José de Matos poderá ser a solução para suceder a Carlos Costa à frente dos destinos do Banco de Portugal. O actual presidente executivo da CGD foi um dos homens-chave da equipa do banco central, quando Vítor Constâncio era governador, ocupando então uma das vice-presidências. Matos já manifestou em privado que não tem interesse em trocar a CGD pelo banco central. Mas o certo é que a possibilidade está agitar o ambiente interno do maior grupo bancário português, onde José de Matos é bastante admirado.
A hipótese José de Matos surge depois de António Varela ter sido “queimado” na imprensa. A 21 de Abril, uma notícia do jornal Público, com base em fontes internas e não identificadas do próprio Banco de Portugal, terá afastado definitivamente a hipótese Varela. Com honras de machete de primeira página, o diário levantava a questão se seria eticamente aceitável um administrador do Banco de Portugal deter ações, obrigações e fundos dos bancos que supervisiona e listava a carteira de títulos de António Varela
O caso levou o Banco de Portugal a criar um grupo de trabalho para estudar soluções que neutralizem potenciais conflitos de interesse e afastou Varela da corrida à sucessão de António Costa. O supervisor quer agora impor regras ao nível das incompatibilidades para garantir a imparcialidade dos seus administradores.