complicar a regularização das dívidas da Sonangol às empresas e bancos portugueses em Portugal e Angola (como pode ser o caso do BFA, caso Fernando Ulrich não chegue rapidamente a acordo para venda da posição do BPI no banco de direito angolano).
Esta indefinição em Angola acaba por ter reflexos no BCP, onde a Sonangol e Carlos Silva investiram 7 mil milhões de euros, que actualmente valem menos de 5% desse valor. Em cima da mesa está o cenário de, no caso de falência da actual Sonangol, as participações desta serem alienadas e da holding de Isabel dos Santos poder vir a ficar com a participação no BCP e depois negociar com a La Caixa a fusão com o BPI, ou a separação dos interesses dos dois bancos em definitivo.