O Presidente da República já terá decidido não empossar um governo liderado por António Costa com o apoio dos partidos de esquerda, optando antes por um executivo de gestão de iniciativa presidencial e que, segundo disseram ao CONFIDENCIAL, poderá vir a ser nomeado por Guilherme d’Oliveira Martins.
Cavaco Silva tem grande apreço pessoal pelo jurista, antigo ministro de António Guterres, um nome independente da área entre PSD e PS e que, segundo o Presidente, poderá montar uma equipa com personalidades de todos os quadrantes políticos e com forte pendor técnico. No último Dia de Portugal, Cavaco Silva agraciou Oliveira Martins com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo
Oliveira Martins, que este mês trocou a presidência do Tribunal de Contas, onde estava desde 2005, pela administração da Fundação Calouste Gulbenkian, é um nome bem acolhido pelos meios económicos e financeiros internos e por Bruxelas.
Licenciado e Mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi assistente na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, de 1977 a 1985, consultor jurídico dos Ministérios das Finanças e da Indústria e Comércio, entre 1975 e 1986, e director dos Serviços Jurídicos da Direcção-Geral do Tesouro. Entre 1987 e 1995 foi também professor na Universidade Internacional.
Foi militante fundador da Juventude Social Democrata, em 1974, e secretário-geral adjunto do Partido Popular Democrático, em 1975. Abandonou o partido em Abril de 1979, na cisão que deu origem à Acção Social Democrata Independente (ASDI). No mesmo ano foi chamado a exercer funções como chefe de gabinete de António Sousa Franco, então ministro das Finanças de Maria de Lourdes Pintasilgo. Em 1980 e 1983 tomou assento como deputado à Assembleia da República, eleito pelo Partido Socialista.
Em 1985 envolveu-se na primeira candidatura presidencial de Mário Soares, como membro da Comissão Política e porta-voz. Com a vitória de Soares foi designado assessor político da Casa Civil do Presidente da República, até 1991. Com António Guterres ocupou os cargos de secretário de Estado da Administração Educativa, entre 1995 e 1999, ministro da Educação, até 2000, ministro das Finanças, entre 2001 e 2002, e ministro da Presidência, de 2000 a 2002.
Foi também o representante da Assembleia da República na Convenção para o Futuro da Europa, secretário-geral da Comissão Portuguesa da Fundação Europeia da Cultura, presidente da SEDES, vogal do Conselho de Administração da Fundação Mário Soares e vice-presidente da Comissão Nacional da UNESCO.