O perdão de parte da dívida de Moçambique a Angola, avaliada em cerca de 600 milhões de dólares, está negociado, garantiram fontes diplomáticas ao CONFIDENCIAL. Daquele valor, 50% será anulado e o restante será convertido em investimento, ao abrigo de um acordo de promoção do investimento assinado na semana passada.
Angola pretende tomar o lugar de Portugal como principal parceiro lusófono da cooperação com Moçambique, reforçando o seu papel de potência económica regional.
Para já, está assinado o acordo de promoção de investimentos nas áreas do turismo, finanças, comércio, educação, petróleo e gás, e o memorando de entendimento para a cooperação no domínio da indústria, dois instrumentos que visam reactivar o acordo geral de cooperação assinado em 1978, mas que nunca chegou a estar verdadeiramente operacional.
A cooperação passa também pelo canal do associativismo, tendo sido assinados acordos entre o moçambicano Centro de Promoção de Investimentos (CPI) e a Câmara de Comércio e Indústria de Angola, entre a Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique e o Centro Corporate Governance angolano e entre a Confederação das Empresas de Moçambique e o Instituto de Fomento Empresarial de Angola
No campo da cooperação entre empresas, as companhias aéreas TAAG de Angola e LAM de Moçambique fecharam um acordo para reforçar as ligações entre os dois países.
Maputo está também aberto à possibilidade de a plataforma angolana para o sector petrolífero Sonangol Integrated Logistic Services (Sonils), ligada à angolana Sonangol, actuar como consultor da Base Logística de Pemba, em Moçambique, cuja construção está em curso.
No primeiro trimestre de 2016, os dois países vão assinar um acordo de facilitação de vistos, que virá a juntar-se ao outro, já existente, de supressão de vistos em passaportes diplomáticos e de serviço.