Angola ofendida com representação portuguesa, relações bilaterais ao rubro

Angola está profundamente ofendida com o nível da representação de Portugal nos 40 anos da independência do país que se comemoram no próximo 11 de Novembro, referiram ao CONFIDENCIAL fontes diplomáticas. Lisboa vai fazer-se representar pelo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Campos Ferreira, naquela que será uma mais importantes cerimónias nacionais de Angola, desde os acordos de independência com Portugal.

Fontes de Luanda referiram que o Brasil, por exemplo, se fará representar pelo vice-presidente Michel Temer, a segunda mais importante figura da hierarquia do executivo do país. Outros países, como a China, Índia, Rússia, Espanha, Itália e França far-se-ão também representar ao mais alto nível.

A celebração do 40.º aniversário está a ser preparada há lo meses. Entre a galeria de VIPs, está já confirmada a presença de duas dezenas de presidentes.

No dia anterior ao grande desfile, que envolverá mais de 10 participantes civis e das Forças Armadas angolanas, será inaugurado o novo edifício da Assembleia Nacional de Angola, construído pela empresa portuguesa Teixeira Duarte e que representou um investimento público superior a 185 milhões de dólares.

A ausência de um representante de alto nível do governo português atesta o estado muito tenso das relações bilaterais entre Lisboa e Luanda. Em Angola, a cooperação portuguesa é considerada oficialmente um fracasso e os expatriados portugueses estão a ser mandados para casa. Ao nível dos negócios, há instruções precisas para romper todas as parcerias em que os capitais angolanos não sejam maioritários e para reforçar o controlo nas joint-ventures onde os angolanos detém a maioria.