A Comissão Europeia não vai admitir o recurso a créditos fiscais dos bancos para efeitos de reforço dos rácios de capital. A decisão, que será comunicada ainda este mês a Lisboa, colocará novamente os bancos portugueses sob pressão, pois terão de encontrar formas alternativas de reforçar os seus capitais próprios e equivalentes. Mais do que isso, colocará de novo em cheque o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, a de dois meses da sua saída.
Pela parte do Governo está já decidido que qualquer solução só começará a ser negociada depois da tomada de posse do sucessor de Carlos Costa. Na análise dos assessores do Governo, Costa ficou ficou queimado com o caso BES e não valerá a pena salvar-lhe a face na questão da conversão dos créditos fiscais em capitais. Tanto mais que foi o governador o mais acérrimo defensor da solução e, se Bruxelas não recuar na sua decisão, o Governo poderá sempre fazer de Costa o bode expiatório de um problema que afectará todo o sistema bancário.