Marques Mendes avança para a liderança, se Passos for derrotado

Com as sondagens empatadas e a campanha do PS relançada depois do debate televisivo entre Passos Coelho e António Costa, começam a desenhar-se os diversos cenários para o governo e as lideranças partidárias.

À esquerda a possibilidade de regresso de António José Seguro ou de José Sócrates à liderança do PS, em caso de derrota de António Costa, está afastada. No PSD esta semana começou a circular o nome de Marques Mendes que poderia aparecer com o ticket Marcelo-Mendes, para a Presidente da República e liderança do partido, respetivamente.

Mendes ainda chegou a ponderar avançar também para Belém, caso Marcelo desistisse, mas o avanço do professor de Direito travou de vez as possibilidades de Mendes, que agora pondera o regresso à liderança do PSD, em caso de derrota de Passos Coelho.

O atual primeiro-ministro tem feito saber que a próxima legislatura será breve e que estará sempre em melhores condições para disputar o próximo embate eleitoral, provavelmente já em 2016, seja qual for o resultado de 4 de outubro de 2015 e o governo que daí sair.

Quantos aos cenários de governo admite-se que o empate técnico das sondagens seja mais um erro ou mesmo agenda ideológica dos donos das empresas de sondagens e que no final venha a haver um resultado claro para a Coligação, ou para o PS.

Porém, em ambos os blocos admite-se como impossível uma maioria absoluta de qualquer dos campos, pelo que a existência de compromissos será crítica.

Não sendo razoável um governo minoritário da Coligação, sobra a solução à esquerda, com PS e Bloco Central ou um executivo de iniciativa presidencial.

Em qualquer dos cenários a instabilidade será grande e a necessidade de cumprir com os condicionalismos e recomendações do semestre europeu tornam difícil a estabilidade política, mesmo de uma maioria ou de um acordo de incidência parlamentar, após a eleição do próximo Presidente da Republica.