Portas de fora num governo PS/CDS

O líder do CDS, Paulo Portas, não integrará um eventual governo de coligação com o PS, caso os socialistas ganhem as próximas eleições legislativas e os deputados centristas sejam necessários para garantir a maioria parlamentar de apoio ao Executivo.

A incerteza quanto ao resultado das eleições legislativas de 4 de Outubro, com a Coligação e o PS tecnicamente empatados, já levou à abertura de discretas negociações para a formação de um governo com apoio estável em São Bento. As possibilidades que estão em cima da mesa são duas: acordo de incidência parlamentar, ou governo PS/CDS, sem Paulo Portas como ministro.

O CDS, como sempre pretendeu o ex-líder centrista Diogo Freitas do Amaral, está, neste cenário, numa posição privilegiada para ser o partido charneira, e os contactos entre os dois partidos já foram iniciados.

A decisão do CDS em abrir negociações com o PS não se prende com a convicção de a Coligação perder as eleições, mas sim de os deputados democratas-cristãos poderem vir a ser essenciais para que haja um governo com apoio parlamentar maioritário.