O desalinhamento estratégico entre Félix Morgado, CEO da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), e o seu antecessor António Tomás Correia, actual presidente da Associação Mutualista que controla a CEMG, mantém-se.
Depois da venda às Associação Mutualista da posição directa que a CEMG detinha na seguradora do grupo (Lusitânia), reduzindo o risco de exposição e garantindo um encaixe para reforço dos capitais próprios da CEMG, o plano de reestruturação de Félix Morgado passava pela alienação de todos os negócios non-core, fazendo um downsizing do balanço com impacto directo na melhoria dos rácios de capital da caixa económica.
Na lista das alienações estaria a Montepio Crédito (ex-Finicrédito), braço operacional do grupo para o crédito ao consumo e única unidade operacional lucrativa do grupo, o Montepio Investimento e o Montepio Angola.
A venda de 33% da Lusitânia à Associação Mutualista, fechada a 30 de dezembro pelo valor contabilístico, de forma a entrar ainda nas contas de 2015, garantiu à CEMG um encaixe de 65 milhões de euros, permitindo uma limpeza do balanço e a transferência do proporcional do prejuízo da seguradora para a Associação Mutualista. A ideia seria repetir a operação com outras participadas do grupo.
O problema é que Tomás Correia não concordou com os planos de Félix Morgado e na qualidade de representante da Associação Mutualista, acionista maioritária da CEMG, vetou as intenções de venda do Montepio Investimento e do Montepio Angola. Um assunto de que o CONFIDENCIAL dará novos pormenores nas próximas semana.