Depois do fracasso das negociações do Banco de Portugal com os chineses da Anbang, que levou ao adiamento da venda do Novo Banco (conforme o CONFIDENCIAL referia na semana passada), a operação deverá ser fechada com os norte-americanos do Fundo Apollo. O que afasta definitivamente qualquer solução chinesa para o Novo Banco, uma vez que a Fosun, com quem o Banco de Portugal retomou entretanto negociações, não deverá subir o valor da sua proposta.
Apesar de ter apresentado um envelope financeiro de menor valor que o dos chineses, a Apollo avançou com uma proposta de engenharia que o Banco de Portugal vê como a mais interessante para evitar futuros encargos e perdas para o Fundo de Resolução e os grandes bancos nacionais.
Depois de recapitalizarem o Novo Banco e de reestruturarem a carteira de crédito de grandes clientes, os americanos pretendem fazer uma Oferta Pública de Venda de acções, cotando o banco no mercado, e usar o encaixe obtido com a operação para reembolsar os empréstimos do Estado e do Fundo de Resolução. O encaixe inicial da venda e o extra da dispersão de parte do capital garantirão, segundo as contas dos americanos, o reembolso de todas as ajudas públicas, no prazo máximo de dois anos.
Para financiar a compra do Novo Banco, os americanos contam vender todos os activos não estratégicos do Novo Banco, entre eles as participações na concessionária de auto-estradas Ascendi (onde tem como sócio a Mota-Engil), a empresa de segurança e transporte de valores Esegur e a gestora de frotas Locarent, duas joint-ventures com a CGD. Os americanos esperam também vender os activos que receberem por execução de garantias de dívida de grandes clientes em situação de incumprimento.
Depois das seguradoras Tranquilidade, a compra do Novo Banco permitirá à Apollo restaurar o ticket de bancassurance do antigo Banco Espírito Santo.