O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um “aumento significativo” da dívida pública angolana em 2015.
Os economistas do Fundo referem o forte impacto da crise petrolífera nas contas públicas, identificando que a dívida pública deverá elevar-se, no final do ano, a 57,4% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja 58,5 mil milhões de dólares (54,4 mil milhões de euros).
Trata-se de um aumento face ao peso de 42,2% do PIB, em 2014, com 14,7% a corresponderem à dívida contraída pela estatal petrolífera Sonangol, num total de 15 mil milhões de dólares (13,9 mil milhões de euros), o dobro face aos valores de 2010 da Sonangol, nas contas do FMI.
Entre outras linhas de apoio, o Governo angolano já fechou nos últimos meses financiamentos com o Banco Mundial, no valor de 450 milhões de dólares (418 milhões de euros) – acrescido de uma garantia de 200 milhões de dólares (186 milhões de euros) – e uma nova linha de apoio financeiro da China, no valor de 6.000 milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros).
Foram ainda pedidos apoios aos franceses da Société Générale, no valor de 500 milhões de dólares (465 milhões de euros), aos espanhóis do BBVA, de 500 milhões de euros, ou aos norte-americanos do Goldman Sachs e do fundo britânico Gemcorp Capital, cada um com 250 milhões de dólares (232 milhões de euros).
Entre outros, em junho passado somou-se um empréstimo de 123,7 milhões de dólares (115 milhões de euros), aprovado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), para financiar um projeto de abastecimento de água e saneamento básico em Angola.
Em fevereiro passado foi fechado um acordo com o banco sul-africano Rand Merchant Bank (RMB), que vai financiar o projeto de construção e reabilitação de duas estradas nacionais angolanas (EN 180 e 225), com o empréstimo de 216 milhões de dólares (201 milhões de euros).