O ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Timor-Leste e presidente em exercício do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Hernâni Coelho, foi esta quarta-feira em visita de trabalho de dois dias à Guiné-Bissau.
Segundo um comunicado do Ministério guineense dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, “Hernâni Coelho vem acompanhado do secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, com o objectivo de acompanharem a situação política do país e intensificar o diálogo com a comunidade internacional”.
O chefe da diplomacia timorense, segundo o “Jornal de Angola”, vai manter encontros de trabalho com o homólogo guineense, Artur Silva, e é recebido em audiência pelo Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, e pelo primeiro-ministro, Carlos Correia.
Quem também é aguardado em Bissau na próxima sexta-feira é o antigo Presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, para tentar, uma vez mais, ajudar a desbloquear a crise política que se arrasta desde Dezembro do ano passado, despoletada na sequência da perda de mandato de 15 deputados, expulsos do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder), “por grave violação dos estatutos do partido”.
Fontes diplomáticas, citadas pelo site RFI, referem que Obasanjo – Chefe de Estado nigeriano, entre 29 de Maio de 1999 e 29 de Maio de 2007 –, na qualidade de mediador da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), vai estar presente na reunião promovida pelo Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, entre membros do parlamento, direcção do PAIGC e os 15 deputados expulsos do hemiciclo e do partido.
O Tribunal Regional de Bissau ordenou a suspensão imediata da deliberação da comissão permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP, parlamento) da Guiné-Bissau, que suspendia de funções os 15 deputados do PAIGC, o partido no Governo.
Um despacho emitido segunda-feira pelo juiz Lassana Camará, da Vara Cível do Tribunal Regional de Bissau, deu como procedente a providência cautelar intentada pelos deputados Abel da Silva, Adulai Baldé e Amido Keita, em nome dos 15 deputados do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Por solicitação do PAIGC, que os expulsou da condição de militantes, os 15 deputados, entre os quais os três proponentes da providência cautelar, foram substituídos no parlamento, depois de se terem posicionado contra o programa do Governo, numa deliberação tomada pela comissão permanente da ANP, em 15 de Janeiro último.