O ex- presidente da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) foi ontem forçado a desligar-se totalmente do banco, na sequência da assembleia geral extraordinária que nomeou a nova administração.liderada por José Félix Morgado. A reunião terminou num clima de grande tensão e acabaria por demorar mais de três horas, com a maioria dos 22 presentes a exigirem uma alteração de última hora na composição do Comité de Avaliações, alegando que a permanência de Tomás Correia nos órgãos sociais implicaria riscos reputacionais elevados que a CEMG não pode correr neste momento. Daí a decisão de banir o ex-presidente, cuja administração se encontra sob investigação das autoridades de regulação e supervisão e da Procuradoria-Geral da República.
Tomás Correia estava indicado como presidente do Comité de Avaliações, que integrava ainda Carlos Beato (ex-presidente da Câmara Municipal de Grândola) e o padre Vítor Melícias. A presidência do Comité de Avaliações e, por inerência, do Comité de Remunerações, garantiria a Tomás Correia grande controlo sobre o Conselho de Administração e uma palavra decisiva na remuneração dos elementos dos órgãos sociais.
Apesar dos protestos do ex-presidente, que classificou a alteração como um golpe de estado palaciano, a composição do Comité de Avaliações viria a ser totalmente alterada, com a nomeação de Álvaro Pinto Correia para a presidência (que acumulará com a presidência do Conselho Geral e de Supervisão), e de José Arez Romão e Fernando Ribeiro Mendes, como vogais.