Acordo parlamentar PS/CDS na forja para governo estável

No caso de o Partido Socialista ganhar as eleições sem maioria absoluta, António Costa vai ter de encontrar soluções que permitam governar o país de uma forma estável, e que não afecte a credibilidade de Portugal junto dos mercados.

O líder do PS tem manifestado abertura a entendimentos à esquerda. Mas, como dizem nos bastidores rosa, a “real politik” com grande probabilidade irá empurrar António Costa para procurar apoios mais à direita.

O CDS, como o CONFIDENCIAL divulgou tem 16 candidatos a deputados em lugares elegíveis nas listas da coligação Portugal à Frente, mas tem possibilidade de eleger mais dois parlamentares.

Esses 16 ou 18 deputados podem ser os necessários e suficientes para garantirem apoio a um eventual governo minoritário do PS, assegurando-lhe estabilidade. Por isso, comentam no PS, não foi por acaso que Basílio Horta já veio entreabrir a porta a acordos entre os dois partidos, inclusivamente um governo de coligação.

Pelo lado do CDS, “era um suicídio” ir para o governo com o PS, sobretudo depois de quatro anos de coligação com o PSD e de ter concorrido às legislativas em listas conjuntas com os social-democratas.

Mas, como “no minuto seguinte à derrota, se vier a acontecer, a coligação extingue-se”, sectores do CDS defendem que, até por “razões de interesse nacional”, o partido deverá mostrar-se disponível para negociar acordos de incidência parlamentar com António Costa, apresentando “evidentemente” um caderno de encargos.