O plano de reestruturação do Novo Banco implicará um profundo corte nos custos de funcionamento do banco e um downsizing das operações bancárias. Do lado da receita, os esforços concentrar-se-ão na alienação de activos e de carteiras de créditos vencidos.
Aos 4,9 milhões de apoios do Estado e do Fundo de Resolução, o Novo Banco tem ainda de somar 1.000 milhões de euros em perdas com a correcção da sobrevalorização de activos imobiliários, pelo menos 500 milhões em provisões por litigância futura, 1,5 mil milhões em insuficiência de capital, 1,2 mil milhões pela não contabilização como capital de créditos fiscais por impostos diferidos e cerca de 1.000 milhões em perdas previstas na carteira de grandes clientes. Ou seja, mais do que duplicando os 4,9 milhões da injecção de capital e atirando o Novo Banco para uma situação de falência técnica.
A contabilização dos apoios do Fundo de Resolução como despesa pública obriga à apresentação de um plano de reestruturação, que passará à margem do Governo e terá de ser aprovado pela Direcção-Geral de Concorrência da União Europeia (DGCom).
Para já, a administração de Eduardo Stock da Cunha avançou com um plano de corte de custos salariais, que levará à baixa de dois níveis dos actuais quadros do banco. Novas admissões e contratações externas de colaboradores estão congeladas, enquanto não se operacionaliza o plano de rescisões e pré-reformas.
O plano prevê o encerramento de agências e a venda rápida do Banco BEST e de todas as participadas não directamente ligadas à actividade bancária, como a Locarent ou a Esegur, bem como a venda, com prejuízo, de carteiras de crédito já vencido e dos activos imobiliários que o banco ainda não conseguiu alienar.
Mais grave será a imposição por parte da DGCom da venda das operações internacionais do banco, reduzindo o Novo Banco ao mercado nacional. Apesar de estrategicamente esta imposição limitar o Novo Banco a uma dimensão doméstica, a venda das participações no exterior deverá ser a operação mais lucrativa.