Moçambique na mira da CTC e State Grid

Os chineses da China Three Gorges e da State Grid são dois dos grupos interessados na construção da central norte da hidroeléctrica de Cahora Bassa. A CTC quer, em parceria com a EDP – Energias de Portugal, de que é o maior accionista, com 21,35% do capital, participar na construção deste empreendimento de 1250 megawatts, com um custo avaliado pelo Governo moçambicano em 413 milhões de dólares. A State Grid, que é o maior accionista da Redes Energéticas Nacionais (REN), empresa portuguesa que detém 7,5% da HCB, é outro dos interessados, no âmbito do seu plano de negócios da REN para o triénio 2015-18, que prevê um reforço do investimento na internacionalização, até 900 milhões de euros, em mercados emergentes em África e na América Latina.

Outro projecto que está na mira da State Grid é o da central hidroeléctrica de Mpanda Nkua, projectada para ser a segunda maior hidroeléctrica moçambicana e que foi adjudicada a construtoras brasileiras, em 2010, mas que se deparou com dificuldades de financiamento.

A State Grid propõe-se financiar e construir a barragem, mas a entrada dos chineses está a ser contestada pelos brasileiros da Camargo Corrêa, que exigem ser ressarcidos do investimento e das garantias assumidas no contrato de concessão.

Os últimos cenários indicavam que a State Grid ficaria com entre um terço e 40% da central de Mpanda Nkua, menos do que os 60% que pretendia, enquanto a sul-africana Eskom, seu futuro cliente, teria 20%, a Électricité de France e a Eletrobras entre 10% a 15%, cada uma, e o restante seria repartido entre EDM – Electricidade de Moçambique e investidores privados moçambicanos.

Com uma capacidade instalada de 1500 megawatts, a central é um activo determinante para a rentabilização da linha de transporte, que será gerida pela Sociedade Nacional de Transporte de Energia (SNTE) e que ligará o centro ao sul de Moçambique.

A SNTE é uma parceria entre a State Grid, que ficou com 46% do capital da empresa e responsabilidade do financiamento, com a REN, que manteve uma participação de 14%, enquanto a Eskom e a EDM ficam com 20% cada.