O orçamento suplementar a apresentar antes do verão deverá ser apoiado pelo Bloco de Esquerda. Para a troca Costa avançará com lugares no Governo. Para o PCP, o importante é a manutenção das 28 autarquias, devendo Costa comprometer-se em não atacar as autarquias do PC.
Com a necessidade de financiamento dos bancos e sobretudo com a evolução das contas publicas que estão a evidenciar que o crescimento económico é bastante inferior ao previsto pelo executivo no Orçamento de Estado, o primeiro ministro deverá apresentar um novo cenário macroeconómico relativo ao corrente ano, no âmbito do Programa de Estabilidade e Crescimento do Semestre Europeu, o que implicará um orçamento suplementar ainda para este ano, eventualmente a apresentar antes do verão, na Assembleia da República.
Guardando a abstenção do PSD para o Orçamento de 2017, o primeiro ministro deverá concertar com o presidente da República uma remodelação ministerial importante logo a seguir à votação do Orçamento suplementar, que incluirá o Bloco de Esquerda no governo, de modo a assegurar o apoio às medidas adicionais (o celebre Plano B pré-anunciado por Bruxelas). Marisa Matias e Sampaio de Nóvoa poderão integrar o executivo de António Costa.
Já relativamente ao PCP a prioridade irá para a questão autárquica. Desgastado pelo apoio ao governo socialista, o PCP quer manter os seus 28 municípios e negociar o apoio do PS a autarcas seus para desalojar o PSD de alguns municípios do sul do país.
Centrados nas legislativas o PS, já em primeiro lugar e à frente do PSD nas sondagens estará disponível para iniciar estas negociações. As medidas orçamentais para os próximos três anos do PEC estão atualmente em negociação no seio da maioria parlamentar de apoio ao governo socialista.