O clima interno no Millennium bcp está ao rubro, com a administração dividida entre o cada vez mais isolado CEO, Nuno Amado, e alguns dos seus colegas na administração do banco. O estilo de gestão do CEO, que veio do Santander Totta para o Millennium, é considerado demasiado centralizador e detalhado e o plano de reestruturação do banco também está a ser contestado, por falta de resultados.
Em 24 meses, e de forma a desalavancar a actividade do banco e cumprir os rácios de capital, Nuno Amado vendeu praticamente tudo o que havia para vender, desde a operação na Polónia, aos seguros (Ocidental e Médis), passando pela fusão do Millennium bcp Angola com o BPA angolano. Além de evitar aumentos de capital para o cumprimento dos rácios, num momento em que os principais accionistas do banco estão sem músculo financeiro, a venda de activos e áreas de negócios garantiu resultados extraordinários não recorrentes, que disfarçaram os prejuízos operacionais do banco. Sem estes ganhos, o banco mantém-se deficitário e é essa estratégia que agora está a sofrer forte contestação.
A somar a tudo isso, a indefinição accionista e a quase certa futura fusão com o BPI estão a mobilizar interesses internos que poderão, já em Março, levar à saída de Nuno Amado.
O CEO do Banco Atlântico, Carlos Silva, estará a ponderar a hipótese de controlar o Millennium bcp. O CONFIDENCIAL sabe que a estrutura accionista angolana poderá concentrar esforços em Carlos Silva para avançar. Isto porque o poder de Nunoc Amado tem vindo a crescer desde que foi rejeitado o aumento de capital necessário para o banco. A Caixa Geral de Depósitos demonstrou que não concorda com o aumento de capital.