O controlo absoluto de Paulo Portas na escolha dos candidatos a deputados do CDS, elegíveis nas listas da coligação Portugal à Frente, é considerado como um meio de o actual presidente condicionar a sua própria sucessão.
Caso a coligação PSD/CDS saia derrotada das eleições legislativas de 4 de Outubro, a contestação a Paulo Portas, que já se fez sentir no conselho nacional do partido durante o processo de elaboração das listas dos democratas-cristãos, vai pedir a cabeça do líder.
Com um grupo parlamentar escolhido directa e exclusivamente por si, Paulo Portas vai utilizar esse “trunfo” para condicionar a escolha de um sucessor, tentando fazer eleger um homem da sua confiança, como já aconteceu anteriormente com Telmo Correia, que perdeu para José Ribeiro e Castro, quando Portas se auto-afastou da presidência do partido.