Sampaio da Nóvoa está cada vez mais sozinho na corrida à Presidência da República. Com a candidatura de Maria de Belém Roseira à Chefia do Estado a ganhar espaço e cada vez mais apoiantes e defensores dentro do PS, mesmo junto de dirigentes nacionais do inner circle de António Costa.
O ex-reitor da Universidade de Lisboa não convence nem a liderança, nem os dirigentes intermédios do PS, que ficam de nervos em franja quando olham para as sondagens para as eleições presidenciais. E também para a fraca prestação pública de Sampaio da Nóvoa, que se traduz numa fraca imagem e anémica intenção de voto.
A adensar o receio socialista da candidatura do ex-professor universitário ser um “flop”, que arraste o PS para um resultado negativo nas eleições legislativas do fim do Verão, as consultas sobre intenção de voto nas eleições para a Assembleia da República dão ao PS um score que, a concretizar-se, os próprios socialistas consideram ser um “mau resultado”. São, portanto, dois riscos que a liderança socialista não está disposta a correr, sob pena de poder perder, quer as legislativas, ou ter um resultado muito curto, quer as presidenciais.
Por isso, tudo somado e revisto, a candidatura de Maria de Belém Roseira à Presidência da República está a consolidar-se, tanto mais que a ex-ministra da Saúde de António Guterres penetra com grande facilidade no eleitorado do centro-direita, considerado essencial para que haja, com realismo, uma candidatura presidencial potencialmente ganhadora.
Tudo razões para o Partido Socialista trocar a candidatura de Sampaio da Nóvoa pela de Maria de Belém. O que paulatinamente vai ser assumido pela liderança de António Costa.
Com ironia, comentava-se nos bastidores do PS que, com a candidatura de Sampaio da Nóvoa, havia o risco da segunda volta das presidenciais ser entre… Rui Rio e Marcelo Rebelo de Sousa.