Na guerra pelo controlo da Associação Mutualista que controla o Montepio Geral, o ainda presidente Tomás Correia perdeu dois aliados de peso. Vítor Melícias e Álvaro Pinto Correia, dois pesos pesados que garantiam alguma credibilidade a Tomás Correia, não irão integrar qualquer lista. A agitação mediática em torno das irregularidades da gestão de Tomás Correia, enquanto presidente da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), afastou estes dois históricos da Associação Mutualista e do Montepio Geral e que, por razões diferentes, querem sair do fogo cruzado dos media.
Na CEMG, o novo presidente, José Félix Morgado, já está a varrer a casa e entrou em rota de colisão com o seu antecessor, Tomás Correia. Recentemente, os dois foram vistos numa violenta discussão num restaurante de Lisboa, num jantar que tinha como objectivo aproximar posições, mas que acabou por ter o efeito oposto.
Félix Morgado, que conta com o apoio do Banco de Portugal na difícil reestruturação da CEMG, não estará disposto a branquear as irregularidades da anterior administração, nomeadamente as operações que envolvem o Finibanco Angola, onde Tomás Correia se mantém como presidente, mas de onde poderá vir a ser proximamente afastado pelo próprio Félix Morgado.
Na preparação para as eleições para os órgãos sociais da Associação Mutualista, que terão lugar no início de Dezembro, falharam, entretanto, as negociações em curso para a formação de uma lista única de oposição à lista liderada por Tomás Correia. As listas terão de ser apresentadas até ao final do mês.