Exposição da banca portuguesa ao BCE

O recurso às linhas de liquidez do Banco Central Europeu (BCE) é um indicador avançado do estado de aflição dos bancos portugueses. O Montepio, que ainda não divulgou as suas contas semestrais, será o caso mais grave. Em Março tinha 2,3 mil milhões de financiamentos junto do BCE, mas o valor terá entretanto quase duplicado, esgotando a chamada pool de activos elegíveis para operações de Política Monetária do Eurossistema, que em 31 de Março era de 4.012,3 milhões.

 

CGD – 2,9 mil milhões

O grupo CGD diminuiu o seu financiamento junto do BCE no último ano em 2,379 milhões de euros (-45,0%), para 2,906 milhões de euros, no final de Junho de 2015.

Em paralelo, e no mesmo período, reduziu também o montante de activos elegíveis afectos à pool do BCE em 1,183 milhões de euros (-9,0%), para 11,962 milhões. O valor de activos disponíveis na referida pool era pois de 9,055 milhões de euros, no final do 1.º semestre, o que compara favoravelmente com os 7,806 milhões de euros disponíveis um ano antes.

BCP – 6,1 mil milhões

No final do primeiro semestre, o financiamento líquido colaterizado junto do BCE foi reduzido para 6,1 mil milhões de euros, face aos 8,7 mil milhões de Junho de 2014. O buffer de liquidez aumentou para 8,5 mil milhões.

 

BPI – 1,5 mil milhões

O financiamento líquido colaterizado junto do BCE estava em 1,5 mil milhões de euros, no final do primeiro semestre. O BPI dispunha, adicionalmente, de 6,0 mil milhões de activos susceptíveis de transformação em liquidez em operações com o BCE.

 

Banif – 1,8 mil milhões

O financiamento junto do BCE aumentou cerca de 175,6 milhões de euros, entre Dezembro de 2014 e Junho de 2015, para 1.844,6 milhões. O valor dos activos livres pertencentes à pool junto do BCE atingiu, em Junho, 539 milhões de euros.