Por detrás da subida da cotação das acções do BCP e BPI estará o relançamento pelos accionistas angolanos, da hipótese de fusão dos dois bancos. Isabel dos Santos, segunda maior acionista do BPI, com 20% das acções, e a Sonangol, que é o maior acionista do BCP com a mesma percentagem do capital, poderão relançar a fusão, numa manobra destinada a contrariar os planos do CEO do BPI, Fernando Ulrich, de constituir uma holding para os três bancos africanos do grupo, incluindo o BFA angolano, onde Isabel dos Santos reparte o controlo com o próprio BPI.
Isabel dos Santos vai vetar a proposta e insistir em ficar com a maioria do BFA, comprando uma parte das acções que pertencem ao BPI. A hipótese da Sonangol transferir para os espanhóis do La Caixa, maior acionista do BPI (com 44% do capital e 20% dos direitos de voto) a sua posição no BCP, encaixando generosas mais-valias num momento de aperto financeiro, foi referida por alguns meios ao CONFIDENCIAL. Isabel dos Santos e La Caixa passariam assim a ser sócios de ambos os bancos, numa posição concertada que seria um primeiro passo para a fusão.