A proposta da Fosun fica aquém da apresentada pela Anbang e nem mesmo a diferença nas posições contratuais deverá salvar o negócio. O grande problema é que Carlos Costa continua a ser pressionado pelo Governo para vender o mais depressa possível o Novo Banco, evitando sobrecarregar as instituições financeiras que compõem o Fundo de Resolução e as próprias contas do Estado. O CONFIDENCIAL sabe que o Banco de Portugal tentou por várias vezes introduzir o tema da litigância do papel comercial e o aumento de capital de 1.000 milhões.
Os chineses mostraram-se contra a proposta. A Fosun deverá apresentar um valor de 2,8 mil milhões de euros, provavelmente alavancados na Fidelidade, mais 1.000 milhões para o aumento de capital, ficando mais uma vez o tema da litigância do papel comercial de fora das negociações. No caso de a Fosun avançar com a aquisição do capital do Novo Banco, os 2 mil milhões que ficam de fora recairão sobre o Fundo de Resolução e consequentemente o Estado português. Segundo Ricardo Salgado, o BES teria resolvido a sua situação com 2 milhões de euros, neste momento o valor que paira sobre a venda do Novo Banco são cerca de 7 mil milhões de euros. Contemplando o valor do Fundo de Resolução 4,9 mil milhões de euros, 1.000 milhões de euros de aumento de capital e 830 milhões de euros correspondentes à litigância do papel comercial.