A ligação da State Grid à portuguesa REN é um dos principais entraves à entrada dos chineses no plano de recuperação e modernização da rede eléctrica de Angola, um dos maiores projectos públicos de África dos próximos anos. Apesar dos acordos de cooperação entre Pequim e Luanda, que reabriram o pipeline de negócios angolanos às grandes companhias chinesas, as más relações de Angola com Lisboa estão a minar todos os acordos que envolvam capital português, ainda que indirectamente.
Por outro lado, e depois de Isabel dos Santos e da empresa estatal de distribuição de electricidade em Angola terem tomado a maioria do capital da Efacec, a recuperação da rede passará sempre por empresas onde existam accionistas angolanos relevantes.
O CONFIDENCIAL sabe que o projecto de constituição de uma subholding entre a REN e a State Grid para o mercado angolano, anunciada aquando da compra de 25% do capital da empresa portuguesa pelos chineses, há 3 anos, está paralisado em Luanda. Luanda vê com bons olhos a entrada de capitais angolanos na REN, assumindo uma parcela da posição actualmente detida pela State Grid, como contrapartida da abertura dos negócios em Angola.