O grupo de Nuno Vasconcellos está sem margem de manobra financeira. Depois do Millennium bcp ter exercido o penhor das acções da Pharol, como garantia de um empréstimo de 232 milhões de euros, detendo neste momento 6,16% do capital da sociedade, o CONFIDENCIAL sabe que o Novo Banco também irá avançar, exercendo o penhor sobre as restantes acções da Ongoing na Pharol, de forma a garantir o capital de um empréstimo que ascende a 200 milhões de euros. A exposição da Ongoing ao Novo Banco e Credit Suisse ascende a 406 milhões.
Depois da reestruturação dos negócios de media no Brasil, com despedimentos e o encerramento de jornais, o grupo terá agora de negociar a venda do “Diário Económico” e da ETV, em Portugal, sob forte pressão dos credores e, em particular, do Novo Banco. Apesar de haver vários interessados, desde um fundo de private equity de capitais portugueses a vários investidores angolanos, não foi ainda apresentada nenhuma proposta vinculativa ao BESI/Haitong, que foi mandato para negociar a venda. Os compradores apostam que quanto mais tarde se apresentarem, mais barata sairá a operação.
Nuno Vasconcellos adquiriu o “Diário Económico” por 27 milhões de euros, há sete anos, e desde então somou sempre exercícios com prejuízos. Embora os resultados oficiais não sejam divulgados, fontes do mercado estimam as perdas mensais em torno dos 200 mil euros, ou seja, cerca de 2,4 milhões de euros por ano. O valor pedido por Nuno Vasconcellos tem sido o principal obstáculo à concretização da venda. O CONFIDENCIAL sabe que uma proposta de 7 milhões de euros, apresentada no início do ano pela empresária Isabel dos Santos, foi recusada pela Ongoing. A situação de aperto de tesouraria está já a reflectir-se em grandes atrasos no pagamento a fornecedores e colaboradores do jornal, bem como demora no pagamento dos salários e dos subsídios e despesas.
A empresa de head hunting Heidrick & Struggles, um dos activos mais interessantes do grupo, perdeu recentemente dois dos seus partners – Mariana Branquinho da Fonseca e Pedro Rocha de Matos –, que optaram pelo lançamento de uma nova consultora de raiz. Na Heidrick mantém-se Pedro Rocha e Silva, que poderá encabeçar um management buy out de forma a garantir o futuro da empresa.