A investigação do Ministério Público português, às ligações nacionais ao escândalo de corrupção centrado na Petrobrás (Lava Jato), poderá levar à identificação das comissões pagas na intermediação do negócio da venda da Vivo por 7 mil milhões à Telefónica e a compra por 5,5 mil milhões da participação na OI por parte da PT Portugal. O negócio da PT no Brasil poderá ter envolvido mais de 200 milhões de comissões não declaradas. As autoridades estão a seguir o rasto do dinheiro, de forma a apurarem se houve, ou não, pagamentos directos ao ex-presidente brasileiro, Lula da Silva, e ao ex-primeiro-ministro português, José Sócrates.
Em Portugal este processo envolve ainda a Odebrecht, Andrade Gutierrez e a Camargo Corrêa, empresas de construção que intervieram em obras públicas desde o tempo de Cavaco Silva. O primeiro negócio polémico da Bento Pedroso Construções (BPC), o braço da Odebrecht en Portugal, foi a Via do Infante. Os brasileiros estiveram ainda envolvidos na Ponte Vasco da Gama, obras adjudicadas ainda no tempo em que era ministro das Obras Públicas Joaquim Ferreira do Amaral, actual presidente da Lusoponte. As ligações aos interesses brasileiros poderão chegar ainda ao grupo Lena, Cimpor, EGF e BES. Recorde-se que Armando Vara assumiu a presidência da Camargo Corrêa em África, empresa que comprou e desmantelou a Cimpor em Portugal.